Anette Olzon encontra os fãs do Nightwish em show intimista em estreia de tour pelo Brasil
Texto: Carlos Monteiro
Fotos: Ian Dias
Há dez anos sem se apresentar, a cantora Anette Olzon, ex vocalista do Nightwish, iniciou ontem sua turnê brasileira pelo Rio de Janeiro, em show para os seus fãs mais dedicados, no pequeno Teatro Clara Nunes, na Gávea. A casa, com capacidade para quase 400 lugares, também já recebeu artistas como Bride e Uriah Heep, mas nesse caso manteve apenas a parte de baixo aberta para comportar o público. O número reduzido ajudou o show a ser intimista, com boa interação entre palco e plateia.
De origem curiosa, a turnê continuará por Recife, Brasília, Curitiba, Porto Alegre, São Paulo e Belo Horizonte, além de Argentina, Peru e Chile. Dizemos curiosa porque a cantora não mantém uma carreira regular e saiu do Nightwish no longínquo ano de 2012, após tentar cumprir a árdua tarefa de substituir Tarja Turunen.



Com registro musical diferente, fora do canto lírico que era a marca de sua antecessora, Anette teve que enfrentar vários desafios dentro da banda, inclusive contou ter sido demitida por conta de uma gravidez. A versão oficial do Nightwish (leia-se a do líder Tuomas Holopainen) foi que sua personalidade não se encaixava na dinâmica da banda.
Na época, ela cumpriu o desafio melhor que pôde e acabou participando de dois álbuns de qualidade na discografia do Nightwish: “Dark Passion Play” (2007) e “Imaginaerum” (2011), justamente o material dessa turnê.

Bastante simpática e sorridente, Anette apareceu com um corpete preto (que puxava com frequência para cima ao longo do show) com suas tatuagens à mostra, e uma saia longa preta e branca. Acompanhada pelos músicos brasileiros, no baixo e vocal, Filipe Duarte do Overdose, Sanzio Rocha na guitarra, Kiko Lopes na bateria (esses dois inclusive fazem parte do Harvest, um tributo ao Nightwish) e Vithor Moraes no teclado. Logo no início do show, pediu para os fãs se levantarem, o que foi prontamente atendido com vários preenchendo a beira do palco. E, realmente, no quesito animação, a plateia fez bonito, cantando todas as músicas e interagindo diretamente com a cantora.




Intercalando canções dos dois álbuns, a apresentação abriu com “7 Days to the Wolves”, seguida por “Storytime” e “Ghost River”, já em alta animação. Em seguida, veio a esperada “Bye Bye Beautiful”, que apesar de seu tema – uma despedida irônica a Tarja Turunen – teve boa resposta da plateia. Logo depois, “Amaranth” manteve a temperatura da apresentação.

Mais à frente, veio um set acústico e o pedido de Anette para que os fãs voltassem aos seus lugares. Aqui, destaque para “Eva” e, tocada pela primeira vez na história, “Turn Lose The Mermaids”, quando os fãs acenderam as luzes dos seus celulares, criando como sempre um belo efeito.

Anette convoca novamente todos a se levantarem e, nesta parte do show, a plateia curtiu bastante “The Poet and the Pendulum”. Em um momento “fofo” do show, ela relembra a época do Nightwish em que precisava sair de casa e largar o filho pequeno, perdendo eventos familiares nas turnês. “Eu agora decidi recompensá-lo, trazendo junto”, disse, e o chama ao palco. O adolescente, ostentando uma camisa do Rainbow, entra acenando para o público e abraça sua mãe, para se despedir em seguida.

Perto do fim, uma bela versão de “Meadows of Heaven” chegou a arrancar lágrimas de alguns fãs. Mas, para não acabar em uma vibe tão tranquila, ela avisa que o show iria “terminar com um estouro”.

É quando Anette introduz “Last Ride of the Day” em performance catártica para artista e público. No final, a tradicional foto com o público atrás e, em mais um gesto simpático, a cantora chega à beira do palco para tirar fotos com os fãs e autografar vários itens. Depois, sai do palco agradecida e ovacionada, mostrando que, se depender do Brasil, sua participação no Nightwish não será apenas uma mera participação na discografia da maior banda de rock da Finlândia.






Legal, abraços!