Iron Maiden: há 41 anos, banda lançava “Piece of Mind”
Há 41 anos, em 16 de maio de 1983, o Iron Maiden lançava seu quarto álbum, o segundo com Bruce Dickinson no vocal e o preferido deste redator que vos escreve: “Piece of Mind” é tema do nosso bate-papo desta quinta-feira, dia de TBT.
A banda vinha do seu grande clássico, “The Number of the Beast” e Bruce Dickinson havia passado com louvor em seu teste de fogo. Aqui temos mais uma estreia, desta vez, Nicko McBrain, veio da banda francesa Trust para assumir o posto deixado pelo saudoso Clive Burr. Sobraram, da formação original apenas Steve Harris e Dave Murray e desta forma, nascia a formação clássica ermanece até que hoje, acrescida de Janick Gers que se juntaria aos demais anos mais tarde.
Com essa sutil mudança na formação, o quinteto se juntou ao produtor de longa data, Martin Birch e todos atravessaram o Atlântico Norte, rumo à Nassau, nas Bahamas, no icônico “Compass Point Studio“, o mesmo local que o AC/DC gravou anos antes O poderoso “Back in Black” e o processo foi bem rápido: a banda ficou entre janeiro e março daquele 1983 no estúdio e em maio a bolacha já estava à disposição dos fãs.
A banda resolveu usar do bom humor e do sarcasmo para rebater os críticos que chamavam o Iron Maiden de “adoradores do demônio”. Então, o estreante Nicko McBrain gravou uma frase que foi colocada no início da música “Still Life“. O baterista explicou como aconteceu a gravação, aspas para ele:
“Estávamos cansados de ser rotulados como adoradores do Diabo e todas essas besteiras por esses malditos idiotas nos Estados Unidos, então pensamos: ‘Certo, você quer mijar? Mostraremos a você como mijar sangrando, meu filho!’ E um dos meninos me gravou no meio de uma rotina de Idi Amin que eu costumava fazer quando bebia. Lembro que terminava claramente com as palavras: ‘Não se intrometa com coisas que você não entende.’ Nós pensamos, se as pessoas vão ser estúpidas sobre esse tipo de coisa, podemos dar a elas algo para serem realmente estúpidas, sabe?”
Em relação ao antecessor, basicamente a estrutura musical continua privilegiando o peso, porém, com mais técnica e muita ênfase no Progressivo. As guitarras, no geral estão bem cruas e a produção ficou excelente para os padrões da época. Vamos, sem mais delongas, viajar pelas nove músicas que fazem parte aniversariante do dia.
“Where Eagles Dare” abre bem o play com o melhor do que a NWOBHM pode oferecer. A excelente performance do estreante Nicko McBrain, juntamente com a potente voz de Bruce Dickinson e as linhas de baixo de Steve Harris, que deixou a música pesada, são os grandes destaques. “Revelations” começa com uma pegada bem setentista, ganha contornos Heavy e esses ritmos vão tercalando ao decorrer afaixa. Início melhor não poderia haver.
A minha favorita de sempre do Iron Maiden chega e ela atende pelo nome de “Flight of Icarus“, com um clima Hard’ N’ Heavy, as guitarras bem cruas e como sempre, Steve Harris direcionando tudo com seu baixo. Que música, senhores. “Die With Your Boots on” é a típica música do Iron Maiden, aquela que você ouve os primeiros acordes e já identifica a banda. Som divertidíssimo e claro, bem tocado, com o selo de qualidade da banda.
É hora de um dos maiores clássicos da banda: “The Trooper” e seus duetos de guitarra que aparecem aqui e acolá. É obrigatória a execução desta nas apresentações ao vivo da banda e assim esperamos que continue quando tudo isso passar e nós voltarmos à normalidade. E assim já foi metade do disco e a gente sequer percebeu. Aí a banda resolveu brincar um pouco: entre “The Trooper” e “Still Life“, uma voz causa estranheza aos ouvintes, mas é apenas o estreante Nicko McBrain imitando o então ditador de Uganda, Idi Amin e, como dito mais acima, foi uma espécie de resposta bem humorada àqueles que chamavam a banda de satanista por “The Number of the Beast.” Voltando a música, que é o que importa, “Still Life” traz. outra vez a banda viajando nas estradas do Hard e do Heavy, em uma boa canção.
“Quest for Fire” tem a mesma pegada da faixa anterior, tendo a voz de Bruce Dickinson O norteador das coisas e novamente, eles, os duetos das guitarras dão as caras. “Sun and Steel” é bastante melódica e temos mais garantia de diversão. E a bolacha se encerra com a longa e progressiva “To Time a Land“, que é a cereja do bolo deste disco simplesmente maravilhoso. Ela tem todo um clima fantástico e é densa, excelente fechamento.
São 45 minutos que passam como um piscar de olhos e mostram que a donzela se se encaminhava para o auge da carreira, que muitos consideram ser o sucessor, “Powerslave“. Mas o aniversariante do dia mostrou também ter um ótimo potencial, a prova disso é que envelhece muito bem, obrigado.
“Piece of Mind” alcançou o terceiro lugar nas paradas britânicas e foi o primeiro álbum do Iron a figurar na Billboard 200, alcançando a 70ª posição. Além disso, ficou em 6° na Grécia, 8° na Alemanha e na Nova Zelândia, 9° na Noruega e na Holanda e 10° na Áustria. Foi certificado com Platina nos Estados Unidos, Reino Unido e Canadá e ouro na Alemanha, Japão, Austrália, Nova Zelândia e na Finlândia. É performance louvável.
A banda saiu em turnê, que se iniciou no dia 2 de maio de 1983 (antes mesmo do lançamento do álbum), com uma apresentação no Hull City Hall, na Inglaterra e perdurou até o dia 18 de dezembro, com um total de 139 shows, que incluíram uma apresentação transmitida pela TV no complexo de Westfalenhalle, em Dortmund, Alemanha. O Brasil só conheceria o poderio da Donzela em cima dos palcos dois anos depois, em duas apresentações épicas no Rock in Rio.
A importância e relevância deste álbum são tantas, que algumas músicas receberam versões de bandas que prestaram tributos. Em 2008 uma coletânea foi lançada e tivemos a faixa “The Trooper” regravada pelo Coheed and Cambria, além de “To Time A Land“, feita pelo Dream Theater. “The Trooper” também ganhou versões do Sentenced, Vital Remains, Stryper, Hellsongs e também do Iced Earth, sendo que esta última não gravou, apenas tocou a música na turnê de seu álbum “Dystopia” (2011). Já a música “Where Eagles Dare“, recebeu versões de três bandas: Tyr, Fozzy e Deliverance.
Hoje é dia de celebrar esse disco lindo, colocando-o para tocar no volume máximo, enquanto agradecemos pelo Iron Maiden existir e o que é o melhor, na mesma época de nossas existências. Felizmente os caras passaram pela pandemia sem grandes problemas e seguem fazendo shows, já com data reservada para o final do ano, no estádio do Morumbis, em São Paulo. O encontro do sexteto com os fãs brasileiros será no dia 6 de dezembro. Longa vida ao Iron Maiden.
Piece of Mind – Iron Maiden
Data de lançamento – 16/05/1983
Gravadora – EMI
Faixas:
01 – When Eagles Dare
02 – Revelations
03 – Flight of Icarus
04 – Die With Your Boots on
05 – The Trooper
06 – Still Life
07 – Quest for Life
08 – Sun and Steel
09 – To Time a Land
Formação:
Bruce Dickinson – vocal
Steve Harris – baixo
Adrian Smith – guitarra
Dave Murray – guitarra
Nicko McBrain – bateria
Grande clássico…ouvia muito em uma fita cassete que eu tinha!!!! Mesmo com a tecnologia de hoje ainda gosto de ouvir albuns bons e antigos em fitas cassete e Vinil, bons tempos de antigamente!!!! Só música boa e de ótima qualidade, valeu!!!!