Max Cavalera sobre regravações do Sepultura: “chance de fazer de novo e melhor”

Max Cavalera falou com o podcast Heavy, ele falou novamente sobre as regravações que fez ao lado do irmão, Iggor Cavalera. de alguns discos do Sepultura. Ele diz:

“Foi meio que uma chance de fazer de novo, mas fazer melhor, meio que não consertar os erros, porque acho que os erros foram até interessantes, mas fazer as coisas soarem de uma forma mais aprimorada. Tivemos a oportunidade de contar com uma guitarra melhor, um som de bateria superior, um estúdio de maior qualidade, cercados por pessoas experientes em metal, que sabem como gravar essas coisas. Nenhuma dessas condições estava disponível quando fizemos esses discos no Brasil. Estávamos por conta própria. Os engenheiros não sabiam exatamente o que fazer, e parecia que estávamos em uma terra sem lei ao gravar esses discos no Brasil. Então, tivemos a chance de refazê-los e fazer isso da maneira que imaginávamos que eles deveriam soar. As regravações são como nós, como músicos, achamos que elas deveriam ter soado desde o começo — esse é o som correto que imaginávamos para essas músicas. Mesmo quando éramos jovens, esperávamos alcançar o som que conseguimos nas regravações; era isso que buscávamos originalmente. Então, é muito legal termos a oportunidade de fazer isso. Muitas bandas não têm essa chance, não tentam ou tentam e falham. Elas não conseguem manter a energia e a raiva do original. Nós conseguimos manter tudo sob controle. Garantimos que permanecesse com aquela raiva. É um álbum cheio de fúria e intensidade o tempo todo. Acho que é por isso que muitas pessoas amam as regravações. Os fãs adoram, e elas são muito bem recebidas ao redor do mundo.”

Quando perguntado se ele acredita que os primeiros álbuns do Sepultura teriam sido tão bem recebidos se tivessem sido melhor gravados na década de 1980, Max respondeu:

“Nós nunca tivemos um manual sobre como fazer essas coisas. Fizemos tudo no momento. Chamam isso de improvisar, de tentar e errar. E essa é a beleza desses discos — eles estavam repletos de coisas que surgiram do nada. Tipo, o que eu estava pensando quando fiz esse riff? Esse riff é louco! O que diabos eu estava pensando? Mas é lindo, cara. É legal. Isso mostra que, mesmo com 14 ou 15 anos, eu já tinha aquele metal nas minhas veias. Eu tinha aquele metal selvagem circulando no meu sangue e simplesmente fui em frente. E agora, eu tenho a chance de revisitar tudo isso como uma pessoa mais velha e ainda sentir o mesmo prazer com esses álbuns que eu sentia quando era criança. É uma sensação incrível. Você consegue fazer isso. Me sinto muito sortudo, eu e meu irmão, por sermos capazes de celebrar nosso passado por meio desses álbuns e tocá-los ao vivo para as pessoas. É uma sensação incrível.”

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

One thought on “Max Cavalera sobre regravações do Sepultura: “chance de fazer de novo e melhor”

  • janeiro 14, 2025 em 8:23 pm
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    Esses albums antigos nem ouvia, para falar a verdade!!!! Muito tosco, mal gravado e sem energia esses albums tinha!!!! Só fui gostar de algumas músicas quando vi o Sepultura tocá-las ao vivo e algo do tipo!!!! Essas versões Remake tá bem mais trabalhado, com mais energia e a arte da capa impecável…só não ver quem não quer mesmo!!!! Se dependesse de mim Arise também entraria nesse remake, Valeu!!!!

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