Paulo Baron responde quanto tempo o Angra ficará “pausado”

Em uma entrevista no podcast Ibagenscast, o empresário do Angra, Paulo Baron, falou sobre a pausa que a banda anunciou no ano passado. Ele responde sobre qual foi o motivo para o hiato, conforme transcrito pelo Confere Rock:

“Primeiro: a decisão da parada foi pura e unicamente porque estamos muito esgotados. Eu comecei empresariar o Angra, há 12 anos atrás, e durante esse período de tempo foi muito frenético. O único momento que eu saí do Angra foi justamente poucos dias antes da pandemia, inclusive três meses antes da pandemia, porque eu já estava cansado. E foi por isso que me demiti da banda. Só por isso. O único motivo foi o cansaço e a pressão do ritmo frenético que estávamos levando. Depois, a banda não parou, durante a pandemia, eles lançaram um álbum e seguiram em frente.

Só que muita gente acha que uma banda funciona apenas no palco, mas são todas as coisas fora do palco que mais cansam. A criação, essa parte criativa, acontece em domingos, em sábados, até feriados. Enquanto todo mundo está em férias ou no Ano Novo, eu estava resolvendo coisas da banda. Apesar de parecer que estamos de férias, nunca estamos. Isso cansa, e às vezes você tem vontade de ser normal e simplesmente acordar sem ter que se preocupar com nada, como aqueles dias em que você acorda e diz: “Ah, caiu a baba.” É um momento de descanso que você deseja. Você quer sentar na praia, descansar, fazer outros projetos. O Angra demanda muita energia.

A logística do Angra é muito difícil. O Bruno mora em Los Angeles, o Fabio mora em Pisa, na Itália, não em Roma ou Milão. Então, imagine a logística para ele sair de Pisa, que nem é uma cidade grande. Cada um tem sua família e sua vida, tem o Barbosa que mora em Brasília, o Felipe perto de Campinas, eu moro em Curitiba, e o escritório também é de Curitiba. Então, toda essa logística e coordenação é muito exaustiva. Por isso, precisamos de descanso, para podermos nos dedicar a outro tipo de coisa, arrumar a casa, colocar os vinhos em dia. Eu vou continuar trabalhando porque tenho meus projetos de shows, o Felipe vai continuar tocando, o Bruno vai continuar tocando… cada um vai seguir seus projetos, se quiserem fazer discos solos ou tocar com outras bandas. Enfim, cada um vai fazer o que quiser.”

Baron então fala sobre as possibilidades de retorno do Angra:

“Agora, como será a volta, não sabemos. Não sabemos quando será o momento. Talvez alguém ligue e diga: “Pessoal, estou cansado de não fazer nada, vamos voltar à estrada.” Aí eu tenho que ligar para o Cal, perguntar para o Fábio o que ele está fazendo, “Pô, cara, estou aqui maturando ideias”, e aí a gente tenta se organizar. Às vezes o Bruno pode falar: “Não, não posso, já estou comprometido com outra coisa.” Então, vamos ter que decidir se esperamos ou continuamos com outros projetos. Mas isso é o que será legal: não saberemos exatamente quando vai acontecer.

Quanto à minha função como empresário, acredito que continuo. Temos que continuar cuidando de várias coisas. O empresário não cuida só de marcar shows, ele cuida de toda a parte burocrática, dos produtos que temos que lançar, e ainda temos o possível DVD gravado no Cruzeiro que precisa ser trabalhado. O tempo passa rápido, um ano passa rápido, dois anos passam rápido, três anos também. Eu espero que não demore muito para que a banda volte. Eu acredito que no máximo dois anos seria o ideal. A banda vai fazer falta, com certeza. Mas se pensarmos bem, o Angra não parou de verdade, foi só a pandemia que nos forçou a parar. Lembra que quando assumi o Angra foi só correria constante?”

O Angra ainda vai correr este nos por diversas cidades com a turnê de 20 anos de comemoração do disco “Temple of Shadows”. 

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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