Bangers Open Air 2025, dia 1: Mescla de novidades e lendas do Hard Rock e Heavy Metal agitam warm-up
O Bangers Open Air, festival montado após a saída do Summer Breeze do circuito sul-americano, iniciou a sua primeira edição na última sexta-feira (02), abrindo assim o final de semana de shows no Memoral da América Latina, na Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo. O evento, organizado pelo Consulado do Rock e com diversas parcerias, teve um Warm-Up (aquecimento) em seu primeiro dia, contando com seis bandas ao longo da tarde e noite de eventos: Kissin’ Dynamite, Dogma, Armored Saint, Pretty Maids, Doro e Glenn Hughes.
O clima ameno, com picos mais quentes e a queda de temperatura à noite, de nada evitou a chegada do público ao longo da tarde, com um aumento de presença já no início da noite, durante e após o show do Armored Saint. No palco, as seis bandas trouxeram apresentações enérgicas e bem performáticas, a destacar a intensidade da abertura do Kissin’ Dynamite, a profanidade do Dogma, a entrega do início ao fim de John Bush pelo Armored Saint – a destacar sua ida ao público, perto da pista, já na reta final -, a receptividade do público com a estreia do Pretty Maids em solo brasileiro, a devoção dos fãs de Doro e a impecável voz e sonoridade que Glenn Hughes, mesmo nos últimos shows de sua carreira, mostrou ao finalizar o evento.
Junto a isso, logo no início do festival, um dos anúncios presentes nos telões dos palcos confirmou a edição de 2026, num indicativo de que o Bangers Open Air não somente veio com tudo, como também, apresenta um bom planejamento ao já indicar a edição seguinte.
Abaixo, falo mais sobre cada apresentação que ocorreu neste primeiro dia.
Kissin’ Dynamite abre festival e conquista público com energia, performance e sonoridade avassaladoras
Texto: Tiago Silva
Fotos: Marcio Machado
A responsabilidade de iniciar o Bangers Open Air foi da banda alemã de Hard Rock e Heavy Metal Kissin’ Dynamite, formada em 2007 e que estreou em solo brasileiro neste show. Apesar de um volume menor de pessoas na pista, que cresceu aos poucos ao longo da apresentação, a carga sonora e performática do quinteto não somente foi um presente de estreia de primeira prateleira para os fãs presentes – da banda e do Hard Rock em geral – e demais espectadores, como também uma demonstração de acerto, por parte da curadoria e produção do festival, na escolha de determinadas bandas para esta edição.
Steffen Halle (baixo), Andre Braun (guitarra), Jim Muller (guitarra) e Sebastian Berg (bateria) entraram em pelotão às 15h10, em meio a uma introdução e focados em tocar na parte alta do palco. Eles iniciaram a enérgica apresentação com “Back With a Bang”, dando pretexto para a entrada do irreverente Johannes Braun, que já mostrou o potencial vocal logo na primeira faixa, além da habilidade de Jim na guitarra. O setlist, com nove faixas, abordou o mais recente álbum da banda, “Back With a Bang” (2024), além dos álbuns “Ecstasy” (2028), “Not the End of the Road” (2018) e “Megalomania” (2014).
“DNA” deu sequência à apresentação, com mais ares do lado performático e interativo de Johannes ao pedir para o público pular junto no começo e bater palmas no ritmo, mais ao final. Depois de um “Bom dia, Bangers Open Air” enfático por parte do frontman, a música “No One Dies a Virgin” veio como mais uma pedrada musical dos instrumentistas e um marco para coros enfáticos de parte do público, nos refrões.
O grupo ainda trouxe “I’ve Got the Fire”, que contou com mais solos fortes dos guitarristas e até um “momento estátua”, de alguns segundos, no meio da faixa. Já “Monster”, uma legítima “farofa Hard Rock”, trouxe a energia dos pulos ao público novamente, liderados e coordenados por Johannes. Jim Muller, um dos mais inspirados, foi quem trouxe um solo espetacular.
Na sequência, o Kissin’ Dynamite tocou “The Devil Is a Woman”, com coreografias em linha dos músicos, bons solos dos guitarristas e um falsete bem entornado de Johannes na reta final.
