Roberto Barros fala sobre motivos de deixar banda de Edu Falaschi e planos futuros
Após anunciar que estava deixando a banda de Edu Falaschi, Roberto Barros fez um vídeo explicando o que o motivou a tomar a decisão. Ele disse conforme transcrito pelo Confere Rock:
“Qual é o motivo de eu ter saído e quais são os planos futuros? Né, afinal, a gente tem que seguir em frente. E, direto ao ponto, gente: o motivo principal é que eu quero tirar um ano off para mim, um ano sabático. Um ano para eu estudar absurdamente, que é uma coisa que eu amo fazer, sempre amei fazer, desde antes da banda. Tem diversos relatos, né, do Aquiles, de outros, de todos da banda, falando que eu estudava após show, antes do show… então, é uma coisa que eu amo fazer.
E, além disso, fazer os meus trabalhos também, né? Porque, entrando um pouco mais dentro do motivo: pelo menos nos últimos sete anos, a gente não parou com a banda do Falaschi, né? E eu não estou reclamando. Foram coisas que eu quis, a minha vida inteira. Mas, na banda, eu tinha um papel diferente de todos os outros músicos. Eu era o cara que estava ali, que era o compositor, junto com o Edu. Então, de certa forma, todos da banda sabem disso: eu era o cara que mais trabalhava ali na banda depois do Edu, né? Porque eu era o cara que passava… quando a gente compôs o Veracruz, nós passamos um ano e meio compondo, com alguns hiatos no meio por conta da pandemia, mas foi um ano e meio. Então, eu passava todos os meses na casa do Edu: 20 dias, 22 dias, 15 dias… e assim foi durante todo o período de pré-produção. Depois, a mesma coisa. No período do Eldorado, depois período de gravação, preparação para as turnês, enfim. Então, a gente não parou nesses últimos sete anos. E, graças a Deus, fizemos coisas maravilhosas, coisas que eu vou sempre me orgulhar e que serei sempre grato, né, ao Edu e a toda a banda. Mas, como eu disse, foram sete anos que eu não parei. Cara, a gente fez muita coisa e chegou um momento em que eu pensei: “Cara, eu já tô com 40 anos e eu ainda não fiz o meu disco solo. Eu ainda não consegui terminar o meu disco, Aquiles.“
Tenho vários alunos, tenho minhas mentorias, eu tenho a minha escola online, que é a minha maior fonte de renda há mais de 10 anos, e tudo isso estava meio… não abandonado, mas meio de lado. Porque, quando eu entro em algo, eu sou psicopata mesmo, desculpem a palavra, eu vou para… sabe, para fazer o meu melhor, o melhor possível por aquele trabalho. E assim eu fiz dentro do trabalho do Edu Falaschi. E, com isso, obviamente, você não consegue equilibrar tudo. Então, chegou o momento em que eu pensei: “Cara, agora eu preciso fazer as minhas coisas.” Afinal, já tenho 40 anos, eu quero desenvolver as minhas coisas também, né? E aí, quando pintou essa nova turnê, para mim foi o momento em que eu decidi. Foi a decisão final. Porque, apesar de ser um disco que eu amo, que eu cresci ouvindo, foi o disco, acho que o primeiro disco que me impactou. Eu lembro que comecei ouvindo Angra, mais metal, né, mais técnico e tal, e o Hurf já tinha me impactado, mas quando chegou o “Temp of Shadows”, acho que foi aquele disco, assim, que eu falei: “Nossa, é isso que eu quero fazer!” Então, eu amo o disco, mas eu já fiz essa turnê, né? Então, eu pensei: “Cara, não faz sentido eu fazer essa turnê de novo, é uma história do Edu e de outros caras, de outro guitarrista.” E eu pensei: “Bom, acho que agora é o momento que eu posso ir construir um pouco da minha história também.” É um momento que eu vou fazer as minhas coisas, que eu vou compor o meu disco, que eu vou estudar absurdamente, porque eu tenho uma meta de onde eu quero chegar tocando, de coisas que eu quero fazer em um tempo de um ano.
