Paul McCartney brilha em noite gloriosa em São Paulo
Falar de Paul McCartney é falar de números. 81 anos. 48 mil pessoas no Allianz Parque. E seis décadas.
Só para não alongar a história, vamos seguir, para as 20:15, após um DJ próprio de Macca esquentar a galera com uma balada. É a hora que Paul aparece da lateral esquerda e joga “A Hard Day’s Night” que incendeia a plateia e joga a aura lá em cima. McCartney volta no tempos dos Wings e engata “Junior’s Farm” e “Letting Go“. O ex Beatle avisa que irá arranhar algumas palavras em português, e quem poderia imaginar que o cara meteria um “vocês são da hora” e um “O PAI TÁ ON“. Com isso, vemos que isso não será só um show de rock, mas sim entretenimento.
Por falar nisso, Abe Laboriel é um nome familiar para vocês? Pois bem, se trata do baterista da exímia banda que acompanha Paul. Porém, Abe é um verdadeiro showman. Além do groove monstro que o cara traz tocando cada nota em seu instrumento, ele ainda canta e, dá um verdadeiro show de entretenimento seja dançando a todo vapor ou simplesmente tomando uma taça de vinho. O cara nasceu para os palcos. E a ideia de colocar trompetistas no meio das arquibancadas para tocar ali mesmo? Genial!
Voltando a parte musical, Paul empunha uma guitarra super estilizada e após a “Let me It Roll It“, em afinações abertas, os caras executam “Foxy Lady” de Jimi Hindrex, cheia de peso e energia. Depois é hora de passar por “My Valentine“, da carreira solo de McCartney e ser dedicada a esposa Nancy Shevell. Por falar em dedicatórias, John Lennon também teve seu momento, enquanto Paul McCartney flutuava sobre a plateia em uma plataforma que reproduzia imagens da Terra e espaço em “Here Today”. “Blackbird” é outro momento magistral, onde um pássaro negro e a lua ganham as telas.
Clássicos? Claro! “Let It Be” colocou as lanternas dos presentes acesas e olhos marejados. “Ob-La-Di, O-Lá-Da” fez seu refrão ser ecoado nos corredores do Allianz. A literalmente explosiva “Live and Let Die“, trouxe labaredas de fogo no centro do palco e fogos de artifício explodindo nas laterais, causando um momento apoteótico. E por falar em apoteose, o que “Hey Jude” é seu coletivo sonoro cantado em uníssono naquele campo. É algo surreal acompanhar aquilo e ver de perto como é a dinâmica de toda essa máquina que é os Beatles e seu legado.
Mais uma vez, John Lennon é trazido ao palco, para um dueto com Paul em “I’Ve Got a Feeling” e a “aparição” causa uma comoção extrema. “Helter Skelter” crava o porque por muitas vezes é tida como a primeira música de heavy metal, antes do heavy metal ser de fato criado! A canção arranca alguns bate cabeca entre o público e incendeia um público que já estava ali há sabe lá quantas horas, mas sem mostrar um sopro de vontade de ir embora!
Antes de finalizarmos, Paul McCartney representa uma verdadeira máquina do tempo. Seja na viagem sonora que faz, ou um “velhinho” se adaptando a gírias atuais, tudo funciona perfeitamente, e seus seguidores não são diferentes. Pude avistar uma senhora por dos seus 70/80 anos com olhos marejados somente quando uma foto do músico surgiu no telão. Isso é vivência, isso é memória. Isso é uma noite gloriosa em São Paulo, que quem viveu, entrou para a eternidade presenciando este sábado histórico na fria noite da cidade que não dorme.
10 de Dezembro foi Domingo. Eu fui
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