O frontman do grupo alemão fez um discurso motivacional, pautando principalmente a ideia de que nunca é tarde para começar algo e que “nunca será o fim da estrada”, dando assim pretexto para o início de “Not the End of the Road”. Aqui, o coro era mais evidente por parte dos fãs presentes no Lounge. Jim, no auge de sua alegria por tocar no Brasil, gravou o público com um celular. A linha temática seguiu com “You’re Not Alone”, que não somente aumentou a quantidade de pessoas a cantar durante a faixa, como levou a um momento de balançar das mãos, já no final.
Esse balançar logo se tornou um mar de palmas para a recepção da faixa final. “Raise Your Glass” foi outra faixa muito conhecida que levou o público a cantar e muito nos refrões. A sensação de felicidade da banda foi tamanha que seu encerramento se deu com Jim e André servindo de base para Johannes subir e formar uma pirâmide, para delírio da galera. Eis uma finalização que mostrou que o Kissin’ Dynamite foi um pedaço generoso de um grande bolo de apresentações que viriam naquele final de semana.
“Missa Profana” das freiras do Dogma impressiona fãs e curiosos
Texto: Tiago Silva
Fotos: Marcio Machado
As freiras sul-americanas do Dogma fizeram a terceira apresentação em São Paulo num período de menos de um ano. Isso porque, em julho de 2024, elas foram atração do Odin’s Krieg Fest e também fizeram um show com o The Heathen Scythe na Casa Áurea.
Nesse meio tempo, dois singles foram lançados pela banda, sendo um deles um cover da Madonna, “Like a Prayer” e a sonoridade de Tango de “Banned”. E ambos apareceram no setlist de 13 faixas cujo bruto envolveu o primeiro álbum da banda, de mesmo nome. Da mesma forma, grupos de fãs, principalmente de meninas, se formaram e marcaram presença no warm-up do Bangers, vestidas como as integrantes da banda ou não.
Às 16h10, as integrantes da Dogma, fantasiadas como freiras maquiadas e identificadas pelos apelidos de Abeahel (bateria), Nixe (baixo), Lamia (guitarra), Rusalka (guitarra) e Lilith (vocal) entraram no palco após uma longa introdução que, em vídeo, mostrava imagens de pessoas pregando, supostas curas espirituais e outras situações que criticavam as vertentes do Cristianismo, além de imagens de conteúdos de entretenimento aleatório, como se criticassem o lado ruim das redes sociais ou algo pautado na Modernidade Liquida. No palco, a decoração chocava com dois banners de imagem: uma orgia observada por uma pessoa encapuzada e uma adoração a uma mulher.
Para ler mais sobre o show do Dogma, clique neste link e veja fotos exclusiva e a resenha completa.
Armored Saint supera problemas de som e encerra a tarde com Heavy Metal de ponta e com John Bush na galera
Texto: Tiago Silva
Fotos: Marcio Machado
Seis anos se passaram desde a primeira vez dos californianos do Armored Saint no Brasil, no Fabrique Club, em junho de 2018. Neste retorno a São Paulo, com início da apresentação às 17h08 no palco, nem mesmo os problemas técnicos iniciais reduziram a felicidade e a disposição do lendário Joey Vera (baixo), dos irmãos Gonzo Sandoval (bateria) e Phil Sandoval (guitarra), de Jeff Duncan (guitarra) e, principalmente, a animação de John Bush (vocal), expressada de diversas formas.
O repertório da apresentação veio com 11 faixas e explorou boa parte dos lançamentos de estúdio da banda californiana de Heavy Metal. A primeira música foi, de cara, a clássica “March of the Saint”, do disco de estreia. de mesmo nome, cujos problemas com o volume das guitarras e do microfone do vocalista – o segundo caso, com mais constância durante todo o show – ficaram evidentes, apesar do cartão de visitas performático da banda e um timbre vocal de Bush que, atualmente, lembra um pouco (mas só um pouco, ok, fãs de Iron Maiden?) a voz do lendário Bruce Dickinson.
