Andreas Kisser fala sobre decisão do Sepultura em adotar o inglês nas letras desde os primórdios

Andreas Kisser, guitarrista do Sepultura, falou com o jornal O Tempo, onde ele explicou a decisão da banda em adotar o idioma inglês em suas letras desse o princípio. Ele diz:

Era uma influência que a gente tinha e a língua inglesa abria portas. Foi algo natural, mas sempre falamos das coisas do Brasil” – diz Kisser, citando o Scorpions, banda da Alemanha e que também adotou o inglês em suas letras.

Andreas relembra a gravação do disco “Roots” com a tribo de índios xavante e que eles não falavam o idioma português:

Os xavantes não falavam português, e aí? Vai dizer que somos mais brasileiros que eles? As pessoas se esquecem que o português é um idioma importado da Europa. Essa é uma discussão vazia, ser brasileiro vai além do idioma, tem a ver com uma série de responsabilidades como cidadão, que, inclusive, paga impostos. 

É uma imbecilidade, um conservadorismo burro. O Brasil, como os Estados Unidos, sempre teve essa cultura da absorção. A música é muito mais poderosa do que essa questão da língua. Cada um fala o que quiser. Se não gosta, o problema é dessa pessoa. Quem mantém a banda são os fãs. E, contra isso, não há argumento

O Sepultura começa nesta semana a sua turnê de despedida, com o primeiro show sendo realizado em Belo Horizonte, com a abertura do Eminence.

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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