Gene Hoglan revela: “Symbolic foi absolutamente odiado quando foi lançado”
Em uma nova entrevista concedida ao The Garza Podcast, conduzido pelo guitarrista Chris Garza (Suicide Silence), o lendário baterista Gene Hoglan refletiu sobre o legado de Symbolic, o icônico álbum do Death lançado em 1995, no qual apresentou uma sonoridade mais progressiva e melódica, além de um som mais refinado, sob a produção de Jim Morris.
Hoglan não poupou palavras ao descrever a recepção inicial de Symbolic, comentando que, apesar de o disco ser considerado um clássico hoje, seu lançamento foi marcado por uma rejeição quase unânime da base de fãs:
“Quando o lançamos — se Symbolic é um disco clássico agora, de forma alguma foi recebido dessa maneira de qualquer jeito. Não. Foi odiado. Odiado. Odiado. Absolutamente odiado. Cem por cento odiado. As únicas pessoas que não odiaram foram alguns jornalistas que fizeram a resenha, mas os fãs odiaram. Todo mundo odiou, porque eles ficavam tipo, ‘Que diabos vocês fizeram com a minha banda favorita? Cadê Scream Bloody Gore? Cadê Leprosy? Cadê Spiritual Healing? Isso é porcaria musical, melódico. O que é isso?’ O mundo não estava pronto. Eles não estavam acostumados. Estavam acostumados a escutar death metal bem brutal e nada melódico. E isso é algo que eu vou dar crédito ao DEATH, ao Chuck, quem quer que tenha se envolvido nisso.”
Como resposta à pergunta sobre o impacto de Schuldiner e do Death no metal, Hoglan traçou um panorama que destaca a relevância da banda na evolução de diferentes vertentes do gênero:
“Uma coisa é você estar envolvido em um gênero musical já aceito e entrar tocando um estilo popular de música e fazê-lo bem, isso é uma coisa. Chuck, embora ele não tenha inventado o death metal, o DEATH foi uma banda muito importante na criação geral do death metal. Então, death metal brutal, Chuck e DEATH fizeram parte da sua infância.
Depois, quando chegou ao metal técnico, houve algumas outras bandas, tipo Watchtower e tal. Cynic estava fazendo seu próprio lance ainda na era de demos. Talvez Meshuggah até certo ponto — talvez por volta de ‘91, ‘90, quando […] gravando ‘Human’. Tinha Atheist fazendo umas paradas técnicas. Outras bandas que estavam fazendo — Mekong Delta, no lado mais técnico do metal. Mas o DEATH tinha aquela marca real no metal técnico.
Isso são dois gêneros dos quais eles participaram. E então vem o death melódico, o melodeath, death melódico, tanto faz o termo, o DEATH teve um papel real com Individual Thought Patterns e Symbolic. Ambos os álbuns tiveram impacto do lado melódico do death metal. Naquela época havia pouco death melódico rolando.”
Carcass estava começando a se inclinar nisso com o álbum Heartwork, se afastando do grind blasting direto… Mas aí está. Esses são três gêneros que o DEATH teve… Como eu disse, é uma coisa se juntar a um gênero estabelecido e, sim, você faz umas coisas legais e sua banda fica popular fazendo isso, isso é uma coisa. Mas ajudar a ser criador de três gêneros diferentes, isso merece respeito. Então, vai Chuck. Vai DEATH. Absolutamente.”
Chuck deixou um grande legado e lição, valeu!!!!