As principais diferenças entre Andre Matos e Edu Falaschi segundo Fabio Lione
O Angra em toda sua história já contou com três vocalistas, sendo eles Andre Matos, Edu Falaschi e atualmente, Fabio Lione é quem ocupa o cargo.
Em conversa com o podcast Fala Ordinário, Lione falou sobre o que para ele, são as principais diferenças entre seus dois antecessores. Ele diz conforme transcrito pelo Confere Rock:
“Cada um tem seu próprio estilo, sabe? Eu posso te falar desse jeito: o Andre, para mim, era um ótimo compositor, muito bom mesmo. Ele era lento, não era rápido para compor, mas era brilhante como compositor. Ele tinha um estilo único de voz, um estilo próprio. Você pode gostar ou não, mas era a identidade dele. Você escuta Angra, você sabe que é ele. Eu realmente gosto de vocalistas que, com dois segundos de música, você já reconhece. Não importa a técnica, sabe? Tipo o Axl [Rose]… minha mãe em cinco segundos já te fala: ‘É ele’. Quantas vezes minha mãe falou: ‘Mas não parece sempre a mesma voz? Não é o mesmo cara que escutei antes?’ Quando minha mãe fala isso, é porque não funciona. O cara pode ser bom, pode ter técnica, mas é genérico. O timbre da voz é genérico.
E eu acho que, para uma banda realmente fazer sucesso, o vocalista precisa ter algo próprio, algo único. É fatal. Eu acho isso com toda certeza. E parece arrogância, mas eu acho que eu, com o Rhapsody, com o Angra, combinava perfeitamente. Porque o meu jeito mais lírico, mais operístico de cantar, não é o mesmo que o Andre tinha na primeira fase do Angra, mas se encaixava perfeitamente. Acho o Edu um bom compositor, realmente muito bom, e um bom vocalista, principalmente em estúdio. O timbre da voz dele eu acho até melhor do que o timbre do Andre. Talvez seja melhor para cantar baladas. Porque o timbre do Andre era um pouco… um pouco anasalado, né? Então, para baladas, era bonito, mas não era tipo Joey Tempest (do Europe), não era Robbie Williams. O timbre do Edu é mais agradável para esse tipo de música. Isso é o que eu acho, pessoalmente.
Mas quando se fala de unicidade — se é assim que se diz em português — eu acho o Edu pessoalmente menos único, menos marcante. Sabe? Não é aquele cara que minha mãe escuta e fala: ‘Esse é o cara do Labyrinth? Esse é o cara do…?’ Com o Andre Matos isso nunca acontece. Assim como não acontece com o Rob Halford. Assim como não acontece com você. E assim como não acontece comigo. Eu falo isso e parece que sou arrogante, né? Mas, pô… é a verdade. É a verdade mesmo.”
O vídeo pode ser visto abaixo.
André Matos, Lione, Bruce Dickinson, Zak Stevens e Chris Cornell são os meus vocalistas preferidos do estilo. André tinha estilo único, lembro de ter escutado a versão Painkiller com ele e não gostei, achei que não tinha muita energia no vocal como Harlford tem. Lione tem essa energia para algo rápido como Judas Priest faz. André teve até timbre de guitarra que combinasse com sua voz, foi o que aconteceu no seu tempo do Angra. Halford ficaria interessante fazendo cover de ¨Nothing to Say¨, que é quase uma versão ¨Painkiller¨ do Angra! Abraços.