Chad Gray conta porque usa maquiagem no Mudvayne
Em entrevista a Kevin Kellam, da rádio 93X, o vocalista do Mudvayne, Chad Gray, falou sobre os dois primeiros singles inéditos da banda em 16 anos — “Hurt People Hurt People” e “Sticks And Stones”, lançados pela Alchemy Recordings.
“Eu estava num ponto em que pensei: ‘Temos que lançar música nova. Isso é loucura. Já estamos de volta há quatro anos. Precisamos lançar algo novo’. Eu coloquei um ponto de exclamação nisso: ‘Temos que lançar música nova!’”, afirmou Gray.
Sobre a escolha da ordem de lançamento, ele explicou:
“‘Sticks And Stones’ é uma ótima faixa, mas nós somos o Mudvayne, e sempre fomos uma banda pesada. E também somos uma banda profunda, que já escreveu ‘Happy?’, ‘Not Falling’ e ‘World So Cold’, faixas mais acessíveis e introspectivas. Mas eu pensei: ‘Se vamos lançar música nova, temos que voltar e colocar o ponto de exclamação no fim do Mudvayne. Nós somos o Mudvayne, estamos aqui e vamos socar as pessoas na boca com isso’. Começar com ‘Sticks And Stones’ não teria o mesmo impacto. ‘Hurt People Hurt People’ é muito mais um ‘Oi, estamos de volta’. E aí você segue para a próxima. Acho que isso tornou as duas músicas mais poderosas. Não acho que ‘Hurt People’ teria sido tão bem recebida se tivesse saído depois de ‘Sticks’.”
Ao comentar sobre a letra, Gray destacou o impacto das palavras e o peso dos traumas familiares:
“Existem muitas coisas aí. Fomos ensinados a vida inteira: ‘Paus e pedras podem quebrar meus ossos, mas palavras nunca vão me machucar’. Mas não, elas machucam. Há muitas referências nisso. Eu fui uma criança usada como arma. Você vê isso muito no mundo em que vivemos hoje — pais divorciados tratando os filhos como balas para atirar um no outro, sem considerar a criança. E é isso: palavras são poderosas. É mais uma daquelas coisas de ‘quebrar o ciclo’. Reconhecer o que você está fazendo com suas palavras, porque elas machucam. Vemos isso o tempo todo nas redes sociais, pessoas sendo atacadas e intimidadas apenas por comentários. Isso afeta profundamente. E sobre o poder da família, é como a frase: ‘sangue não sai, ele mancha’. É a verdade, cara. É difícil escapar do trauma familiar, porque geralmente vem de pessoas que você ama muito. Precisamos ter cuidado com o tipo de trauma que infligimos nas pessoas. Acho que esse é parte do esqueleto da música.”
Gray ainda refletiu sobre como a composição sempre foi uma válvula de escape para suas dores:
“Tenho usado a música para expurgar meus traumas há anos. Eu achei que seria uma forma de exorcizar meus demônios. Mas uma coisa em que não pensei, porque eu era novato e não sabia, é: ‘Ok, agora você vai tocar essas músicas todas as noites’. O que pega é que, toda vez que toco uma música, não volto ao momento em que a escrevi. O que me vem à mente é o momento que gerou a necessidade de escrevê-la. Eu literalmente volto à ação, não à escrita. Volto ao tempo que me inspirou a compor.”
Confira abaixo os dois novos singles do Mudvayne.
