Mulher relata pânico e medo durante show do System of a Down na área PCD em Interlagos
A usuária do Instagram, Mayara Massa, portadora da “doença dos ossos de vidro”, relatou pânico e medo vividos durante o show do System of a Down no autódromo de Interlagos na semana passada. Em um vídeo nas redes sociais, ela falou sobre a má experiência e os momentos que vivenciou ali. Ela diz conforme transcrito pelo Confere Rock:
“Eu sou Mayara, eu sou uma mulher com deficiência. Eu tenho osteogênese imperfeita, que é conhecida como a doença dos ossos de vidro, e queria compartilhar com vocês que, enquanto pessoa com deficiência, eu nunca me senti tão desrespeitada quanto aconteceu ontem, no show do System of a Down, no Autódromo de Interlagos.
Os meus direitos foram desrespeitados de diversas formas, e a produção do show do System of a Down, no Autódromo de Interlagos, colocou a minha vida — e a de outras pessoas que também estavam lá — em risco.
Vou contar para vocês todo esse show de horrores que aconteceu.”
Na sequência, Mayara relatou o que viveu durante a apresentação que reuniu mais de 50 mil pessoas na última quarta feira em Interlagos, para o show final do System of a Down no Brasil:
“Cheguei ao autódromo com antecedência e me disseram para esperar pelos carrinhos que levariam pessoas com deficiência até a área PCD. O primeiro carrinho chegou para nos buscar já eram 21h15, e só conseguimos chegar ao show às 21h30 — sendo que o show começava às 21h. Quando chegamos, eles já estavam tocando a quinta música.
Durante a espera, ouvimos funcionários dizendo:
“Esse carrinho não vai vir não. Esse carrinho é só pro pessoal do VIP que tá vindo ali. Será que eles vão passar pegando as pessoas direito?”
E a gente ali esperando o carrinho…
Não havia um caminho adequado para o carrinho passar. Ele trafegava no meio da pista, o que era perigoso até para as pessoas sem deficiência que estavam na pista comum assistindo ao show.
A área PCD estava superlotada e foi tomada por pessoas sem deficiência que ficaram em pé no espaço, dificultando ainda mais o acesso e a segurança. Eu fui empurrada diversas vezes. Diversas pessoas quase caíram em cima de mim. E eu tenho osteogênese imperfeita — não posso sofrer impactos.
Chegou um momento em que eu pedi ao bombeiro, pelo amor de Deus, para me tirar dali. Falei:
“Olha, eu nem quero assistir o show em um lugar melhor. Eu só quero sair daqui. Só quero ir embora, porque estou em risco.”
O próprio bombeiro ficou assustado com a situação. Ele virou para o colega e disse:
“Olha, a gente realmente precisa tirar ela daqui, porque ela vai acabar tendo uma fratura nesse lugar.”
Eu só consegui sair do autódromo à 1h30 da manhã. Mesmo o show tendo acabado às 23h30, o carrinho só foi buscar as pessoas com deficiência duas horas depois do término.
Não dá para aceitar isso.”
Nos comentários, outro usuários também relataram percalços vividos durante a apresentação. Até o momento, a produtora responsável pelo show, a 30e, não se pronunciou sobre o ocorrido.
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