Andreas Kisser critica Max Cavalera: “Ver ele tocar é lamentável. Parou no tempo”

O guitarrista do SepulturaAndreas Kisser, não mediu palavras ao comentar o desempenho atual de Max Cavalera. Em uma entrevista recente, ele afirmou que assistir ao músico tocar hoje é “pitiful” (lamentável), porque, segundo ele, Max está “parado no tempo”.


Críticas severas

Durante conversa com o podcast 100segredo, Kisser falou sem rodeios sobre a falta de evolução técnica de Max:

“É realmente lamentável vê-lo tocar, cara. … Está preso no tempo. Não há evolução musical ou técnica.
Para ele, muitas das músicas executadas por Max hoje são as mesmas que compuseram há mais de 30 anos — “e nem estão tão bem assim”, completou.

Kisser questiona ainda por que Max continua se esforçando para manter a aura de antiga banda em vez de seguir novos caminhos: para ele, seria mais relevante que Max se reinventasse do que “brincar de ser banda”:

“Enfim. E ainda tem gente que gosta, que acha relevante você continuar fingindo ser uma banda, sabe? Em vez de ser você mesmo, fazer o seu próprio trabalho hoje e deixar o passado onde ele pertence, no passado. E aprender com ele. Estamos sempre aprendendo alguma coisa.”


Sepultura olha para o presente

Para Andreas, a prioridade agora é o Sepultura atual, e não uma volta ao passado. Ele ressaltou que, para o fim da banda — com um show final previsto para 2026 —, quer celebrar com quem “faz parte do que o Sepultura é hoje, não do que já foi”:


“Não sei, cara, e pra quê? Acabou. Por que temos que voltar? Não faz sentido. Cara, trazer alguém de volta, ver qual música eles vão tocar… o camarim, a que horas eles vão chegar? Vai ter ensaio ou não? Eles querem tocar essa? Não querem, vão tocar ou não? Primeiro de tudo, eu não tenho absolutamente nenhuma vontade de tocar com eles de novo, sabe? E o Sepultura está em um momento diferente. Eu os vejo tocando, de qualquer forma… Não vou entrar nesse assunto porque é só a minha opinião. Mas, cara, estamos fazendo algo muito legal. Com pessoas que valem a pena, com pessoas que você olha nos olhos e confia — com pessoas que não têm segundas intenções, que respeitam o que o Sepultura é hoje.”

Andreas ressalta que prefere focar no presente:

“E é isso que eu gosto, trabalhar no presente. Faremos nosso último show no ano que vem. E parece que eles não querem participar, e tudo bem, sem problemas. Vamos comemorar, queremos comemorar com as pessoas que querem estar lá, que fazem parte do que o Sepultura é — não do que o Sepultura era. E eu não entendo essa pressão de ‘porque os outros fazem, nós também temos que fazer’.” Nosso momento já passou, cara. Foi o que foi. Max saiu em ’96 e Iggor em 2006. São 10 anos de diferença… Até que ele disse: ‘isso não é mais para mim, estou indo embora’, e por aí vai. Beleza. E nós nos adaptamos e vivemos o presente, trabalhando com os elementos restantes e com os novos que chegaram. E é isso que é o Sepultura, como eu disse aqui, é sobre criar o Sepultura todos os dias, um novo Sepultura.”

E completa:

“Eu realmente gostaria que eles participassem deste último show, sabe? Não só eles, mas todos os membros, 
Jairo, Eloy, até mesmo Roy Mayorga, que entrou depois que Igor saiu. Silvio Golfetti, que quando eu quebrei o braço, foi lá e fez turnê conosco, Jean Patton, que quando Patricia faleceu, me substituiu na Europa. Amilcar Cristófaro , que também participou quando Jean se machucou, Eloy, e Bruno Valverde, cara, um grupo super importante de pessoas que fizeram parte dessa história de manter o Sepultura vivo e relevante até hoje, 42 anos depois.”


Regravações antigas: uma “irrelevância” para Kisser

Além da crítica técnica, Kisser também comentou sobre as regravações dos primeiros discos do Sepultura feitas por Max e Iggor. Segundo ele, essas versões antigas são “artisticamente fracas” e “totalmente irrelevantes”:

“Estamos fazendo algo tão legal no presente … em vez de ficar preso no passado como o próprio Max está até hoje.”

Ele vê a repetição de álbuns antigos como um desserviço ao legado da banda.


Um olhar rumo ao futuro

Apesar das tensões, Kisser reafirma que deseja encerrar a carreira do Sepultura com dignidade: “vamos tocar, vamos nos divertir pelos fãs … e realmente fechar esses incríveis 43 ou 44 anos … em paz conosco mesmos”.

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

One thought on “Andreas Kisser critica Max Cavalera: “Ver ele tocar é lamentável. Parou no tempo”

  • novembro 25, 2025 em 8:22 pm
    Permalink

    Concordo em partes!!!! Max vive mesmo do album ¨Roots¨como sua influência musical, tudo ali no Soulfly vem do New Metal e Roots…inegável isso!!!!! Andreas, acredito que só ele é quem fala e pensa em aposentadoria, os fãs mesmo não querem isso!!!! Realmente o Sepultura teve evolução musicalmente e instrumentalmente…mas, como não pensar no passado se o sepultura está falando em aposentadoria????!!!!! Atualmente escuto mais os discos antigos do Sepultura do que a evolução atual da banda, bons tempos de antigamente!!!! Valeu!!!!

    Resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *