Blind Guardian: 35 anos de “Follow the Blind”

Há 35 anos, em 14 de abril de 1989, o Blind Guardian lançava “Follow the Blind“, o segundo álbum destes adoráveis alemães e que também é assunto entre nós neste domingão.

Follow the Blind” não é tão bruto e cru como o álbum apresenta de estreia e algumas melhorias no som, embora a pegada Speed Metal ainda seja predominante, o que os membros da banda creditam ao fato de, na época, eles ouvirem bandas como Testament e Forbidden. Assim, neste álbum temos mais um apagando as velinhas neste dia tão frutífero para o Heavy Metal, onde nós já falamos de dois álbuns do Judas Priest, agora falaremos sobre esta pérola do Metal alemão.

Menos de um ano depois da estreia, a banda entrou em estúdio para gravar o aniversariante do dia. E ficaram no “Karo Studios“, na época, localizado na Alemanha ocidental (N. do R: estamos falando de uma Alemanha separada em duas, fruto da divisão do mundo pós-guerra entre capitalismo e comunismo. E no final daquele ano, ο país voltaria a se unificar), entre os meses de janeiro e fevereiro de 1989. Kalle Trapp assinou novamente a produção, como havia feito em “Battalions of Fear“. Desta vez, Kai Hansen participou das gravações, pois ele havia escutado a banda e ficou muito impressionado.

A versão em vinil do aniversariante do dia trazia fotos e letras, que, por alguma razão, não entraram na primeira prensagem do CD. Uma curiosidade é que o hino da banda, “Valhalla“, quase não entrou na gravação. A razão? A banda simplesmente não gostava da música, porém, ela acabou sendo incluída para que a duração do álbum fosse um pouco mais estendida. E se mostrou uma decisão mais do que acertada, pois é impossível ir em um show do Blind Guardian e sair de lá sem que eles toquem “Valhalla“.

Bolacha tocando, temos um álbum relativamente curto: 42 minutos e dez canções, sendo oito autorais e dois covers, que são as faixas “Barbara Ann“, do Regents, mas que ficou mais conhecida na versão da banda Beach Boys e “Don’t Break the Circle“, da banda inglesa Demon. Além do grande clássico, “Valhalla“, a música “Banish From Sanctuary” é outro grande destaque e de vez em quando marca presença nos shows da banda até hoje. Nesta época, o Blind Guardian ainda não se inspirava tanto nas obras de Tolkien, então a temática é bem variada e temos, por exemplo, as músicas “Damned for All Time” e “Fast to Madness“, que são inspiradas no personagem de Michael Moorcock, da série Eternal Champion, “Banish From Sanctuary” é inspirada no personagem bíblico João Batista, a faixa-título vem do livro “The Talisman“, de Stephen King e Peter Straub, enquanto que “Hall of the King” fala sobre ter fé. O álbum proporciona uma experiência sem igual, tanto auditiva quanto lírica.

O play alcançou a 51ª posição nas paradas germânicas. A receptividade na época do lançamento foi ótima, em se tratando de uma banda ainda no underground. No ano de 2017, a Loudwire elegeu “Follow the Blind” como o 12° melhor disco de Power Metal de todos os tempos. Infelizmente a banda não pôde fazer uma turnê para divulgar esse álbum, pois André Olbrich e Marcus Siepen estavam cumprindo o serviço militar obrigatório. Entretanto, eles aproveitavam alguns finais de semana para fazer apresentações esporádicas. Ainda assim, eles conseguiram fazer mais apresentações do que na turnê do álbum de estreia.

A partir daqui a banda tenderia a crescer mais e mais. E hoje é dia de celebrar mais um aniversário deste belo disco, que deixa saudades de um Blind Guardian de sonoridade rápida e até mesmo agressiva. Felizmente a banda está em atividade, tendo, inclusive, feito duas visitas ao nosso país em 2023, sendo headliner da primeira edição do Summer Breeze Brasil, em abril e depois em novembro, fazendo uma pequena tour, visitando outras cidades. Vamos escutar esse play no volume máximo.

Follow the BlindBlind Guardian
Data de lançamento – 14/04/1989
Gravadora – Vigrin

Faixas:
01 – Inquisition
02 – Banish From Sanctuary
03 – Damned for All Time
04 – Follow the Blind
05 – Hall of the King
06 – Fast to Madness
07 – Beyond the Ice
08 – Valhalla
09 – Don’t Break the Circle
10 – Barbara Ann

Formação:
Hansi Kursch – vocal/baixo
André Olbrich – guitarra
Marcus Siepen – guitarra
Thomas “Thomen” Stauch – bateria

Participações especiais:
Kai Hansen – vocal e guitarra solo (“Hall of the King” e “Valhalla”)
Mathias Wiesner – teclado
Kalle Trapp – guitarra solo (“Barbara Ann”) e backing ocal

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