Resenha: Soulfly – “Chama” (2025)

Depois de três anos, o Soulfly está de volta com “Chama“, o 13° álbum da banda que Max Cavalera criou após sua saída do Sepultura. O play será lançado no dia 24 de outubro via Nuclear Blast e pela Shinigami aqui no Brasil, mas nós da CONFERE ROCK já tivemos acesso e vamos aumentar a expectativa com esse review.

Apesar de viver nos Estados Unidos há décadas, Max sempre levou consigo o orgulho de ser um cidadão latino americano. E “Chama” conta a história de um menino das favelas sombrias do Brasil, que, em busca de um poder superior, se encontra entre as tribos da Amazônia, que lhe mostram o caminho das almas da selva.

O Soulfly hoje é praticamente composto por integrantes da família Cavalera. Zyon, o dono das batidas cardíacas que escutamos lá na introdução de “Refuse/ Resist“, em 1993, é o baterista e pela primeira vez, assinou a produção. Além dele, seu irmão, Igor Amadeus, tocou baixo em algumas músicas. O lineup é completado por um “estranho”: o guitarrista Mike DeLeon, que já se apresenta ao vivo com a banda há algum tempo. E isso não significa que o álbum não tenha convidados, como de costume.

A lista de convidados é bem grande, e conta com gente do calibre de Dino Cazares, amigo de longa data da família Cavalera, Chino Moreno, Greg Puciato, Tom Araya, Michael Amott  (ele fez o solo em “Ghenna“), Todd Jones, que cantou em “Nihlist“, além de Ben Cook e Gabe Franco gravaram vocais em “No Pain = No Gain“.

O álbum foi gravado no Platinum Underground Studio em Mesa, Arizona, por John Aquilino. Como dissemos acima, Zyon, o primogênito de Max foi o produtor e Arthur Rizk, que já havia produzido “Totem“, o antecessor, ajudou na mixagem e também participou da produção. Impressionante como Max consegue tempo para conciliar todos as suas bandas (Soulfly, Cavalera, Go Ahead and Die) e ainda consegue, por exemplo, reativar o Nailbomb.

O álbum é repleto de homenagens: “Nihilist” é dedicada LG Petrov, que fez história com o Entombed. Os indígenas foram novamente homenageados, como em “Roots“, desta vez, com a introdução “Indigenous Inquisition“. E por fim, seu Graziano Cavalera, pai de Max, foi mais uma vez lembrado, com a faixa “Soulfly XIII“.

Vamos ao que interessa, a música. O Soulfly tem uma proposta bastante diferente do que Max fazia no Sepultura e que ele segue fazendo com Igor no Conspiracy. Apesar de o Soulfly ter alguns ótimos trabalhos como “Omens” e “Ritual“, por exemplo, que mesclam muito bem peso, velocidade e agressividade, aqui, Max Cavalera continua com seus riffs imponentes, mas o Groove é muito mais presente do que o Thrash Metal. Ainda assim, temos um bom álbum. São dez faixas em breves 32 minutos e os destaques ficam por conta de músicas como “Storm the Gates“, “Ghenna“, “Favela/ Dystopia” e também a faixa-título.

Claro que também há pontos que poderiam ser ignorados, e que não são, já que Max flerta com as influências do New Metal há pelo menos 30 anos. Um grande exemplo é uma parte da música “No Pain = No Gain“. A música no geral é muito boa, mas a parte onde Ben Cook e Gabe Franco cantam, eles quase colocam tudo a perder. Mas no geral, é um baita álbum, produção excelente e peso é uma coisa que Max Cavalera nunca abriu mão, para nossa felicidade.

O Soulfly segue fazendo seu Groove Metal com diversas influências. Não é o disco que vai mudar o mundo, mas vai agradar aos que seguem admirando o maior criador de riffs do Metal brasileiro de todos os tempos, que parece não estar nem um pouco interessado em se reunir novamente com o Sepultura.

NOTA: 8.0

Flávio Farias

Fã de Rock desde a infância, cresceu escutando Rock nacional nos anos 1980, depois passou pelo Grunge e Punk Rock na adolescência até descobrir o Heavy Metal já na idade adulta e mergulhar de cabeça na invenção de Tony Iommi. Escreve para sites de Rock desde o ano de 2018 e desde então coleciona uma série de experiências inenarráveis.

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