Black Sabbath: há 45 anos era lançado “Never Say Die!”, o último play com a formação original

A última semana de setembro é especial para o Black Sabbath: no última segunda-feira, os álbuns “Black Sabbath Vol. 4” e “Technical Ecstasy” fizeram aniversário; nós falamos sobre o primeiro citado e caso você tenha perdido, poderá ler clicando AQUI. Hoje é dia de celebrar o álbum de despedida de Ozzy Osbourne, “Never Say Die!“, o oitavo álbum dos pais do Heavy Metal, lançado nesta data, há 45 anos atrás e que é tema do nosso bate papo por aqui.

O play de hoje tem duas datas de lançamento distintas: 28 de setembro é a data de lançamento nos Estados Unidos e no Reino Unido foi lançado no primeiro dia do mês de outubro. Foi lançado por dois selos: Warner na América e Vertigo no Reino Unido. Nós optamos pelo 28 de setembro pois é a mais utilizada como sendo a data original do lançamento. Provavelmente, se tivermos leitores britânicos que entendam a língua portuguesa, estes irão discordar de tal afirmação.

Assim como no já citado álbum “Technical Ecstasy“, a banda vinha enfrentando problemas tanto com seu vocalista, Ozzy, que ficaria um ano afastado, quanto com a recepção do disco, que não foi tão boa assim. Enquanto o vocalista original esteve fora, a banda tentou Dave Walker, ex-Fleetwood Mac. Eles escreveram algumas letras, porém, Ozzy ao retornar, ele simplesmente se recusou a cantar qualquer coisa que Walker tivesse escrito e por isso todos acabaram por ceder aos caprichos do Madman e reescrevendo todo o disco. Por conta disso, Bill Ward acabou gravando os vocais na faixa “Swinging the Chain“, pois a banda também se recusou a reescrever essa faixa. Todo esse impasse resultou no atraso do processo de gravação.

Processo esse que perdurou entre os meses de janeiro e maio de 1978, no estúdio “Sounds Interchange“, em Toronto, Canadá e novamente com produção assinada pela própria banda. O resultado não é dos melhores. Temos 45 minutos e nove músicas divididas neste período. A banda fez um bom trabalho na primeira parte do play, mas a segunda metade quase pôs tudo a perder. É até constrangedor falar isso de um disco do Black Sabbath, mas de fato os caras não estavam inspirados. Foi um álbum que teve o projeto inicial de ser composto e gravado com outro vocalista, mas as coisas mudaram e Ozzy foi realocado ao posto. Talvez isso tenha feito os caras errarem a mão. Acontece, mas é muito pouco para um álbum que foi o fechamento de um ciclo, claro que naquele momento talvez eles não soubessem que seria a última vez em estúdio.

Há quem goste muito deste álbum: o guitarrista do Soundgarden, Kim Thayil, cita o aniversariante do dia como sendo um dos seus discos favoritos do Black Sabbath; o guitarrista Andy LaRocque (King Diamond e Mercyful Fate) disse que foi influenciado por este play quando escreveu a parte melódica da icônica canção “Sleepless Night”; Dave Mustaine, que prestou sua homenagem à banda tocando a faixa “Never Say Die!” no tributo “NIB II“, elogiou a simplicidade dos riffs de lommi e os elegeu como seus favoritos de sempre.

Apesar dos pesares, a banda saiu em turnê, que teve relativo sucesso, porém, com alguns revezes: uma determinada apresentação precisou ser cancelada, pois Ozzy Osbourne simplesmente não apareceu. O motivo? Estava dormindo, bêbado (e provavelmente sob efeito de drogas), no quarto do hotel onde estava hospedado. Outro fator de discórdia era o fato de Tony Iommi reservar um longo tempo nas apresentações para apresentar uma performance de improvisações em sua guitarra, ele ficava por quase uma hora. Tal fato irritava Ozzy, que certa vez deu a seguinte declaração:

“Eu sempre vi o Black Sabbath como uma banda de Rock! Iommi queria dar outro segmento à banda, o Sabbath não é uma banda de Jazz, e sim de Rock!”

Pela declaração acima, podemos perceber que as coisas já não estavam boas. Mas a turnê continuou e rendeu a gravação de uma das apresentações, ocorrida no “Hammersmith Odeon”, na cidade de Londres e que foi transformada em DVD com o mesmo nome do álbum. Ainda sobre essa turnê, o Van Halen foi a banda encarregada de abrir os shows.

Apesar dos pesares, “Never Say Die!” ficou no 12º lugar nas paradas britânicas; 33° na França, na Suécia alcançou a 37ª posição, na “Billboard 200“, figurou na 69ª posição e no Canadá alcançou a posição de número 90. O disco foi ainda certificado com disco de ouro nos Estados Unidos pela venda de 500 mil cópias.

Como sabemos, Ozzy foi demitido após a turnê e cada um seguiu seu caminho: o vocalista trilhou uma carreira solo vitoriosa, enquanto que Tony Iommi carregou o Black Sabbath entre erros e acertos (talvez mais erros, infelizmente), mas ainda bem que não conseguiu manchar o nome e a história que ele mesmo lutou para conseguir. Para o lugar de Ozzy, seria chamado um certo Ronnie James Dio, que também não ficou muito tempo no cargo. Nenhum outro vocalista gravou mais álbuns pelo Black Sabbath do que Ozzy. Ele voltaria a gravar o último álbum da banda, “13“, mas este não contou com o baterista Bill Ward.

Hoje é dia de celebrar esse play, mesmo não sendo um dos melhores dos caras, carrega esse fardo de ser o último com os quatro fundadores, que até voltou a se reunir para alguns shows na década de 1990, turnê que rendeu o maravilhoso disco ao vivo “Reunion“. O Black Sabbath é e sempre será a banda mais importante do Heavy Metal e merece ser exaltada todos os dias. As gerações que virão depois da nossa precisam manter esse legado sempre vivo. Para sempre Black Sabbath!

Never Say Die! – Black Sabbath

Data de lançamento · 28/09/1978

Gravadora – Warner

Faixas:

01 – Never Say Die!

02 – Johnny Blade

03 – Junior’s Eye

04 – A Hard Road

05 – Shock Wave

06 – Air Dance

07 – Over to You

08 – Breakout

09 – Swinging the Chain

Formação:

Ozzy Osbourne – vocal

Tony Iommi – guitarra

Geezer Butler – baixo

Bill Ward – bateria

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