E eu pensei: “Cara, acho que esse é o momento.” Porque a vida é feita de ciclos, né? O ciclo que eu estou agora não é o mesmo ciclo de um garoto de 25 anos, de um cara de 30, ou de um garoto de 20 anos que não viveu essas coisas, né? E eu sei o quanto as pessoas sonham com isso. E a beleza da vida é essa: de repente, uma renúncia minha vira uma benção na vida de outra pessoa. E assim, eu tenho certeza que tá sendo uma benção para o Victor Franco, que está entrando no meu lugar e vai viver tudo isso que eu vivi nesses últimos 8 anos: viajar, tocar, compor, tudo que ele possa vir a fazer dentro da banda do Edu. Então, a vida é assim, cara, a gente tem ciclos. A única coisa que a gente tem certeza nessa vida é que a gente vai morrer um dia. E é uma vida tão curta, cara, né? Se a gente for pensar, a vida é muito curta. Porque eu vi uma vez uma coisa muito interessante: se você contar que, nos seus primeiros 10 anos de vida, você não faz nada, né? Você vive em função dos teus pais, você fica dentro de casa, vai pra escola, mas você não faz nada praticamente. Aí, nos teus últimos 10 anos de vida, digamos que você já esteja numa idade muito avançada, você também vai estar numa situação de vida totalmente desacelerando, né? Se forem os últimos 10 anos de vida, talvez você já esteja doente ou alguma coisa do tipo. Então, cara, se você somar, são 20 anos. Se uma pessoa vive, talvez, 80 anos, você tem 60 anos de plena vida para você viver, para você viajar, para você saber fazer tudo o que você quer fazer. Você compor, você… mano, fazer o que você quiser fazer, você recomeçar, falhar, começar de novo, sonhar, desistir, se apaixonar, apaixonar novamente… É isso, cara. A vida é feita de ciclos. E, se a gente não aproveita, se a gente se apega demais, a gente não vive essa vida que é tão curta. Então, eu pensei: “Cara, eu acho que esse é o momento da gente trocar esse ciclo e eu viver um novo momento: compor o meu disco, fazer o meu período sabático de estudos, que eu amo estudar. Eu sempre digo em todos os vídeos que, se eu olhar um vídeo meu de um pouco tempo atrás, eu não vejo evolução. Isso me deixa doente. E eu já não vinha conseguindo estudar há um bom tempo, porque eu trabalhava muito na banda, né? É, na banda mesmo, todo mundo já fala isso, que eu era o cara que mais fazia as coisas ali. Então, eu era o cara que compunha, né? A gente compôs o Eldorado, compôs o Veracruz. E, quando eu digo compor, não é chegar lá e ter as linhas de guitarra prontas. Isso é uma coisa importante, quero que vocês lembrem disso: que eu compus. Eu chegava lá, criava do zero junto com o Edu, estruturava as músicas, opinava nas linhas vocais dele, construía harmonia, construía… sabe? Tudo. A gente compôs o disco, a carreira dele, mas eu compus tanto quanto ele nos dois discos. Isso me tomou muito tempo, e disso eu sou extremamente orgulhoso. Existe o Roberto antes de tocar com o Edu e depois que eu vou sempre me orgulhar. Vou ser sempre grato a ele, e assim como eu tenho certeza que ele também é a mim, porque eu contribuí absurdamente para o trabalho dele. Mas, como eu disse, a vida é cheia de ciclos, e esse é o momento que eu quero viver novas coisas.”
