Donald Trump foi o motivo do Nailbomb voltar, segundo Max Cavalera

Em uma entrevista recente ao programa Bloodstock TV, conduzida por Oran O’Beirne, no dia 29 de agosto de 2025, Max Cavalera comentou o revival do projeto Nailbomb e descartou, de forma definitiva, a possibilidade de um novo álbum de estúdio.

Falando sobre por que agora foi o momento certo para trazer o Nailbomb de volta:

“Bom, nós nunca realmente coçamos aquela ‘coceira do Nailbomb ’ por completo. Depois que o álbum saiu, esse disco meio que me acompanhou o tempo todo — o Sepultura costumava tocar ‘Cockroaches’, o Soulfly tocava covers do Nailbomb . Ele sempre esteve lá. E era favorito dos fãs, um disco cult que as pessoas adoravam. Mas eu não sei por que demorou tanto para mais gente ouvir. Simplesmente aconteceu. Mas fizemos esse show em Phoenix e a reação foi incrível. E eu pensei: ‘Cara, seria um desperdício não levar isso para a Europa.’ … Depois do show, pensei: ‘Cara, temos que fazer isso,’ especialmente em festivais e por aí. Porque o Nailbomb meio que nasceu num festival, lá no Dynamo [Open Air Festival em 1995]. E usamos mais ou menos o mesmo método — encontrar nossos favoritos do underground e montar um novo grupo. Foi assim que a primeira formação surgiu.”

Sobre um possível novo disco, Max comenta:

“Infelizmente, não acho que vamos ter outro disco do NAILBOMB. Vamos deixar desse jeito, bem cult. É legal assim. Algumas coisas ficam melhores desse jeito. Mas ao vivo, esse disco é bom demais para não tocar, cara. É uma das coisas favoritas que já fiz em toda a minha carreira. E aí tivemos o show em Phoenix. Foi tão sensacional. Depois fomos para a Europa… A resposta aqui tem sido incrível.”

Falando sobre a volta da banda aos palcos, Max falou:

“O que é legal é que a nova geração, os garotos jovens, têm a chance de ver isso. Eles nunca tiveram chance de ver o line-up original do Nailbomb , e agora eles têm. Então é divertido para todo mundo. É divertido para mim. É um pouco diferente de tudo que faço. Cavalera e Soulfly. Eu divido os vocais com meu filho Igor. Ele está fazendo a parte do Alex. E tem todos os samplers, a máquina. Então é um show diferente, com certeza.

Acho que Donald Trump fez o Nailbomb voltar. Esse álbum é mais relevante agora do que era há 30 anos, o que é louco… Mas acho que é para isso que serve a música, acredito. Acredito que uma das funções da música, além do entretenimento, é sacudir as pessoas, cara. Você tem que deixá-las conscientes das situações, fazer com que percebam as coisas, e expressem sua opinião. E é bom ter músicas como ‘World Of Shit’, ‘24 Hour Bullshit’ e ‘Guerrilas’, que são anti-guerra, especialmente agora com Gaza e Ucrânia e todas essas guerras surgindo por aí. É um disco atemporal, que é mais relevante agora do que nunca. E sonicamente, cara — é tão bom tocar essas coisas ao vivo. É realmente bom.”

O Nailbomb continua fazendo shows em festivais este ano e tem algumas datas marcadas até o fim do ano.

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *