The Beatles: 60 anos de “Rubber Soul”

Há 60 anos, em 3 de dezembro de 1965, o The Beatles lançava “Rubber Soul“, sexto álbum da maior banda de Rock da história, e que é tema do nosso bate-papo desta quarta-feira. 

O álbum é o primeiro da história da banda onde os músicos não tinham compromissos como shows, apresentações em rádios e/ ou na TV. Os Fab Four se reuniram para escrever o material do álbum depois da turnê que eles fizeram pelos Estados Unidos, em agosto de 1965, quando tocaram para uma platéia de 55 mil pessoas, além de também ter tocado com gente do gabarito de Bob Dylan em Nova Iorque e com Elvis Presley em Los Angeles. 

O disco é apontado como o início de uma maturidade dos músicos enquanto letristas. O baterista Ringo Starr disse que o uso da maconha foi de grande influência. John Lennon chamava “Rubber Soul” de “o álbum da erva”. Ao mesmo tempo, eles começaram a expor o seu descontentamento em tocar para fãs histéricos. Ringo falou sobre a abertura para outros temas. Aspas para ele: 

“Nós estávamos expandindo em todas as áreas das nossas vidas, nos abrindo para várias atitudes diferentes”.

A banda tinha um calendário bem apertado, pois a gravadora queria o álbum nas lojas antes do natal de 1965, e eles entraram no Abbey Road, quando ele ainda se chamava EMI Studios, em 12 de outubro, mais uma vez sob a batuta do produtor George Martin. Em 15 de novembro o álbum foi mixado. Lennon falou certa vez sobre a experiência no estúdio para gravar nosso homenageado.

“Rubber Soul foi uma questão de todos terem vivenciado o estúdio de gravação, terem crescido musicalmente também, mas (conhecendo) o lugar, o estúdio. Fomos mais precisos na produção do álbum, só isso, e assumimos a capa e tudo mais.”

Os integrantes ousaram e incluíram novas influências, como a música folk, o soul, que foram incorporados ao Classic Rock da banda. Paul McCartney fez uso do baixo com efeito fuzz e George Harrison fez uso da sitar. Algumas das músicas foram inspiradas em artistas como Bob Dylan e Beach Boys

Dando play na bolacha, os Fab Four nos apresentaram um álbum um pouco diferente dos anteriores. Era a segunda vez desde “A Hard’s Day Night“, que a banda lançava um álbum 100% autoral. Nosso sessentão é comumente apontado como a pedra fundamental de vertentes como o Rock Psicodélico e também o Progressivo. Temos 14 canções em breves 35 minutos, com destaques para “Drive My Car“, “Think for Yourself“, “The World“, “Run for Your Life” e “Michelle“, esta última, a mKs conhecida do álbum. 

A receptividade foi ótima. Fãs e críticos receberam muito bem o álbum, e gerou nas bandas contemporâneas, como o Beach Boys, o desejo de fazer um álbum que superasse “Rubber Soul“. Foi depois de nosso aniversariante que o Kinks e o The Rolling Stones lançassem também discos inteiros com material autoral. Brian Wilson, do Beach Boys, certa vez falou de como o álbum o influenciou. Aspas para ele: 

“O primeiro álbum que ouvi onde cada música era um gás.”

Nas paradas musicais, o álbum alcançou o topo na Austrália, Canadá, Finlândia, Reino Unido, Alemanha Ocidental e também na “Billboard 200“, além de um 20° lugar na parada sueca. Mais recentemente, em 2022, o álbum alcançou a 2ª posição na “Billboard” grega. Foi certificado com Disco de Ouro no Brasil (veja só caro leitor, nosso país de vez em quando valoriza o artista verdadeiro), Alemanha e Itália; Platina na Austrália e Nova Zelândia; Duplo Platina na Argentina, Canadá e Reino Unido, além de Sêxtuplo Platina nos Estados Unidos. 

O álbum é quase sempre citado nas listas dos Melhores discos de todos os tempos, como na Rolling Stone, no canal VH1 e na revista Mojo, nas posições de número 5, 6 e 27, respectivamente. No ano 2000, o álbum foi incluído no Hall da Fama do Grammy Awards. 

A banda estava perto do seu final, mas eles ainda lançariam outros álbuns igualmente importantes. John Lennon foi cruelmente assassinado há quase 45 anos, George Harrison nos deixou em 2001. Paul McCartney e Ringo Starr seguem em plena atividade, lançando álbuns em suas respectivas carreiras solo, ainda que existam os conspiracionistas que afirmem que Paul está morto e um sósia se apresenta em seu lugar, o que, claro, não é verdade. Mas o trabalho da banda foi muito bem-feito e hoje é dia de celebrar o mais novo sessentão do Classic Rock. 

Rubber Soul – The Beatles

Data de lançamento – 03/12/1965

Gravadora – Parlophone 

 

Faixas

01 – Drive My Car 

02 – Norwegian Wood (This Bird Has Flown)

03 – You Won’t See Me

04 – Nowhere Man

05 – Think for Yourself 

06 – The Word 

07 – Michelle 

08 – What Goes On

09 – Girl

10 – I’m Looking Through You

11 – In My Life

12 – Wait

13 – If I Needed Someone

14 – Run for Your Life 

 

Formação

John Lennon – vocal/ backing vocal/ guitarra/ violão/ órgão 

Paul McCartney – vocal/ backing vocal/ baixo/ violão/ piano

George Harrison – vocal/ backing vocal/ guitarra/ violão/ sitar/ pandeiro

Ringo Starr – pandeiro, maracas, sinos, campanas, pratos; órgão Hammond/ vocal em “What Goes On

 

Participações especiais

George Martin – piano/ harmônio

Mal Evans – órgão 

Flávio Farias

Fã de Rock desde a infância, cresceu escutando Rock nacional nos anos 1980, depois passou pelo Grunge e Punk Rock na adolescência até descobrir o Heavy Metal já na idade adulta e mergulhar de cabeça na invenção de Tony Iommi. Escreve para sites de Rock desde o ano de 2018 e desde então coleciona uma série de experiências inenarráveis.

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