Guitarrista anuncia saída do Cradle of Filth e fala sobre “baixo salário”

Na tarde desta terça feira (26), o guitarrista Marek Ashok Smerda, anunciou que está deixando o Cradle of Filth. Ele escreveu em um comunicado que aparentemente já foi apagado:

“Peço-lhe, por favor, que respeite minha esposa e a mim neste período de transição. Estou realmente saindo do Cradle of Filth no final desta turnê, e as razões por trás disso são conclusões às quais minha esposa e eu chegamos muito antes desta semana. Nós simplesmente não sentimos que o Cradle possa proporcionar o nosso futuro e, na verdade, tem dificultado esse caminho. Entre outras razões, é muito trabalho para um salário relativamente baixo, o estresse é bastante alto e, há algum tempo, não sinto que essa banda realmente se preocupe ou priorize seus membros. Já se passaram anos de comportamento não profissional de pessoas acima de nós, o que levou à nossa decisão.

Também pedi que todas as minhas composições fossem removidas dos próximos lançamentos, incluindo a colaboração com Ed Sheeran. Essa música me soa como uma palhaçada tola neste ponto de qualquer maneira: primeiro foi anunciada como um single beneficente para crianças, depois se tornou um single com fins lucrativos, em seguida passou a integrar o próximo álbum e agora ninguém sabe mais ao certo. Eu simplesmente não quero estar envolvido nisso, sem nenhum desrespeito ao Ed Sheeran.

Enquanto isso, vejo tantos cérebros “brilhantes” da internet tentando especular sobre assuntos pessoais entre mim e Zoe. Por favor, parem com isso. Estamos apenas tentando começar um novo capítulo.

E vou terminar esta turnê com força! Pelos fãs, pelos meus amigos desta banda e pela equipe! É minha última caminhada com o Cradle, e tenho orgulho de dar o meu melhor. Estou triste por não dividir o palco com minha esposa nestes últimos momentos, mas respeito o motivo pelo qual ela foi embora e estou feliz por nossa amiga Kelsey Peters ter tido a oportunidade de brilhar.“

A mulher de Marek, e ex tecladista e cantora, Zoe Marie Federoff, que anunciou sua saída do Cradle of Filth no domingo (24), lançou um novo comunicado, complementando de Ashok:

“Planejamos essa transição para sair do Cradle of Filth meses atrás. A gestão é desonesta, manipuladora e tenta tirar dinheiro que nos pertence, sem haver qualquer contrato entre nós, músicos de sessão, e eles. Quando confrontei essa tentativa de roubo referente ao adiantamento do álbum Screaming of the Valkyries, fui chamado de “câncer” e de “cavalo morto”, além de ter sido ameaçado de demissão.

O frontman não faz nada para impedir tais práticas e se esconde atrás dessa gestão, enquanto eles nos menosprezam e roubam. Nós o responsabilizamos por ter contratado essa equipe e por nunca defender seus músicos, apenas a si mesmo. Outros ex-integrantes tentam andar em torno desse assunto com cuidado e culpam apenas a gestão. Mas a verdade é que a gestão trabalha para o frontman.

Ele pode até não sujar as mãos diretamente, mas, no fim das contas, é ele quem dá as ordens. A atmosfera que ele cria é ameaçadora e abusiva, explorando-nos constantemente com salários muito baixos e, ainda assim, exigindo exclusividade para a agenda do Cradle of Filth. Não recebemos nem o suficiente para cobrir o custo básico de vida, mas somos instruídos a não excursionar com outras bandas para complementar a renda. É uma loucura manter pessoas presas na pobreza apenas para alimentar o ego de uma única pessoa.

Anexamos o contrato no qual tentaram prender todos os músicos de sessão em troca de um aumento de apenas 25% (o primeiro em sete anos). Nosso advogado o descreveu como “o contrato mais psicopata que um músico de sessão poderia receber”. Nós não assinamos e, por isso, tomamos a decisão de sair neste ano.

Portanto, saímos porque estávamos sendo explorados, recebendo menos do que o mínimo para sobreviver, em um ambiente tóxico e ameaçador.

E o peso que tudo isso estava causando em nossas vidas e em nosso casamento se tornou insuportável. O impacto na saúde também nos levou a sofrer um aborto do nosso primeiro filho durante a turnê. Decidimos partir para salvar a nós mesmos e construir um futuro melhor para nossa família. Agora que estamos fora, o sol voltou a brilhar, nossa família tem esperança, e desejamos que todo músico de sessão que pense em se juntar ao Cradle of Filth leia este contrato e converse com um advogado antes.

Boa sorte a quem tentar fazer isso funcionar daqui para frente. E lembrem-se: todos conhecemos aquele cara que diz que todas as suas ex são loucas — será mesmo que todas eram? Ou talvez o problema seja ele… depois de mais de 40 pessoas?

Adeus aos fãs, aos nossos colegas músicos de sessão e à equipe. Eles foram a única parte de tudo isso que permanecerá como boas lembranças.”

Junto ao post, Zoe postou uma foto do contrato e os termos que Dani Filth colocou para a contratação dos músicos e pode ser visto abaixo.

Foto: Gus Palma

 

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