Resenha: Gorefest – “Rise To Ruin”
Formado em 1989, o Gorefest carrega quase duas décadas de história do death metal europeu. Após cinco álbuns de estúdio bem-sucedidos, o grupo se separou em 1998. Seus integrantes seguiram caminhos variados, muitos deles formando ou ingressando em projetos completamente fora do metal. O que mais se destacou foi o baterista Ed Warby, que brilhou em bandas como Ayreon e Star One, além de participações marcantes em nomes como Thanatos.
Quando o Gorefest se reuniu em 2005, voltou a assinar com a Nuclear Blast e lançou o excelente La Muerte. Agora, dois anos depois, o quarteto retorna para provar que seu comeback não era apenas caça-níquel nem prelúdio de lançamentos medíocres. Se você gostou de La Muerte, prepare-se para amar Rise To Ruin, relançado pela Shinigami Records em parceria com a gigante. Este álbum não segue exatamente a linha que a banda fazia nos anos 90: há mais velocidade e menos groove. Se você é fã da fase Soul Survivor (1996), é melhor ajustar as expectativas. Aqui o Gorefest abraça o death metal europeu old school, mas filtrado por uma produção moderna.
O disco já deixa claras suas intenções logo de cara com “Revolt”, faixa que prepara o terreno para o massacre que vem a seguir. É death metal impiedoso, daqueles que desafiam o pescoço do ouvinte por quase 50 minutos. O Gorefest entrega um trabalho sólido como pedra, reminiscente da era dourada do death metal europeu — quando Entombed, Dismember e Sinister reinavam soberanos. Um dos grandes méritos do álbum é manter o ouvinte preso até o fim, sem vontade de pular faixas.
Fico me perguntando: há algo diferente acontecendo na cena europeia? Estamos vendo uma nova onda? O Entombed lançou um álbum excelente, o Gorefest acaba de entregar outro, e o último disco do Dismember, lançado no ano passado, surpreendeu bastante. Alguma coisa boa está surgindo por lá.
O que importa é que Rise To Ruin é um grande álbum de death metal — respeita suas raízes, mas olha firme para o futuro. Pode apostar: este disco é um presente e tanto para os fãs do gênero.
NOTA: 7
