Resenha: Grand Magus – “Sunraven” (relançamento)

Grand Magus sempre foi uma banda que se manteve fiel ao seu som, um pilar do heavy metal tradicional misturado com uma dose de doom, sem se render às modas ou à necessidade de reinventar a roda. E é exatamente isso que os torna tão confiáveis e autênticos, desde sua formação em 1999. Com o lançamento de seu décimo álbum, “Sunraven”, lançado pela Nuclear Blast e distribuído pela Shinigami Records, a banda não apenas mantém sua identidade, mas também reforça seu lugar como uma das mais consistentes e poderosas do gênero. Após mais de duas décadas de carreira, o trio sueco entrega um dos seus álbuns mais impactantes, talvez desde “The Hunt” ou “Hammer of the North”.

O apelo do Grand Magus sempre foi simples: riffs pesados, ritmos envolventes e refrões que ficam gravados na mente do ouvinte. Em “Sunraven”, essa fórmula atinge seu auge, trazendo músicas que variam de curtas a médias em duração, mas que são imensamente cativantes e bem estruturadas. Não é apenas a agressividade que define o álbum, mas sim a densidade de suas composições. Há uma sensação de grandiosidade no som da banda, que, embora não excessivamente agressivo, soa massivo, transportando o ouvinte para um universo de riffs poderosos e uma atmosfera que oscila entre o tradicional e o doom.

A faixa de abertura, “Skybound”, é um exemplo perfeito da habilidade da banda de criar um impacto imediato. Os riffs entram com força logo nos primeiros segundos, e o vocal de JB Christoffersson faz o resto, trazendo uma energia contagiante para a música. A combinação entre a guitarra e os vocais de JB, com os backing vocals de Fox Skinner, é sempre um ponto alto do som da banda, e aqui não é diferente. O refrão é irresistível e fica na cabeça muito depois de a música terminar.

A faixa-título, “Sunraven”, é outro destaque, mostrando a habilidade da banda em misturar melodia e peso de maneira magistral. A introdução melódica se transforma em um ritmo galopante que vai ganhando força, enquanto o vocal de JB emociona com sua entrega apaixonada. A música é uma verdadeira jornada, e o refrão se torna um hino que soa perfeito para ser cantado ao vivo.

Em “The Black Lake”, o baixo de Fox se destaca desde os primeiros segundos, criando uma base sólida que dá espaço para os riffs mais pesados e a poderosa bateria de Ludwig (do Spiritual Beggars, que está na banda desde 2012). A música segue uma linha melódica durante a seção intermediária, um momento que realmente demonstra a maturidade composicional do grupo. Cada integrante tem seu espaço para brilhar, e a dinâmica entre eles é impecável.

“Grendel” traz um equilíbrio entre momentos pesados e atmosféricos, com um riff principal que é puro metal, e um refrão que é impossível de não se apaixonar. Mais uma vez, o trabalho conjunto do baixo e da guitarra faz toda a diferença, criando uma base sólida para que a música realmente ganhe vida.

Para fechar, o álbum termina com “The End Belongs to You”, uma faixa épica que soma todas as qualidades do Grand Magus: riffs poderosos, energia incontrolável e um refrão que, com certeza, será cantado pelas multidões em futuras apresentações ao vivo. A música, que começa com uma bateria firme e ganha força à medida que avança, encerra o álbum de maneira perfeita, deixando um gosto de “quero mais”.

Em resumo, “Sunraven” é mais uma obra-prima do Grand Magus, e comprova o que já sabíamos: eles não precisam de truques ou modismos para entregar algo de alto nível. Se você já é fã da banda, este álbum vai agradá-lo sem dúvidas. E se você se afastou do grupo por algum motivo, “Sunraven” tem o poder de trazê-lo de volta ao mundo do Grand Magus, mostrando que, mesmo depois de 20 anos de carreira, a banda continua a manter seu fogo aceso e seu impacto no metal inquestionável.

NOTA: 7 

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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