Black Sabbath: 49 anos de “Technical Ecstasy”

O dia 25 de setembro é especial para o Black Sabbath, pois temos dois álbuns lançados pela banda nesta data e vamos falar hoje de um deles: “Technical Ecstasy“, o sétimo álbum da banda, lançado em 1976, há 49 anos atrás. Existem duas datas de lançamento, a de hoje, que foi nos Estados Unidos, e 8 de outubro, no Reino Unido.

A banda vinha do excelente “Sabotage“, considerado por muitos como sendo o melhor disco do Black Sabbath após “Paranoid“. Mas os problemas de relacionamento já começavam a afetar a banda. Ozzy Osbourne iria deixar a banda ao término da turnê, mas acabou retornando um ano depois, onde ficou até 1979.

O quarteto havia superado os problemas com o empresário, que chegou ao extremo de ser decidido na justiça. Então a banda se reuniu no “Criteria Studios”, em Miami, durante o mês de junho de 1976. A própria banda assinou a produção. Tony Iommi deu uma declaração, certa vez, sobre o distanciamento sonoro em relação aos álbuns anteriores. Aspas para o pai do Heavy Metal:

“Algumas pessoas podem ter ouvido a banda em 1970 e pensando, ‘Oh, não, eles de novo não!’ Mas se eles nos ouviram agora, provavelmente podem gostar de nós.”

De fato, pode ser que a banda tenha angariado novos fãs a partir deste play, mas a verdade foi que o álbum dividiu opiniões, e muitas delas são contrárias ao novo caminho que a banda estava trilhando. Em 1992, Tony Iommi deu uma declaração à revista “Guitar World“. Vamos analisar as palavras dele:

“Os fãs do Black Sabbath geralmente não gostam muito de Technical Ecstasy. Foi realmente uma situação sem saída para nós. Se tivéssemos continuado os mesmos, as pessoas teriam dito que ainda estávamos fazendo as mesmas coisas de sempre. Então, tentamos ser um pouco mais técnicos, mas não funcionou muito bem.”

Ele mesmo admite que as coisas fugiram um pouco do controle, mas o disco não chega a ser desprezível. Causa estranheza, sim, encontrarmos duas baladas em um disco onde esperamos faixas mais pesadas, densas e sombrias. Porém, é a história da banda que criou o estilo que tanto amamos e por isso, vamos exaltar o legado dos caras.

A capa, de aparência moderna para a época, foi desenhada pelo artista inglês Hipgnosis e segundo descrição de Ozzy, quis mostrar dois robôs fazendo uma escalada. Sua aparência com um fundo em amarelo destoa dos álbuns anteriores, quase todos com fundo escuro. Era a tentativa da banda em se desvencilhar do passado.

O álbum é composto por oito faixas, tem duração de 40 minutos e o Black Sabbath bem distante do som característico dos primeiros álbuns. Eles tiveram muita influência do Rock Progressivo por aqui e temos alguns poucos bons momentos, como em “Back Street Kids” e “Dirty Women“, que é disparada, a melhor do álbum, que decepcionou bastante.

Em 1977, a banda saiu em turnê pela Europa e a banda de abertura foi o AC/DC. Porém, as coisas não foram tão harmoniosas. O relacionamento entre Geezer Butler e Angus Young era péssimo e no livro “How Black Was Our Sabbath“, de 2004, o técnico de bateria de Bill Ward, Graham White e o assistente pessoal de Ozzy Osbourne, David Tangye, afirmaram que as desavenças tiveram início após uma apresentação de ambas as bandas na Suiça. Ao que consta, Butler teria pego um pente de lâmina de seu bolso e Young acreditou ser um canivete que o baixista do Sabbath apontava para ele e aí o caldo azedou.

O uso incontrolado de drogas era um pesadelo. Outra situação curiosa, novamente narrado por Graham White e David Tangye, Bill Ward passou a alugar um carro e se dirigir entre um show e outro, tamanho o seu medo de voar.

O álbum não teve boa recepção tanto por parte da crítica quanto do público. Nas paradas de sucesso, “Technical Ecstasy” alcançou a 13ª posição na parada britânica, 33ª na Suécia, 38ª no Canadá e 51ª na “Billboard 200“. Foi certificado com Disco de Ouro nos Estados Unidos, por ter vendido 500 mil cópias.

Se está longe de ser uma unanimidade, “Technical Ecstasy” faz parte do rico legado que o Black Sabbath deixou. A banda se despediu de todos nós em 5 de julho, em Birmingham, no Back to the Beginning, dezessete dias antes da morte de Ozzy Osbourne. Somos afortunados por ter tido a sorte de viver na mesma época destes quatro cavaleiros, os criadores do Heavy Metal.

Technical Ecstasy – Black Sabbath

Data de lançamento – 25/09/1976

Gravadora – Warner Bros

Faixas:

01 – Back Street Kids

02 – You Won’t Change Me

03 – It’s Alright

04 – Gypsy

05 – All Moving Parts (Stand Still)

06 – Rock ‘n’ Roll Doctor

07 – She’s Gone

08 – Dirty Women

Formação:

Ozzy Osbourne – vocal

Tony Iommi – guitarra/ violão

Geezer Butler – baixo

Bill Ward – bateria/ vocal em “It’s Alright

Participação especial:

Gerald “Jezz” Woodruffe – teclado

Flávio Farias

Fã de Rock desde a infância, cresceu escutando Rock nacional nos anos 1980, depois passou pelo Grunge e Punk Rock na adolescência até descobrir o Heavy Metal já na idade adulta e mergulhar de cabeça na invenção de Tony Iommi. Escreve para sites de Rock desde o ano de 2018 e desde então coleciona uma série de experiências inenarráveis.

2 thoughts on “Black Sabbath: 49 anos de “Technical Ecstasy”

  • setembro 25, 2025 em 9:02 pm
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    Esse é daqueles discos que tem o nome do Sabbath e não tem muito a cara do Sabbath! Tem riffs interessantes e músicas um pouco experimentais no quesito. A capa ¨moderna¨demais com cara de Pink Floyd e Rush assustou muito a galera de antigamente e ainda é vista com uma certa polêmica. Gosto da arte, das músicas e riffs. Destaco as faixas Back Street Kids que tem riffs e introdução com cara de Barracuda(Heart), You Won’t Change Me que tem um solo de guitarra bastante profundo e técnico!!!! O album com um certo ar psicodélico e coisas da época, apenas fãs do Sabbath irão gostar mesmo…valeu!!!!

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  • setembro 26, 2025 em 2:20 am
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    Não conheço muito bem a discografia do Sabbah, esse disco é novidade para mim. Abraços!

    Resposta

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