Resenha: Nervosa – “Jailbreak” (2023)
É impressionante como Prika Amaral demorou tanto tempo para colocar uma segunda guitarrista em sua banda, a Nervosa, que acaba de lançar o excelente “Jailbreak“, o quinto álbum da banda capitaneado pela loira das seis cordas.
O álbum é o segundo desde que Fernanda Lira e Luana Dametto saíram para formar a Crypta. Com diversas mudanças em sua formação, o que, querendo ou não, compromete a credibilidade da banda, Prika Amaral surge como a única remanescente que gravou o álbum anterior, o mediano “Perpetual Chaos“. Mia Wallace, Eleni Nota e Diva Satanica deram lugar a Helena Kotina, que gravou guitarra e baixo e Michaela Nayrenova, que assumiu a bateria. No vocal, a dona da banda resolveu que deveria ela cantar. À exceção da muisca “Superstition Failed“, cantada por Lena Scissorhands, todas as outras são berradas por Prika.
A segunda guitarra deu um up jamais visto na Nervosa. A banda sofria uma resistência muito grande por parte dos headbangers, muito por pura idiotice dos fãs, cheios de preconceito por se tratar de uma banda feminina. Mas elas também não se ajudaram muito. Apesar do destaque que a banda teve no período pré-pandemia, quando se apresentaram no palco Sunset do Rock in Rio 2019 e iriam tocar em Wacken no ano de 2020, a Nervosa ainda carecia de um bom disco.
E parece que esse bom disco finalmente viu a luz do dia. “Jailbreak” mostra a banda afiada e tocando um Thrash Metal bastante coeso, veloz e palhetadas que desperta o interesse do ouvinte. Lançado pela Massacre Records e com produção assinada pelo guitarrista do Destruction, Martin Furia, o álbum provoca uma surpresa muito grande. Novamente vale ressaltar a importância de uma guitarra a mais. Até mesmo em músicas como “Seed of Death“, que tem o famoso dueto das seis cordas. Era uma coisa que a Prika não conseguiria fazer, mesmo que dobrasse as guitarras na gravação.
O álbum ainda conta com a participação de Gary Holt, que toca guitarra na faixa “When the Truth is a Lie“. A primeira parte do álbum é simplesmente matadora, com as faixas “Endless Ambition“, “Suffocare“, “Ungrateful“, “Seed of Death” e a faixa título. Podemos destacar também a faixa “Kill or Die“. Estas fazem o disco ser bem acima da média.
Talvez o único ponto fraco seja o vocal de Prika Amaral. Não sabemos se ela vai continuar a acumular as funções de guitarrista e vocalista, nem tampouco se essa formação irá perdurar. Mas o fato é que a Nervosa preparou o melhor disco de sua carreira até então e este “Jailbreak” vai agradar a muitos. Talvez não agrade aos haters, mas estes não merecem nada a mais do que a nossa indiferença.
NOTA: 8,0