Angra: há 27 anos era lançado “Fireworks”
Há 27 anos, em 14 de julho de 1998, o Angra lançava o seu terceiro álbum. E “Fireworks” mostra uma sutil, mas importantíssima mudança no seu direcionamento musical. Esse é mais um álbum do qual iremos bater um papo nesta segunda-feira.
A banda vinha de um segundo álbum riquíssimo, em que toda a brasilidade musical fora explorada, em conjunto com o Heavy Metal que a banda sempre fez com qualidade acima da média e honestidade. E quem esperava uma continuação de “Holy Land”, acabou surpreendendo-se.
A banda já atravessava alguns problemas internos, tendo inclusive, o vocalista André Matos se desligado da banda antes mesmo do início das gravações de “Fireworks“. Porém, após uma conversa entre o saudoso vocalista e o guitarrista Kiko Loureiro, ele acabou demovido da ideia, mesmo que o futuro nos mostrasse que essa seria uma breve decisão. Edu Falaschi chegou a ensaiar como vocalista e estava pronto para gravar, quando Andre foi convencido por Kiko a retornar. Edu assumiria de vez o posto de frontman no ano de 2000.
Resolvido o maior impasse, todos voaram para Londres, e se juntaram no “Metropolis and Rainmaker Studios”, por onde permaneceram entre os meses de abril e junho de 1998, ao lado do saudoso produtor Chris Tsagarindes, que também ajudou a escrever as letras de “Petrified Eyes” e “Mystery Machine“, e de lá saíram com essa pérola.
O álbum conta com dez faixas em 57 minutos de duração. Ainda que seja de longe o álbum mais pesado de toda a discografia do Angra, ele ainda mantém muito da brasilidade em algumas músicas, como o baião em “Wings of Reality” ou a pegada bem MPB em “Gentle Change“. Músicas como “Lisbon“, “Metal Icarus” e “Speed” se tornaram clássicas, mas não podemos também descartar outras boas canções como “Petrified Eyes”, “Paradise” e a faixa-título.
Com “Fireworks“, o Angra, enfim, conseguia angariar mais um fã para a banda: este que vos escreve. E muito provavelmente outras pessoas se tornaram fãs em virtude do nosso aniversariante. Lembrando que a música “Fairy Tale”, que acabou sendo lançada pelo Shaman, fazendo inclusive sucesso na novela “O Beijo do Vampiro”, da TV Globo, fora apresentada por Andre Matos para fazer parte de “Fireworks“, mas os integrantes recusaram a música. Coisas da vida.
O álbum chegou a ocupar a 15ª posição nas paradas da Alemanha e a 41ª posição na França, país onde o Angra gozava de certo prestígio. França, aliás, foi o país onde o Angra fez uma apresentação em 1998 tendo como convidado especial, ninguém menos que Bruce Dickinson, na época no topo de sua carreira solo e divulgando o álbum “The Chemical Wedding“. “Fireworks” foi bem recebido pela crítica especializada e também pelo público. Apesar do clima bem tenso internamente, os fãs não tinham ideia do que acontecia e tudo parecia estar bem. Este é um dos álbuns preferidos por boa parte daqueles que seguem o Angra.
Foi durante a turnê que o caldo azedou, principalmente entre três membros da banda e o empresário Antônio Pironi. Recentemente, o assunto foi trazido de volta a tona com o documentário sobre Andre Matos. Rolou inclusive, acusações de que o empresário estaria pirateando cópias dos álbuns do Angra, o que teria irritado o vocalista e feito com que ele saísse. Antes de se juntar novamente com Mariutti e Confessori no Shaman, ele concentrou seus esforços no Virgo, um projeto mais voltado ao Hard Rock, que gravou com seu amigo Sascha Paeth.
Hoje é dia de celebrar esse belíssimo álbum. O Angra já não é nem sombra do que foi nos anos 1990 e da formação original resta apenas o guitarrista Rafael Bittencourt. Houve conversas para que todos se reunissem, mas o destino levou nosso maestro antes que a reunião ocorresse. Em 2016, durante turnê para comemorar os 20 anos de “Holy Land“, o antecessor, Ricardo Confessori e Luis Mariutti chegaram a tocar, mas Andre, ainda muito magoado com os ex-colegas de banda, não topou. E quem viu o Andre no Angra, pode se orgulhar. E quem não viu, pode ao menos dizer, como eu sempre digo: eu ouço gente morta!
Fireworks – Angra
Data de lançamento – 14/07/1998
Gravadora – Steamhammer/ Paradoxx
Faixas:
01 – Wings of Reality
02 – Petrified Eyes
03 – Lisbon
04 – Metal Icarus
05 – Paradise
06 – Mystery Machine
07 – Fireworks
08 – Extreme Dreams
09 – Gentle Change
10 – Speed
Formação:
Andre Matos – vocal / teclado
Kiko Loureiro – guitarra
Rafael Bittencourt – guitarra
Luis Mariutti – baixo
Ricardo Confessori – bateria
Bons tempos!!!! Gosto muito desse album e que me traz boas lembranças da época em si!!!! Wings of Reality, Lisbon, Metal Icarus e Speed são as minhas faixas preferidas do album, gosto dos riffs dessas músicas!!!! Fireworks é um disco de metal melódico mais ¨Hardizado¨ e com determinados pontos progressivo para o Metal tradicional dessa época André Matos, bons tempos de antigamente!!!! Valeu!!!!
Grande clássico, muito bom. Abraços!