A história por trás da capa do disco homônimo do Korn
O Korn sempre soube misturar muito bem sua densa música com as artes que as entregavam. As capas de seus discos sempre completaram o conjunto da obra, como o caso do boneco de vodu em “Issues”, o estilo de pesadelo com o garoto e animais em “See You on the Other Side“, o bicho medonho e em estilo steanpunk de “Untitled”, ou as crianças em “Follow the Leader“, criadas por Todd McFarlane.
Mas o fato é que nenhuma outra em sua discografia tenha se tornado tão icônica como a do disco de estreia de 94. Uma garota sentada no balanço, de frente para uma sombra medonha, o logo da banda atrás e um balanço vazio ao lado, criam a sensação de que algo ruim está por vir, o clima de terror e agonia se instaura ali com as cores sem saturação e levando a um sonho ruim. É exatamente o que encontramos no registro.
A foto foi tirada por Stephen Stickler, e a modelo que aparece é Justine Ferrara, que na época tinha apenas 8 anos, e era a sobrinha do representante da Immortal Records, Paul Pontius, gravadora ao qual o Korn estava naqueles dias.
“Quando o álbum foi lançado, Paul estava de férias com sua família“, disse o fotógrafo. “Paul pode ter feito alguma merda, mas ele percebeu que era apenas uma capa”, argumenta o diretor de arte Jay Papke. “Felizmente, a garota não tinha ideia de que era esse negócio perturbador e molestador.”
Justine comentou: “Eu só me lembro de estar em um parque com esse cara Dante [ Ariola, o co-diretor de arte da filmagem – e dono da sombra ameaçadora ], que é muito legal.“
O conceito da capa surgiu do guitarrista do Korn, James “Munky” Shaffer, e Stickler e sua equipe levaram a ideia o mais longe que puderam. Como Pontius diz, “eles foderam com a foto” para dar a sensação assombrosa que a capa tem.
“Nós posicionamos o logotipo do Korn para que a sombra da garota pareça estar pendurada nele. Além disso, tiramos a saturação das cores para dar à imagem uma sensação antiga e desbotada. Notavelmente, as mãos assustadoras em forma de garra na foto foram alcançadas sem adereços. Ariola simplesmente moveu os dedos, tentando criar formas assustadoras nas sombras”, diz Stickler. Era tarde do dia, então as sombras estavam ficando longas.” – explica Stickler
Ferrara, recebeu US$ 300 pela foto e diz que não teve permissão para ver a capa até estar na oitava série. “Ouvi dizer que meus pais não estavam muito felizes. E minha mãe não estava interessada em crianças punk reconhecendo sua filhinha no supermercado. Mas eu acho que é legal. Eu tenho um pouco de modelagem em meu currículo.”
O “desfecho” da história com a garotinha se concretiza na contracapa do disco, conforme comenta Stickler: “O balanço vazio diz tudo.”