Mötley Crue: “Shout at the Devil” é o mais novo quarentão do Hair Metal

O mais novo quarentão do Hair Metal atende pelo nome de “Shout at the Devil“, o segundo álbum do Mötley Crue, lançado em 26 de setembro de 1983. Um dos discos que mais representam essa vertente do Rock, que tanto sucesso fez, principalmente na decada de 1980.

Após o boom causado pelo primeiro álbum, “Too Fast for Love“, lançado em 1981, que rendeu à banda um disco de Platina e a posição de número 77 na “Billboard 200”, além de ter sido relançado por um selo maior, a Elektra, o quarteto iria se superar ainda mais com o aniversariante do dia. Assim sendo, eles se reuniram no Cherokee Studios, na Califórnia, tendo Tom Werman na produção.

O play gerou a indignação de grupos cristãos, devido a primeira versão da capa, que trazia um pentagrama invertido. Segundo os fanáticos, se tratava de uma adoração da banda ao diabo, que a banda rebatia com um argumento bem mais contundente: era uma revolução contra lideres políticos opressores, representados pela figura do diabo (N. do R: se alguém aí pensou na figura de um certo ex-presidente, o qual chamamos pela alcunha de “capetão”, a resposta é: bingo!). Além do mais, a banda costumava bradar a seguinte frase: “Shout at the Devil, not him (grite contra o diabo, não com ele). Quanto a capa, ela foi alterada para uma outra imagem, tendo um quadrado com uma foto de cada integrante separado em um espaço.

O Mötley Crue também começava a enfatizar ainda mais o seu visual: seus integrantes passaram a utilizar maquiagem pesada, os cabelos armados, típicos dos anos 1980, fantasias de couro, além de botas com salto. Este visual deixava a banda com aparência de guerreiros de um mundo pós-apocalíptico. Tal aparecida tornou se um padrão para as bandas do chamado Hair Metal.

O disco tem duração de 44 minutos e é composto de onze faixas, dentre as quais podemos destacar as músicas “Looks That Kill“, “Too Young to Fall in Love“, a faixa título, e também uma versão para “Helter Skelter“, do The Beatles. Para escrever as letras, a banda assumiu em entrevista anos mais tarde, que a inspiração veio dos filmes “Mad Max 2” e “Fuga de Nova Iorque“, que os integrantes assistiam incessantemente, lá nos idos de 1981, quando eles moravam no mesmo apartamento.

O álbum fez a banda estourar na cena e o Mötley Crue se tornou uma referência no estilo que desabrochava e permaneceria em evidência até o final daquela década de 1980. Nos Estados Unidos, a banda virou praticamente uma febre, alcançando o 17° lugar na “Billboard 200” e sendo certificado quatro vezes com Platina. Foi sucesso também na Austrália, onde chegou ao 80° lugar e recebeu Disco de Ouro, no Canadá, onde chegou a 23ª posição e faturou três vezes o Disco de Platina. Na Finlândia, o álbum chegou a 18ª posição. Ainda este ano, “Shout at the Devil” voltou a frequentar as paradas, chegando a posição de número 13 na Suécia.

Mesmo com todo o sucesso, o baixista Nikki Sixx relembrou da falta de apoio da gravadora, com um certo rancor, em entrevista no ano de 2000. Aspas para ele:

“Quando uma banda como nós lança Shout at the Devil e a gravadora não faz marketing, nenhuma publicidade e não recebe nenhum anúncio comercial, e você vende cinco milhões de discos, então todo mundo começa a se dar tapinhas nas costas. Mas foi o Mötley Crüe que fez isso, não a Elektra Records.”

A Elektra pode não ter dado tapinhas nas costas dos caras, mas a gente faz isso. São 40 anos de um belo álbum que envelhece muito bem, obrigado. A banda permanece na ativa, com 3/4 da formação que tocou no aniversariante do dia. Hoje é dia de celebrar nosso novo quarentão, desejando longa vida ao Mötley Crue, que inclusive, esteve no Brasil recentemente fazendo shows, quando infelizmente, rolou uma tentativa de cancelamento da banda, por parte de alguns que nunca entenderam a proposta subveesiva dos caras. O Rock é subversivo e não conservador. Isso precisa prevalecer.

Shout at the Devil – Mötley Crue
Data de lançamento – 26/09/1983
Gravadora – Elektra

Faixas:
01 – In the Beggining
02 – Shout at the Devil
03 – Looks That Kill
04 – Bastard
05 – God Bless the Children of the Beast
06 – Helter Skelter
07 – Red Hot
08 – Too Young to Fall in Love
09 – Knock ‘Em Dead, Kill
10 – Ten Seconds to Love
11 – Danger

Formação:

Vince Neil – vocal

Nikki Sixx – baixo

Tommy Lee – bateria

Mick Mars – guitarra/violão

Flávio Farias

Fã de Rock desde a infância, cresceu escutando Rock nacional nos anos 1980, depois passou pelo Grunge e Punk Rock na adolescência até descobrir o Heavy Metal já na idade adulta e mergulhar de cabeça na invenção de Tony Iommi. Escreve para sites de Rock desde o ano de 2018 e desde então coleciona uma série de experiências inenarráveis.

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