Resenha: Twilight Force – “At the Heart of Wintervale” (2023)
O power metal épico, o raiz, entre dragões e espadas, vocais agudos e riffs que parecem trilha sonora de algum Megaman do SNES, sempre angaria fãs pelo mundo, em diversas épocas diferentes com um quantidade enorme de bandas que surgem nessa temática ao redor do planeta.
Os suecos do Twilight Force é uma dessas empreitadas. Em seu quarto disco, “At the Heart of Wintervale“, lançado no Brasil pela Shinigami Records em parceria com a Nuclear Blast, o álbum é um apanhado de todos os clichês que permeiam o gênero, e um prato cheio aos que mais se deliciam nessa pegada. Já aos que não se impressionam por histórias de um RPG de mesa brega e fritação de instrumentos, o que é meu caso, a jornada auditiva pode se tornar mais difícil do que enfrentar o próprio Smaug com um canivete suíço.
Abrindo com a faixa que leva o nome da banda, “Twilight Force”, estão lá todos os elementos que uma banda do estilo pedem. A velocidade, o refrão grandioso, orquestrado e com vocais sobrepostos. Na sequência, a faixa título continua a jornada, e sinceramente, parece ser a mesma música anterior. “Dragonborn”, invoca um ar de folk metal com algumas flautas, mas seu andamento é tão patético sonoramente, parecendo algo saído de um disco da Xuxa. “Highlands of the Elder Dragon” (olha, mais um dragão), é outra amostra de felicidade plástica, numa lambança sonora que soa adocicada, envolta num pacote (pseudo) erudito. O que vem pela frente não é fora dessa levada, hora parecendo trilha sonora de Zelda, hora parecendo que ainda estamos na primeira música.
Bandas de power metal poderosas como Helloween e o próprio Angra são nomes que conseguem não se prenderem ao rótulo e criam grandes obras explorando diversos rumos. Mas ao caso das bandas que se adentram no mais profundo elemento do “metal espadinha”, definitivamente podem tornar uma verdadeira tortura na masmorra aos que não são apreciadores disso. Aqui temos um belo exemplo desse lado da história.
NOTA: 5