Kerry King ainda é “escravo” do Slayer em estreia no Brasil
Fotos: André Tedim
O domingo do Bangers Open Air, trazia entre as suas várias atrações, Kerry King e sua estreia como banda solo no Brasil.
É claro que a expectativa de ver dois ex membros do Slayer juntos novamente, era grande ao seus devotos fãs de tantos anos e anos de trajetória, ainda mais agora com a banda em hiato e pontuando alguns shows esporadicamente, sem sabermos se o Brasil estará em seu rumo em algum momento dessa nova suposta volta.
Compõe a banda além de King, Mark Osegueda (vocal), Paul Bostaph (bateria), Phil Demmel (guitarra) e Kyle Sanders (baixo), e com alguns minutos de atraso, eis que finalmente vemos aos poucos seus integrantes chegando um a um ao palco.
A abertura fica por conta de “Where I Reign“, do disco de estreia “From Hell I Rise“, e se inicia uma hora de puro thrash metal visceral. Sem muito tempo para respirar, “Rage” vem na sequência e causa mais um momento de euforia na plateia. “Trophies of the Tyrant” encerra a trinca de abertura.
Após essa, Mark, também vocalista do Death Angel, conversa rapidamente com o público, prometendo bons momentos pela frente, e agradece por estar de volta a São Paulo e novamente nesse festival, onde no ano anterior esteve com sua banda.
(Gustavo Diakov em cobertura para Igormiranda.com.br)
Os riffs de “Residue” vem na sequência e é uma ótima oportunidade de vermos o mestre Bostaph cadenciando seus bumbos. “Two Fists” traz um som mais voltado ao punk e foi engraçado notar que nesse ponto do show, a plateia pareceu ter dado uma leve esfriada, como se esperando por “algo a mais”. Os riffs caóticos de “Idle Hands“, abrem a parte seguinte do show e soa perfeitamente como uma sobra do Slayer que poderia muito bem ter figurado em um disco da banda em algum momento.
Mark conversa rapidamente mais uma vez com o público, antes de riffs muito conhecidos do público fã do Slayer começarem a serem entoados. Um refrão cantado em uníssono e o caos volta a reinar, “God Hate Us All” é cantado a plenos pulmões pela plateia e também por Mark que parece um tanto confortável em emular os vocais de Tom Araya. “Disciple” é um caos absurdo, e ver a música executada ao vivo em plena tarde de domingo é um momento único, e mais uma vez o destaque vai para Bostaph, monstruoso e uma máquina triturando a bateria.
Logo em seguinda, a banda presta uma homenagem ao Iron Maiden, com “Killers”, que é bem recebida, e supreendentemente, causa confusão em algumas pessoas que não sacaram que se tratava de uma música do Maiden, mesmo com Mark falando rapidamente antes de começar. A versão é bem particular, mas respeita a obra original e soma pontos com a plateia. “Shrapnel” é um leve flerte com o industrial moderno e funciona muito bem ao vivo.
Mas é o que vem em seguida que faz o chão tremer de verdade no show que já caminhava para seu final. Luzes vermelhas no palco, um som afiado e agonizante surge nas caixas. Uma nota aguda surge e a bateria anuncia o tom infernal que está por vir. “Raining Blood“, majestosa e imponente como é, chega e transformar a arena em um pandemônio com sinalizadores, Goku do Dragon Ball em meio ao mosh, o front row em um mar de “pancadaria” e “chifres” levantados aos ares. Ainda há tempo para “Black Magic” e o encerramenta com a faixa título “From Hell I Rise“.
Uma execução muito bem realizada e uma hora visceral, mas aparentemente, isso não foi o suficiente para jogar o fogo esperado na plateia, que mostrou esperarem, ou melhor, se guardarem para “momentos Slayer” durante o show, mostrando que King ainda é um “escravo” da sua ex banda e ainda falta um pouco de emoção do público com sua nova empreitada.
O cara ajudou a criar o Slayer, respirar Slayer e tem influência do Slayer…difícil largar o estilo Slayer!!!! Valeu!!!!