Opeth e a genialidade do death progressivo – Especial Monster of Rock

Estamos há menos de um mês do Monsters of Rock, e iniciamos aqui uma edição especial tratando bandas que irão subir ao palco do evento. Começamos pela genialidade de Mikael Akerfeldt em frente ao Opeth.

Vindo de Estocolmo, a banda sempre foi rotulada como do meio do metal progressivo, porém, prender o Opeth a uma única vertente é o mesmo que prender um gênio na lâmpada.

Ao todo, já são 14 discos de estúdios, e entre eles, você irá se deparar com uma verdadeira montanha russa sonora, sendo cada registro uma peça única, de sonoridade, inspirações e temas diferentes. Mikael é um rato de música, então suas inspirações vão desde o rock clássico ao metal extremo, e ele conseguiu misturar tudo isso em um liquidificador e condensar em um único local, criando um máquina poderosa e certeira que consegue criar uma música um tanto quanto poderosa.

Iniciando sua história em “Orchid” de 1995, talvez nem eles próprios sabiam que estariam fundando uma verdadeira escola e entidade dentro da música, que criaria devotos pelo mundo todo, incluindo o Brasil, onde o grupo tem um público bastante devoto e que busca ávido por novidades em relação ao nome. O disco é pautado na música extrema, mas já mostrava que não teria rédeas ou amarras em um gênero, isso fosse do gosto de outros ou não, a banda sabia o que queria fazer e não deixaria ninguém ditar suas regras, o jogo era deles e assim foi pelos 13 discos adiante.

Em “Still Life“, de 1999, um grande ano para a música pesada, foi o marco para que se alguém ainda não tivesse ouvido falar em um Opeth, o conhecesse, e a partir daí ser mais um  fiel a cada lançamento que viria posteriormente. Com uma belíssima capa, ali são apresentados épicos como a “The Moor”, caótica e ao mesmo tempo hipnotizante. A poderosa “Godhead’s Lament” que traz vocais insanos de Mikael e riffs macabros. Isso aliado a momentos delicados como “Benighted”, uma espécie de interlúdio belíssimo. Como não citar a linda “Face of Melinda” e “Serenity Painted Death“.

E daí adiante, as coisas ganham um grau monstruoso. Se unindo ao gênio Steven Wilson, do Porcupine Tree como produtor, a banda lança o gigante “Blackwater Park”. Como não nos encantarmos com os teclados delicado de “Bleak” que são só a introdução para o monstro que vem a seguir. A icônica “The Funeral Portrait” é outro grande marco por aqui e se alguém tinha dúvidas que o Opeth se tornaria um grande leviatã da música, isso se encerrava aqui.

Adiante, a banda fez uma grande aposta. Eles gravaram dois discos de forma simultânea, “Damnation” e “Deliverance”. As duas produções se diferenciavam pelo contraste sonoro de cada um deles. Um era um dos seus registros mais pesados, já o outro, trazia temas mais leves, melódicos e brandos, mas de uma riqueza musical ímpar. Isso acabou gerando um certo burburinho entre seus fãs, dividindo suas opiniões nas escolhas da banda e o que eles fariam adiante. Ambos são produções impecáveis e a seu modos, trazem grandes momentos em suas músicas.

Mas foi na sequência que a banda lançou o que particularmente considero sua grande obra prima. “Ghost Reveries“, que desde a abertura com “Ghost of Perdition“, atmosférica e visceral, passando pela maestria de “Reverie/Harlequim Forest“, uma das músicas mais icônicas que a banda já gravou e motivo pelo qual fãs incendeiam os shows quando ela é tocada. Ainda há tempo para um cover majestoso de “Soldier of Fortune” do Deep Purple, entoado a altura da original.

Já em “Watershed”, a banda faz uma virada de chave, apostando mais em violões, vocais mais limpos e se aproximando mais do rock progressivo. Isso faz com que alguns fãs torçam a cara para o Opeth, mas a esses, só podemos lamentar a perda auditiva de luxo que pode ser feita nesse tempo. São melodias ricas em detalhes, delicadas, e com um toque de luxo monstruoso. “Coil” é um exemplo gigante disso, assim como “Porcelain Heart”, densa e profunda.

Daí para frente, passamos por mais lançamentos, sendo destaque para “Sorceress”, dono de uma das melhores faixas títulos que a banda já criou em toda sua trajetória, e “In Cauda Venenum“, mais uma vez duas obras carregadas de detalhes de luxo e uma vasta musicalidade impressionante.

Em 2024, o Opeth lançou “The Last Will and Testament“, que trouxe elementos dos primórdios de volta para aqueles fãs mais saudosistas.

Se você ainda não se interessou ou teve a mínima curiosidade por descobrir quem é o Opeth e seu líder, Mikael Akferfeldt, eis aí um grande momento para fazer isso. A banda se apresenta no Monster of Rock deste ano, que acontece no dia 19 de abril, no Allianz Parque em São Paulo, e ingressos ainda estão disponíveis. A banda também faz um sideshow ao lado do Savatage no Espaço Unimed no dia 21 de abril e também há ingressos disponíveis.

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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