Em “End of the Attention Span”, a característica vocal anteriormente citada ficou um pouco mais evidente. Os sons da guitarra seguiram baixos, assim como em “Raising Fear”. Ao final desta terceira faixa, tanto o público da grade do Lounge, quanto o da pista geral, pediram incessantemente pelo aumento do volume dos instrumentos em questão, enquanto John Bush, segundo o roteiro da apresentação e aparentemente não entendendo o sinal, discursou sobre aquele show ser também “como uma festa”.
“Long Before I Die” veio como representante do álbum “Delirious Nomad” (1985), mostrando que Bush ainda conseguia atingir boas notas agudas, assim como Jeff Duncan, com uma guitarra mais audível, trouxe um ótimo solo para a faixa. Já em “The Pillar”, a fumaça de gelo seco serviu como um “charme” em meio a uma ótima execução da dupla de guitarristas e de um John Bush que, momentaneamente, pareceu que iria transcender ao gesticular e esbanjar expressões faciais positivas no palco.
Outra faixa clássica foi “Last Train Home”, para a alegria dos fãs da banda, que não deixaram de cantá-la e que ainda foram mais entoados nos refrões. John Bush apostou e acertou em notas agudas, em momentos pontuais, assim como Duncan executou perfeitamente os dois solos da música em questão. A próxima foi “Last Train Home”, iniciada com Bush sentado na parte frontal do palco e, além disso, com outro problema técnico de diferença de som: o baixo de Joey Vera, apesar de destacado, ficou mais alto do que as guitarras em boa parte da música.
Outras duas faixas mais “recentes” foram tocadas: “Standing on the Shoulders of Giants”, com um ótimo solo combinado de Duncan Sandoval, além de outra demonstração de felicidade de Bush ao olhar fixamente para o público e sorrir plenamente; e “Win Hands Down”, iniciada sob o barulho coordenado pelo frontman da banda, com predomínio das luzes verdes e outra ótima execução sonora num geral.
A impressão positiva da banda para com o público já era evidente na reta final do show, novamente destacando o semblante de John Bush. O se tornou mais próximo em “Can U Deliver”, do primeiro álbum do Armored Saint, quando o frontman atravessou por dentro do Lounge, onde foi amplamente saudado, e foi para a grade da região que divide as pistas dos palcos principais, caminhando de um lado para o outro enquanto cantava e mantinha contato com os fãs da parte da frente. Aquilo foi algo completamente inusitado e representou de vez a felicidade de Bush e da banda, que não deixava de entregar o melhor das habilidades de cada membro, em estar em solo brasileiro novamente e sentir a energia do público local.
A finalização da apresentação se deu com “Reign of Fire”, iniciada ainda com John Bush em rota de retorno ao palco e sob a coordenação de Joey Vera tanto nos pedidos de Hey, quanto nas suas execuções. A finalização enérgica de todos, após ótimos solos dos guitarristas, foi para liquidar o final da tarde e entregar o início de noite ao Pretty Maids. Foram momentos que ficarão na memória dos fãs do Armored Saint e da banda, independentemente dos problemas técnicos que atrapalharam uma experiência sonora melhor, ainda mais de uma banda tão subestimada no Heavy Metal como o Armored Saint.
Pretty Maids mostra o poder da música e traz rock direto e conciso
Texto: Marcio Machado
Fotos: André Tedim
Após anos e anos de espera dos fãs, finalmente o Pretty Maids chega ao Brasil e entrega não só um baita show de rock, direto e conciso, mas mostra também como o poder da música é tão forte.
Digo isso devido a condição do vocalista Ronnie Atkins, que enfrenta um câncer em estágio 4. Mas isso, hora alguma aparece no palco, muito pelo contrário. Vemos um vocalista poderoso, dono total de sua voz e que voz! Acompanhado por Ken Hammer (guitarra), Chris Laney (teclado, guitarra), René Shades (baixo) e Allan Tschicaja (bateria), a banda faz a abertura do seu show com a melódica e dona de refrão marcante “Mother of All Lies“. Ali a banda já ganha o público, que parece agitar mais nessa sexta feira de frio e plateia ainda acanhada. Logo em seguida, a tão boa quanto, “Kingmaker” chega na sequência e ainda faz usos do refrão chiclete e faz isso com total maestria. “Rodeo” fecha a trinca de abertura com a vibe lá em cima.
