A opinião de Fabio Lione sobre a performance vocal de Edu Falaschi

Em participação no Ibagenscast, Fabio Lione foi perguntado sobre qual música da era Edu Falaschi no Angra ele mais gosta de  cantar e o que ele acha sobre a performance vocal do seu antecessor. Ele então responde conforme transcrito pelo Confere Rock:

“Eu acho que a melhor performance, com certeza, é o Rebirth, no CD Rebirth. O álbum todo, porque ali ele não tinha problemas de voz. Pode ser que estava mais empolgado, era mais jovem… A gravação do Rebirth é muito boa, eu acho. Eh, ainda melhor, tem um tempero que eu prefiro. A voz é melhor, sabe? A qualidade, o timbre também.

Mas, falando bem, eu adoro Wings of Destination. A parte no meio é incrível, para mim. A melhor interpretação do Edu, para mim, é Spread Your Fire e também Temple of Hate. Essa é a interpretação que mais me impressionou. Sinceramente, eu acho que ele é muito bom, mas, se é para balada, ele se destaca ainda mais. O timbre dele é muito expressivo. Já quando canta músicas mais rápidas que não são baladas, não me convence tanto.

Mas naquela parte no meio de Wings of Destination eu fiquei tipo: “O que aconteceu aqui? O cara tá cantando como eu queria que ele sempre cantasse, sabe?”. É interpretação, intensidade, especificidade de artista. Ainda hoje não entendo por que ele não canta sempre assim. É tipo o James LaBrie do Dream Theater: tem gravações em que canta absurdamente bem e outras em que não soa do mesmo jeito.”

Na verdade, quase todo o Rebirth eu acho muito bom em termos de performance vocal. Também gostava muito das baladas do Aqua. Sim, esse disco é muito bom. Ele também compôs músicas boas, escreveu e cantou muito bem. Cada fase dele tem a sua qualidade, sabe? Eu acho o timbre da voz dele muito bonito. Para baladas, na minha opinião, é até mais bonito que o do Andre”

Fabio então acentua as mudanças na voz tanto de Andre como de Edu ao longo do tempo:

“Claro que é preciso comparar de forma justa. O Andre tinha uma consistência muito grande, até o Fireworks. Já no Shaman, a voz dele mudou, mas ainda assim era muito boa. O Edu, no Rebirth, estava impecável. No Temple of Shadows também, mas ali já se percebe uma certa dificuldade em alguns pontos, o timbre muda um pouco — não por problema de idade, mas sim de saúde.

Então é difícil comparar. Você ouve dois cantores que passaram por fases diferentes. O André, até o Fireworks, manteve praticamente a mesma voz. Já no Shaman, ela mudou. Mas eu gosto muito do primeiro disco do Shaman, acho um trabalho espetacular.”

O Angra entrou em um hiato de algum tempo enquanto os seus integrantes cuidaram de outros projetos pessoais.