A fase do Angra com maior rejeição de público mas também a mais lucrativa, segundo Rafael Bittencourt

O Angra é divido entre três grandes era na sua trajetória musical. A primeira, veio a formação clássica, que contava com Andre Matos e rendeu três discos de estúdio e um EP, além de um disco ao vivo. Em seguida, a segunda era, que teve uma reformulação total com três novos integrantes, incluindo a chegada de Edu Falaschi, que assumi ali os vocais do grupo. Com ele, foram lançado quatro discos, sendo um deles, contando com a volta de Ricardo Confessori, baterista da formação clássica dos anos 90.

Com a quebra dessa segunda era, tivemos a terceira, que contava agora com Fabio Lione no microfone, ainda que no começo, sendo apresentado como um vocalista temporário, o italiano acabou conquistando de vez o posto e sendo a voz fixa da banda, porém, entre os fãs, foi o período de maior divergências de opiniões sobre a qualidade da música desse período.

Ironicamente, também foi esse o período onde mais se teve lucros com a banda, segundo Rafael Bittencourt contou em entrevista ao canal Mauricio Alabama, e com transcrição do Whiplash. Ele disse:

“Apesar do sucesso, é a fase de maior rejeição. Você muda muito, o cara reclama. Você faz a mesma coisa, preferem a época antiga. É difícil surpreender depois de tanto tempo.

É a fase em que eu mais ganhei dinheiro. O Angra se tornou mais sólido, mais bem administrado e com um legado que não depende de uma formação específica. Hoje sabemos lidar melhor com os negócios da banda, muito por causa da chegada do Paulo Baron, que tem uma mentalidade empresarial forte.”

Rafael cita a música “Black Widow’s Web”, do disco “Ømni” e que contou com a participação da cantora Sandy, e isso foi motivo suficiente para que muitos fãs dessem seus ataques pela internt a fora:

Quando anunciamos que a Sandy ia cantar com a gente, disseram: ‘Que merda, só fazem isso para aparecer’. Mas a música é coerente. É sobre a internet como uma viúva negra, e fazia sentido ter a Sandy, com aquela voz angelical, ao lado da Alissa White-Gluz. Foi uma decisão artística consciente, não de marketing

Bittencourt encara tudo isso como aprendizado, e como não se deixa dominar pela opinião do fã:

“O público quer te dominar. Mas você não pode se submeter totalmente a ele. Quando é para desapontar, você desaponta com a espada limpa de samurai. No fim das contas, se o álbum vendeu bem, se a crítica foi positiva e se os shows lotam, o ciclo se fecha. Já recebi relatos de fãs dizendo que superaram doenças ou tragédias pessoais ouvindo o Angra. Isso é o que dá sentido para continuar”.

O Angra anunciou que fará uma pausa por um tempo indeterminado, enquanto seus integrantes cuidam dos seus próprios projetos pessoais.

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

One thought on “A fase do Angra com maior rejeição de público mas também a mais lucrativa, segundo Rafael Bittencourt

  • setembro 26, 2025 em 8:53 pm
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    Gosto dos albuns Fireworks e Holy Land, os meus preferidos. Quando vi aquele video clipe com a Sandy, sinceramente…difícil para eu ter a mente aberta para essa ¨Poptização¨que a banda quiz ou quer fazer com aquele disco ou algo atual!!!! Querendo ou não queira, certos ¨Feat.¨ fica estranho e dá a impressão de que a banda quer virar tema de novela da Globo e tocar em rádios populares!!!! Prefiro um ¨Feat¨com alguém do movimento ou som Underground mesmo, essas coisas não entram na minha cabeça…nada contra, difícil eu suportar isso!!!! valeu!!!!

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