A carta de Steve Albini ao Nirvana durante “In Utero”

Nesta quarta feira (8), tivemos a triste notícia da morte do produto Steve Albini. Ele morreu aos 61 anos, vítima de um ataque cardíaco enquanto trabalhava em seu estúdio Electronic Audio, em Chicago.

Entre muitos trabalhos, ele foi produtor do último disco lançado pelo Nirvana,In Utero“. No Twitter/X da banda, foi liberada a carta que Albini escreveu sobre os termos para estar envolvido com o trabalho. Ele disse:

“Acho que a melhor coisa que você poderia fazer neste momento é exatamente o que você está falando: lançar um disco em alguns dias, com alta qualidade, mas com uma ‘produção’ mínima e sem interferência das cabeças de bala do front office. Se isso é realmente o que você quer fazer, eu adoraria estar envolvido.

Se, ao invés disso, vocês se encontrarem na posição de serem temporariamente favorecidos pela gravadora, apenas para vê-los puxarem a corrente em algum momento (incomodando vocês para retrabalhar músicas/sequências/produções, chamando armas contratadas para ‘adoçar’ ‘ seu disco, entregar tudo para algum jóquei de remix, tanto faz…) então você terá uma chatice e eu não quero fazer parte disso.

Considero a banda o mais importante, como a entidade criativa que gerou a personalidade e o estilo da banda e como a entidade social que existe 24 horas por dia. Não considero que seja minha função dizer-lhe o que fazer ou como jogar. Estou bastante disposto a deixar minhas opiniões serem ouvidas (se eu acho que a banda está fazendo um belo progresso ou um grande erro, considero parte do meu trabalho contar a eles), mas se a banda decidir buscar algo, eu verei que isso seja feito.”

Steve também relatou na carta que não queria receber por royalties após o lançamento do disco, por achar “injusto produtores terem parte dos ganhos nesse formato”.

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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