Roberto então continuou falado sobre um disco solo que ele vai lançar e outros planos:
“Eu quero estudar muito, quero fazer o meu disco, quero terminar o meu disco com Aquiles Prister, que está muito bonito, faltam só quatro, acho que três músicas. Ah, e é isso, cara. E o que mais vier, né? Tenho planos de morar nos Estados Unidos, já estou vendo o meu processo de visto. Enfim, a gente nunca sabe, pode ser que eu esteja falando tudo isso agora e, de repente, eu entre em outra banda semana que vem. A gente não sabe, né? Se fosse isso, eu falaria para vocês. Tá, então, não antes que surjam as teorias da conspiração: não saí por conta de outra banda, não foi para entrar no Mastodon ou qualquer outra banda. Gente, não foi. Talvez seja a Jéssica, né? Não sei, Jéssica, conta para a gente se foi você que vai entrar na banda. Pô, se for, vai ser muito legal! Mas não fui eu, não fui a pessoa, né, para sair por conta disso.
Tudo que eu disse para vocês foi para viver esse novo momento na minha carreira. E, cara, eu me orgulho de tudo o que eu fiz ali. Tudo, tudo, tudo! Esses dois discos são dois discos que eu vou sempre lembrar com muito carinho de todos os momentos que vivi na banda. Ah, obviamente, em todas as relações interpessoais existem momentos extremamente felizes, momentos acalorados, momentos de discussão, e tudo isso, mas não foi o motivo dessa saída. O motivo dessa saída foi porque eu queria viver um novo momento. Eu sabia que tinha que começar a fazer essas contas. Eu pensei: ‘Cara, eu tenho 40 anos, se eu fizer uma turnê agora, ela vai me tomar o ano inteiro. Depois a gente vai ter que compor um disco, depois esse disco vai durar no mínimo um ano de composição, depois vou ter que gravar o disco, depois sair em turnê… pô, três, quatro anos para fazer esse ciclo, esse processo. Aí já vou estar com 43, 44 anos. E, para daí começar a correr atrás dessas coisas, eu falei: “Não, eu preciso fazer isso agora.”‘
E aí foi onde eu pensei: ‘Cara, tem tanta garotada dessa geração que é bizarra, eu tenho orgulho de falar, sempre tenho orgulho de ver que os caras mais brilhantes dessa nova geração, todos eles que eu vejo, são pessoas que em algum momento estudaram os meus cursos, tiveram aula… enfim, e eu fico feliz da semente estar sendo espalhada. O próprio Vittor Franco, ele já fez aula comigo, e tantos outros que poderiam estar ali, extremamente capacitados, né? Assim como o Victor. Então, eu fico muito feliz que a tocha está sendo passada e que eles vão continuar esse trabalho lindo com o Edu. Afinal, essa história é do Edu, do Aquiles e do Fábio Laguna.’
Então, quando comecei a pensar, falei: ‘Cara, eu já fiz essa turnê, mesmo eu amando o disco, sendo um dos discos da minha vida. Eu amo esse disco com todas as forças, mas já fiz essa história de um outro guitarrista, do grande Kiko Loureiro, a história de uns caras que eu dei o meu melhor para representar da melhor forma nesses últimos 8 anos. Eu sempre quis ser o cara que chegava no show e fazia o solo o mais fiel possível, porque eu falava: ‘Cara, esse solo fez parte da minha vida, eu tenho que dar o meu melhor aqui’. Então, sempre fui assim, sempre tive essa persona em relação aos trabalhos e músicas da carreira do Edu, que se confundem com o Angra. Mas, nesse momento, eu falei: ‘Cara, agora eu não quero continuar vivendo uma história que não é minha. Agora é o momento de eu escrever um novo capítulo.'”
Roberto Barros será substituído por Victor Franco.
é por isso que eu fico desconfiado dessas conversas e desculpas!!!! Todo mundo sonhando em ter um emprego desses e quem tem não dar o devido valor ou inventa o tal ¨descanso mental¨!!!! Kiko Loureiro, Marty friedman, Roberto barros, Jéssica Di Falchi e assim vai…não sabemos mesmo o real motivo, apenas vemos e lemos essas justificativas quase parecidas uma com as outras!!!! Novos projetos, nova banda, preferiu virar pagodeiro…não sei, fica a pergunta e as justificativas ¨respondidas¨!!!! Valeu!!!!