Stryper – “When We Were Kings” (2024)
Em um marco significativo para a história do metal cristão, o Stryper, uma das bandas mais emblemáticas do gênero, celebra quatro décadas de carreira com “When We Were Kings“, seu mais novo álbum lançado pela Frontiers Records e distribuído no Brasil pela Shinigami Records. Este lançamento surge no seguimento de “To Hell With The Amps”, um álbum acústico que revisitou alguns de seus maiores clássicos, incluindo uma tocante versão de “Amazing Grace“. Agora, com este novo trabalho, a banda parece retomar o controle de seu legado, oferecendo aos fãs uma sonoridade mais afiada, melodiosa e profundamente enraizada nas suas origens do metal melódico.
Ao ouvir “When We Were Kings” pela primeira vez, fica claro que o álbum traz uma notável evolução em relação a seu predecessor elétrico, “The Final Battle” (2022). Enquanto o último trabalho soou pesado e até um pouco sombrio em algumas de suas abordagens, o novo disco apresenta uma sonoridade mais acessível, sem abrir mão da potência que sempre caracterizou o Stryper. Ao invés de seguir pelo caminho excessivamente denso, o grupo abraça a melodia, com harmonias vocais impecáveis, refrões envolventes e solos de guitarra épicos de Oz Fox, que continuam a ser a alma da banda.
As canções do novo álbum são um reflexo claro do que o Stryper sempre fez de melhor: metal melódico com uma pegada poderosa e letras cristãs marcantes. Faixas como “”Rapture””, “”Love’s Symphony” e “Grateful” exemplificam a força da banda em construir músicas cativantes, com melodias memoráveis e uma energia renovada. A faixa-título, “When We Were Kings“, é uma verdadeira homenagem às suas raízes, uma reminiscência do Stryper dos anos 80, mas com a maturidade de quem passou por quatro décadas de história.
Em termos de temática, as influências cristãs continuam a ser um pilar forte do trabalho do Stryper, como em “End of Days” e “Trinity”, ambas faixas que remetem a uma pegada mais próxima ao power metal, com riffs rápidos e grooves pesados que lembram o melhor do metal clássico. Já canções como “Unforgivable”, “Divided By Design” e “Betrayed By Love” fazem a ponte para o lado mais pulsante da banda, explorando um som pesado e constante, mas sem perder a emotividade nas passagens mais baladares.
No aspecto vocal, Michael Sweet está em sua melhor forma, entregando performances vigorosas e com grande clareza. O alcance e timbre de sua voz são perfeitamente complementados pela estrutura musical do Stryper, e este álbum parece ser o ambiente ideal para seu estilo, muito mais do que em sua incursão solo com “Sunbomb”, Sua entrega é emocionada, cheia de poder e nuance, criando uma conexão direta com o ouvinte em cada faixa.
Não podemos deixar de destacar também o trabalho de Oz Fox, o guitarrista da banda, cuja habilidade técnica continua a impressionar. Embora muitas vezes subestimado, Fox brilha em “When We Were Kings“, oferecendo solos cheios de emoção e técnica, mas sem cair na armadilha da exibição desnecessária. Seu trabalho neste álbum é uma das grandes forças do disco, e, se você é fã de boa guitarra, vale a pena escutá-lo apenas por isso.
Em resumo, “When We Were Kings” é um excelente álbum que reafirma a posição do Stryper como uma das maiores bandas de metal melódico cristão de todos os tempos. Com seus 40 anos de carreira, a banda não só mostra que está em grande forma, como também entrega um álbum repleto de ganchos memoráveis, grandes melodias, temáticas espirituais profundas e, claro, solos de guitarra épicos. Para os fãs de longa data e para os iniciantes no universo do Stryper, este é um disco obrigatório.
Com uma turnê americana de três meses programada para acompanhar o lançamento, “When We Were Kings” é mais uma prova de que o Stryper não está apenas celebrando seu passado, mas também criando um futuro sólido para seu legado. Se você é fã de metal melódico e de música com alma, não há como não recomendar este álbum. Stryper continua a reinar!
NOTA: 7