Mark Jansen fala sobre processo criativo de Aspiral e a filosofia do EPICA: “Deixamos o ego de fora e a música falar por si”
Em entrevista ao programa Café Rock, do Panamá, o guitarrista e vocalista do EPICA, Mark Jansen, comentou sobre a criação do nono álbum de estúdio da banda, Aspiral. Questionado se trabalhar em acampamentos de composição com os colegas de banda e o produtor alterou a forma como o grupo cria e se conecta, ele respondeu (conforme transcrição do Blabbermouth.net):
“Sim, definitivamente, porque costumávamos trabalhar mais sozinhos, criando músicas em nossos próprios estúdios caseiros. Agora, em um estágio muito mais inicial, sentamos juntos, trabalhamos nas faixas uns dos outros, e dessa forma criamos um vínculo maior, o que torna tudo mais pessoal.
E também a maneira como gravamos no estúdio: já tínhamos esses acampamentos de composição onde trabalhávamos em conjunto, mas também no estúdio gravamos bateria, baixo e guitarra em um ambiente ao vivo. Não cada instrumento separado, como fazíamos antes, mas mais como em uma atmosfera de show. É assim que você captura essa vibração ao vivo no álbum. Isso é muito legal, nos torna mais unidos como banda. Nós já nos conhecíamos bem, mas assim passamos a nos conhecer ainda melhor.”
Mark também explicou a decisão de lançar o álbum sem o nome da banda ou o título estampado na capa. Segundo ele, essa escolha está diretamente ligada ao conceito das letras:
“Sim, há vários motivos, e um deles é que as letras tratam da destruição do ego. E, de certa forma, já trabalhávamos assim como banda. Quando criamos música sem ego algum, apenas deixamos a música falar e fazer o seu trabalho. Então, não importa quem traz a ideia: é apenas uma ideia do EPICA, em vez de uma ideia individual. Dessa forma, todo o ego já se foi.
Também dividimos os direitos autorais igualmente entre todos os membros. Ninguém ganha mais por ter composto várias músicas, enquanto outro não ganha nada. Todos recebem o mesmo. Então pensamos: por que não refletir isso na capa também? Geralmente, um grande nome estampado está relacionado à questão do ego.
Isso se encaixa perfeitamente na história de deixar o ego de lado e permitir que a arte fale por si. Para encontrar uma solução intermediária, incluímos um plástico com um adesivo, para que nas lojas as pessoas consigam ver qual é a banda, já que as gravadoras precisam continuar vendendo álbuns, claro. Mas, quando os fãs levam para casa, têm apenas a capa em si. E funciona muito bem desse jeito.”
Ao falar sobre a variedade de estilos presente em Aspiral, Jansen destacou a pluralidade de influências dentro do grupo:
“Basicamente, acontece porque somos de seis origens musicais diferentes. Cinco músicos e uma cantora, Simone Simons. Quando compomos, a música vem dessas seis fontes distintas. No final, sempre soa como EPICA, mas ainda assim você percebe essas diferentes origens na sonoridade.
Isso é o que torna o álbum tão diverso e interessante de ouvir: é claramente EPICA, mas segue em direções muito diferentes.”
Lançado em 11 de abril de 2025 pela Nuclear Blast Records, o álbum tem seu título inspirado na escultura de bronze Aspiral, criada em 1965 pelo artista polonês Stanisław Szukalski. A obra simboliza renovação e inspiração — conceitos que, segundo a banda, refletem a essência do novo trabalho.
O Epica está em turnê pelo Brasil e já fez o primeiro show em Curitiba.
Legal, abraços.
Valeu!!!!