Sem muito tempo para comunicação com o público, o Pretty Maids quer é mandar mais rock, e faz isso com “Back to Back“, dona de riffs rápidos e velozes, a música é o ponto para acender de vez a plateia. A mais cadenciada “Red, Hot and Heavy” é um hardão pesada e com inspirações no Kiss, cheia de presença e pegada, Ronnie impõe sua voz com toda sua potência e não decepciona em momento nenhum. “Pandemonium” é uma das melhores que a banda apresenta no show, e tem um refrão tão poderoso e linhas da bateria de Allan de respeito, com contratempos e uma pegada bruta. “I.N.V.U” traz um momento mais calmo, e o mesmo para “Liitle Drops of Heaven“, que é uma quase balada. “Please Don’t Leave Me” cumpre tabela ali, mas não vai muito além como o cover de John Sykes. E caminhando para o final “Future World” e “Love Games’. A primeira um quase speed metal cheio de presença e veloz. Já “Love Games” é quem traz a aurea bem oitentista e fecha o show com uma ótima energia.
Se há uma coisa que a música faz, é a energia, vibração e um pode incrível e mostra que está além de muita coisa, inclusive condições humanas, e faz brotar sentimentos. Que baita show presenciamos aí.
Doro reforça amor ao Brasil, promove coros poderosos e reforça posto de “Metal Queen” em encerramento do palco Ice
Doro Pesch se dedica ao Heavy Metal desde 1982. Todos os seus trabalhos, tanto pelo Warlock, quanto pela carreira solo, além da fortíssima admiração dos fãs em todo o mundo, a deram o posto de Metal Queen. Na apresentação que fechou o palco Ice do Bangers Open Air, Doro provou novamente o porquê de essa denominação ser verdadeira e incontestável ao enfileirar sucessos desses 43 anos de carreira em um setlist parecido com o de sua apresentação no Monsters of Rock de 2023 porém, com a inclusão de mais uma faixa dos tempos de Warlock e duas faixas do mais recente álbum da cantora, “Conqueress – Forever Strong and Proud” (2023).
O público, ansioso, gritou o nome da vocalista ainda nos minutos entre o show anterior e o dela. Pouco tempo depois, o anúncio foi feito por alguém atrás do palco: “Senhoras e senhores! Com vocês, a Rainha do Metal: Doro Pesch!”. Ela foi a última a entrar, depois de seus parceiros de banda ao vivo Danny Piselli (bateria), Nick Mitchell (baixo), Bas Maas (guitarra) e do brasileiro-americano Bill Hudson (guitarra)
Doro esbanjava felicidade perante ao público no Memorial, o que foi visto desde o começo com “I Rule the Ruins” e “Earthshaker Rock”. Por diversas vezes entre as músicas, a cantora fez pequenos discursos tanto ao testar a vibração dos fãs, quanto ao elogiá-los. Junto a isso, também vieram algumas frases em português, como “Eu amo vocês”.
“Burning the Witches”, outro clássico dos tempos de Warlock, trouxe o primeiro coro em peso do público e, assim como nas outras faixas, ótimas execuções de solos dos guitarristas. A mesma dinâmica se deu em “Fight for Rock” e concretizou o carinho de Doro com a galera e vice-versa.
Doro também abordou faixas de sua carreira solo, apostando no repertório do álbum mais recente, com “Time for Justice”, e da década passada, com “Raise Your Fist in the Air”, no qual o público obedeceu o título e refrão, levantando os punhos para o ar e deixando a dinâmica nas mãos da Metal Queen até mesmo após o término da faixa, quando ela pediu para que gritassem mais – e era justamente sua alcunha.
A apresentação “acelerou” seu ritmo com o poderio de “Metal Racer” e, na sequência, ficou mais lenta com Für Immer, balada sobre a lealdade e com trechos cantados em inglês e alemão. E apesar de ser mais lenta, não significou que o público ficou morno, já que todos acompanharam Doro quando ela buscou uma bandeira do Brasil e, num ato de carinho, mostrou ao público, se cobriu com ela, pediu um coro lírico no final da música e terminou, em língua portuguesa, dizendo “No meu coração, pra sempre”. “Hellbound” trouxe de volta o poderio Heavy Metal ao show, seguido de um discurso rápido de Bill Hudson sobre a honra de tocar no Brasil e com Doro, pedindo mais barulho para a Metal Queen.
