Avantasia – “A Paramormal Evening the Moonflower Society” (2022)
O que começou como uma “brincadeira”, acabou virando algo muito sério para Tobias Sammet e o Avantasia. O vocalista deixou de lado o Edguy para focar de vez no projeto, que abraça aquele power metal “operistíco” cheio de camadas e sobreposições e assim, chegam ao seu 9º disco da carreira.
“A Paramormal Evening the Moonflower Society” foi lançado pela Nucler Blast e distribuído nacionalmente pela Shinigami Records, com uma bela edição com uma linda luva envernizada e trazendo uma ilustração que nos remete a algo do Tim Burton.
Musicalmente, a banda acaba não inovando muito ao longo desses anos e lançamentos, e aqui não é lá tão diferente, não mostrando muito além do disco anterior, mas ainda assim, para que é fã do trabalho, ou no mínimo mantém alguma curiosidade por ele, irá ter bons momentos no decorrer do play.
A abertura com “Welcome to the Shadows” já mostra o que virá pela frente. Grandes momentos de coros e um refrão carregado e que irá abrir os próximos shows da banda. Ralph Scheepers do Primal Fear é quem aparece em “The Wicked Rule the Night“, e cria uma música poderosa e enérgica. Os versos cantados pelo convidado são ótimos e dão o peso necessário para os riffs cadenciados. “Kill the Pain Away” tem os vocais divididos entre Tobias e a estrela do Nightwish, Floor Jansen, em uma faixa que poderia aparecer em algum disco de sua própria banda. E ela ainda volta para a lenta “Misplaced Among the Angels“, criando uma espécie de duelo com Sammet. “The Inmost Light” traz Michael Kiske do Helloween e acerta no tom, cavalgando riffs característicos do genêro em uma das melhores faixas do disco. “Scars” é a chegada de Geoff Tate ao registro, que mostra um rock mais soturno, aproveitando muito bem a voz do convidado, e com uma música de boa levada e gostosa de se ouvir. “Rhyme and Reason” traz o lado “farofa power” com teclados dando o tom da introdução e uma boa presença de Eric Martin, do Mr. Big. O encerramento fica com a longa “Arabesque”, que traz Sammet, Kiske e a lenda Jorn Lande, que parece a amarra de todas as outras faixas, mas que me soa um pouco exagerada em sua duração, sendo alguns minutos a menos, uma boa pedida para o roteiro aqui.
Diferente de outros discos, Tobias é o centro das atenções por aqui, cantando a grande parte de todas as faixas, o que pode soar um pouco desperdício de tantos nomes de peso que deram as caras por aqui. No resumo da ópera “sammetiana”, não há novidades, como já dito, e há alguns exageros do capitão e talvez, mostre que este seja um grupo datado e que não vá ter uma vinda tão mais longa, porém, este momento ainda não é agora. A diversão dos fãs ainda está ali e mesmo para quem quer ouvir algo construído com a paixão de criador e criatura, o prato está servido.
NOTA: 7
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