Overdose: há 30 anos, banda lançava “Scars”

Há 30 anos, em algum dia do ano de 1995, o Overdose lançava “Scars“, o sexto e até o momento, último álbum lançado pela banda mineira, que é tema do nosso bate-papo de hoje. 

A banda estava se encontrando cada vez mais no Groove Metal, sua nova sonoridade. “Progress of Decadence” já era uma prova do quão diferenciada a banda poderia soar. Em nosso homenageado, as coisas não foram tão bem como se presumia. O Overdose estava se lançando no exterior. Tinha conseguido um contrato com o selo estadunidense Fierce Recordings para lançar álbuns e até o já citado álbum “Progress of Decadence“, não eram raras as turnês na gringa.

Eles tinham tocado nos Estados Unidos com o Crowbar, Screw e Mercyful Fate, e na Europa, com direito a uma apresentação no Dynamo Open Air. Eles tocaram ainda com L7, Biohazard, Type O Negative, Grip Inc., Machine Head e Nevermore. O guitarrista Claudio David chegou a afirmar em uma entrevista que o Overdose figurou por alguns meses no Top 10 das rádios estadunidenses, muitas vezes, competindo com o Korn, que despontava na mesma época. 

Após este giro, eles retornaram ao Brasil, onde mantinham contrato com a Cogumelo, que lançava e distribuía os álbuns da banda em nosso país, e se juntaram no JG Studios, em Belo Horizonte, no mês de outubro de 1995. Os responsáveis pela produção foram os guitarristas Claudio David e Sérgio Cichowicz

Bolacha rolando, temos o Overdose soando ainda mais Groove Metal. Os riffs estão ainda mais pesados, e as batidas tribais estão cada vez mais afloradas. Há inclusive, forte influência da música africana, principalmente na música “Nus dos Otro é Refresco“, a única cantada em português. Temos 13 canções em 50 minutos, com destaques para “My Rage” e “How to Pray“, ambas tocadas em shows até os dias atuais. 

Apesar das inovações na sonoridade, o resultado acabou não sendo tão satisfatório. O álbum é o menos inspirado da discografia da banda e ainda que eles tentassem remar contra a corrente, o futuro breve não iria reservar boas para o Overdose. A produção é muito boa, mas faltou um pouco do punch que os dois álbuns anteriores tinham.

Em 1996 a banda caiu na estrada, onde a banda fez alguns shows sendo banda de abertura do Mercyful Fate. Segundo o guitarrista Claudio David, as coisas não foram muito boas, pois a van disponibilizada pela gravadora acabou quebrando e eles precisaram percorrer as cidades dentro de um carro e nos hotéis, só havia um quarto para ser dividido entre banda, roadies e empresário, o que já caracterizava a retirada do apoio que a gravadora estava dando, o que acabou por antecipar a separação do Overdose

O vocalista Bozó acabou saindo, pois a banda não estava conseguindo lucrar e era uma preocupação não só dele, mas de todos os integrantes, que era poder viver da música, do próprio trabalho. A banda se separou em 1997, Claudio David formou a Eletrika, que chegou a fazer algum sucesso, chegando, inclusive, a emplacar uma música em uma novela da TV Globo. E em 2008, a banda se reuniu para um show em São Paulo. 

Em 2016 Cláudio devolveu o Overdose às atividades, no entanto, ele permanece como o único membro original. A atual formação é completamente diferente. No ano passado, chegaram a lançar alguns singles, mas o próprio Claudio não foi bem claro quanto a possibilidade de a banda lançar um novo álbum. Mas eles seguem fazendo alguns shows, o mais aguardado deles será na edição de 2026 do Bangers Open Air. Enquanto a banda não prepara essa apresentação, vamos celebrar este play. 

Scars – Overdose

Data de lançamento – 1995

Gravadora – Cogumelo 

 

Faixas: 

01 – The Front

02 – My Rage

03 – Manipulated Reality 

04 – How to Pray 

05 – Scars 

06 – Still Primitive 

07 – Just Another Day 

08 – School

09 – Last Words

10 – Postcard from Hell 

11 – Who’s Guilty?? 

12 – Out of Control – A Fairy Tale 

13 – Nu Dus Otro é Refresco 

 

Formação

Bozó – vocal/ percussão 

Claudio David – guitarra

Sergio Cichowicz – guitarra/ backing vocal 

Eddie Weber – baixo 

André Márcio – bateria/ percussão 

Flávio Farias

Fã de Rock desde a infância, cresceu escutando Rock nacional nos anos 1980, depois passou pelo Grunge e Punk Rock na adolescência até descobrir o Heavy Metal já na idade adulta e mergulhar de cabeça na invenção de Tony Iommi. Escreve para sites de Rock desde o ano de 2018 e desde então coleciona uma série de experiências inenarráveis.

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