Resenha: Melvins – “Tarantula Heart” (2024)

Após três anos, os veteranos do Melvins estão de volta com “Tarantula Heart“, o 27° full-lenght desta banda, que trafega sem maiores problemas por várias vertentes do Rock e até do Metal, com uma boa aceitação, mas difícil de rotular. Há quem chame de Doom Metal, outros chamam de Sludge Metal, de Rock Alternativo, Post-Punk, etc…

O álbum foi lançado em 19 de abril, pelo selo californiano Ipecac, fundado pelo vocalista do Faith no More, Mike Patton, amigo de longa data da banda e com quem Buzz Osbourne já gravou junto, pelo próprio Melvins. E para “Tarantula Heart“, Buzz ousou e muito. Trouxe o baterista Roy Mayorga, – sim, ele mesmo, que já tocou com Soulfly e até mesmo com o Sepultura – e ele fez um dueto com o baterista Dale Crover. Há muitos trechos do álbum em que ambos tocam juntos. Buzz também trouxe o guitarrista Gary Chester e ambos repetiram o dueto, desta vez, nas seis cordas.

O álbum foi gravado e mixado no Sound of Sirens Studio, em Los Angeles. A produção é assinada por Toshi Kasai em parceria com a própria banda. E o que temos aqui em “Tarantula Heart” é o que podemos esperar sempre do Melvins: experimentalismo, misturado com psicodelismo, peso e muito clima atmosférico. A faixa de abertura, “Pain Equals Funny“, com impressionantes 19 minutos, é o maior exemplo, e traz riffs que nos remetem a ninguém menos do que o Black Sabbath. Apesar das intermináveis partes experimentais, que quase colocam tudo a perder, é a melhor faixa do play e só ela quase a metade da duração.

Falando em duração, o álbum tem 39 minutos e apenas cinco canções. “Allergic to Food“, com uma veia Punk Rock, também é outro bom momento do play. “Smiler” tem guitarras ultrapesadas e explica porque a banda é uma referência ao Lamb of God. A produção propositalmente deixou as músicas sujas, pois é a proposta da banda e assim ela soa muitíssimo bem. Não seria o Melvins se não tivesse essa sujeira.

Um álbum bem curto, é bem verdade, mas prazeroso de se escutar, extremamente recomendado para quem curte uma sonoridade mais crua. Quem não tem paciência com experimentalismo pode passar longe, mas não deveria.

NOTA: 8.0

Flávio Farias

Fã de Rock desde a infância, cresceu escutando Rock nacional nos anos 1980, depois passou pelo Grunge e Punk Rock na adolescência até descobrir o Heavy Metal já na idade adulta e mergulhar de cabeça na invenção de Tony Iommi. Escreve para sites de Rock desde o ano de 2018 e desde então coleciona uma série de experiências inenarráveis.

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