Andreas Kisser volta a falar de saída de Eloy Casagrande do Sepultura e como foi recrutar Greyson Nekrutman
Andreas Kisser falou em nova participação no podcast de Thunderbird, sobre como ele recebeu a notícia da saída de Eloy Casagrande do Sepultura, poucos dias antes da turnê de despedida ser iniciada. Quando questionado, o guitarrista disse, conforme transcrito pelo Confere Rock:
“Ah, cara, assim é difícil julgar porque muito pouca informação veio no nosso caminho e, de repente, três semanas antes do primeiro show de uma turnê que tava sendo planejada há dois anos, né, com ele envolvido em todo o processo desde o primeiro dia e com o aval dele participando de tudo, inclusive do lançamento, que foi em dezembro, né, e acredito que ele já tava organizando as coisas lá com o Slipknot. Então eu não sei que tipo de jogo ele jogou. Mas enfim, ele anunciou a saída dele três semanas antes, o que foi uma surpresa para todo mundo. Dois dias antes eu tava negociando, negociando, tava vendo que música que a gente ia trocar no setlist, ia fazer assim porque a gente tava fazendo o telão, cada telão tem uma imagem, não sei o quê, vários detalhes, né, uma programação, uma sequência. E, pô, tava discutindo isso dois dias antes, aí de repente ele liga e fala: ‘Pô, preciso de uma reunião. Preciso falar com vocês.’ E ele foi lá e falou que tava fora, mano, que já tinha um contrato com os caras e já tava tudo certo, já tinha ensaiado com eles, já tinha tocado, gravado, e, mano, a gente ficou sabendo ali e ele foi embora.”
Na sequência, Andreas falou sobre como o nome de Greyson Nekrutman surgiu para ser o substituto:
“Mas o Grayson já tava no meu radar, não obviamente para ser baterista do Sepultura, mas como um cara foda, entendeu? O Yohan tinha me mostrado uns vídeos dele tocando, ele tava no Suicidal Tendencies, né, uma banda amiga nossa também. O Derek já tinha assistido ele lá em Los Angeles, onde ele mora, enfim, já tinha um certo contato, já tava seguindo ele no Instagram, etc. Ele é um fã foda, mano, foda. Tanto é que ele viu o Derek ali no show, ele saiu da bateria, foi lá abraçar o Derek, fã, não sei o quê, sabe, fã, gostava.
Óbvio, cara, assim que o Eloy anunciou a saída dele, eu pensei no Greyson. Eu achei que pela passagem dele no Suicidal, de ter essa pegada hardcore e tudo, ele seria uma possibilidade pro Sepultura, né. Liguei para ele no dia seguinte, falei o que aconteceu, etc, que a gente tava precisando e tava pensando nele, etc. Ele falou: ‘Pô, curti pra caralho, mas eu preciso falar com meu pai e com minha mãe.’ Desculpa, cara, moleque 21 anos, mano. Eu falei: ‘Pô, beleza.’ Aí no dia seguinte armamos uma ligação com o pai, com a mãe, ele, nossos empresários e tudo. Eles fizeram várias perguntas juntas, foi sensacional, cara, que legal, uma família assim exemplar, mano. Ele tem 21 anos, ele tem 22 agora, né, muito jovem. E, pô, o pai dele perguntou, ele não, o pai dele não é do business, mas toma conta do filho, né. Então ele perguntou: ‘Ah, segurança? Como é que vai viajar? Quantos shows no ano? Enfim, vai ter isso, vai ter aquilo, seguro de saúde?’ Perguntas pertinentes, mano, sabe, tomar conta do filho, claro. Em poucas horas a gente resolveu. Em 48 horas depois que o Eloy anunciou, o Greyson tava fechado.
E daí ele mergulhou no repertório, aí ele mergulhou no repertório, veio pro Brasil. E são músicas bem difíceis, mano. Não é só tecnicamente, mas também de sequência, né. As músicas mais antigas têm umas viradas meio irracionais, que foda, enfim, né, saíram do jeito que saíram, não tem muito como explicar harmonicamente ou, né, mas é isso. Ó, faz aí, faz aí. Mas, pô, ele tá cada vez melhor, né. E é um cara que se dedica, ele, pô, ó, tô tirando mais essa, tô tirando mais aquela, tô tirando para dar mais opções, entendeu? Ele não ficou só preso naquilo que a gente faz, ele trouxe: ‘Pô, que se a gente tocasse essa? Se a gente tocasse aquela?’ Foda, sensacional. Caralho, conhece o repertório, conhece a banda, é fã. Aí fica fácil. E foi trazendo e a gente foi colocando e tá curtindo.”