Para a reta final, Doro escolheu um cover de “Breaking the Law”, do Judas Priest, que teve as primeiras estrofes em ritmo lento e somente com ela e Bill no palco. Pouco depois do primeiro refrão, veio o instrumental completo que levou a rodas de bate-cabeça no Lounge e na pista – as mais frenéticas de todo o dia de evento. Por fim, a clássica “All We Are” levou a um coro massivo e constante dos principais versos da faixa, se tornando o maior de todo o show e coroando uma apresentação que reforçou, novamente, o carinho do público com a Metal Queen que, mesmo após o final, ainda cantou trechos de “Living After Midnight”, também do Priest, que tocou no PA.
Glenn Hughes é gigante em “pré aposentadoria” e mostra ainda ter lenha para queimar
Quando Glenn Hughes anunciou que estaria se aposentando, todos pensaram que seria o melhor momento para isso, e que uma lenda desse tamanho teria seu descanso merecido.
Porém, nas sexta feira, a lenda foi responsável por fechar o o primeiro dia do Bangers Open Air, e sinceramente, foi muito difícil sequer se lembrar de que o homem havia falado em parar, pois muito pelo contrário de outros que estão na ativa, Hughes parece em pleno vigor e forma e cantando de uma forma absurda.
Abrindo com a potente “Stormbringer”, clássica do Purple, Glenn acompanhado por Søren Andersen (guitarra), Ash Sheehan (bateria) e Ed Roth (teclados), lança de cara agudos no teto e mostra uma força espetacular de sua voz. Seu baixo tinha uma potência monstruosa, mas em momento algum, apagava os seus companheiros de banda, com um som bem regulado, o que foi meio difícil de se ver ao longo deste dia. Andersen emendou um solo extraordinário e de respeito na faixa. “Might Just Take Your Life” é a seguinte, guiada pelos “Hammond” de Roth, e detalhes com toque de charme da bateria de Sheehan. A pesada “Sail Away” vem na sequência, e emenda um semi-blues nos versos e o groove da banda fica escancarado e causa impacto no ouvinte, seja ele de qual geração for.
E para ler a resenha completa, clique neste link.
Chegava ao fim só o primeiro dia, hora de recarregar as baterias, pois muito mais ainda viria pela frente.
CONFIRA OS SETLISTS ABAIXO:
Kissin’ Dynamite
Back With a Bang
DNA
No One Dies a Virgin
I’ve Got the Fire
My Monster
The Devil Is a Woman
Not the End of the Road
You’re Not Alone
Raise Your Glass
Dogma
Forbidden Song
My First Peak
Made Her Mine
Banned
Like a Prayer (cover de Madonna)
Bare to the Bones
Make Us Proud
Pleasure From Pain
Father I Have Sinned
The Dark Messiah
Armored Saint
March of the Saint
End of the Attention Span
Raising Fear
Long Before I Die
The Pillar
Last Train Home
Left Hook From Right Field
Standing on the Shoulders of Giants
Win Hands Down
Can U Deliver (com o vocalista John Bush cantando na grade da pista, com os fãs)
Reign of Fire
Pretty Maids
Mother of All Lies
Kingmaker
Rodeo
Back to Back
Red, Hot and Heavy
Pandemonium
I.N.V.U.
Little Drops of Heaven
Please Don’t Leave Me (cover de John Sykes)
Future World
Love Games
Doro
Intro
I Rule the Ruins (Warlock)
Earthshaker Rock (Warlock)
Burning the Witches (Warlock)
Hellbound (Warlock)
Fight for Rock (Warlock)
Time for Justice
Raise Your Fist in the Air
Metal Racer (Warlock)
Für Immer (Warlock)
Fire in the Sky
Breaking the Law (cover de Judas Priest)
All We Are (Warlock)
Outro: Living After Midnight (reprodução original do Judas Priest, porém Doro cantou alguns versos com o público)