A resposta de George Fischer para quem diz que há misoginia nas letras do Cannibal Corpse
A banda Cannibal Corpse, ícone do death metal mundial, voltou a se pronunciar sobre as críticas que apontam suas letras como misóginas e excessivamente violentas. O tema foi abordado no livro The Death Metal Bible: A Journey Through the World of Death Metal Brutality, que analisa a estética e os limites do gênero extremo.
O vocalista George Fisher, conhecido como Corpsegrinder, foi direto ao defender o conteúdo das composições.
“Nós gostamos de filmes sangrentos e assustadores, e queremos que as letras sejam assim também. Qualquer pessoa que se ofende com isso é ridícula.”
Fisher comparou o universo lírico do grupo ao cinema de terror, afirmando que o objetivo é causar impacto artístico, não promover violência real.
O baixista Alex Webster também abordou a diferença entre o death metal e outros estilos musicais.
“A maioria das músicas ocidentais fala de sentimentos — geralmente de um homem para uma namorada —, então muita gente se assusta com as nossas canções. Basta assistir ao noticiário para encontrar inspiração. Nenhuma das nossas letras foi feita com a intenção de ofender as mulheres.”
Webster enfatizou que o Cannibal Corpse retrata a brutalidade como parte da expressão artística e não como apologia à violência.
O baterista Paul Mazurkiewicz reforçou o argumento.
“Nós apenas escrevemos nossas músicas. Algumas podem ter um pouco mais de brutalidade em relação a mulheres, talvez, mas não acho que isso seja um grande problema. Se você é mulher e gosta de death metal, entende a mentalidade e o que esse tipo de música representa.”
Segundo Mazurkiewicz, o público do metal extremo reconhece que as letras são ficcionais e fazem parte da estética do gênero, e não devem ser interpretadas literalmente.
A banda acumula décadas de polêmicas. Em 1996, o governo australiano baniu a venda dos álbuns do Cannibal Corpse por quase dez anos. Na Alemanha, o grupo chegou a ser proibido de tocar músicas dos três primeiros discos ao vivo — medida que foi posteriormente revogada. Mais recentemente, na Rússia, as letras e capas da banda também foram alvo de censura por conterem “conteúdo violento”.
Entre as faixas mais criticadas está “Stripped, Raped, and Strangled”, frequentemente mencionada por abordar de forma explícita a violência contra mulheres. Ainda assim, fãs e críticos defendem que o death metal utiliza imagens extremas como metáforas e formas de arte — de modo semelhante ao que ocorre no cinema de horror.