Chris Adler explica por que Grammy com o Megadeth teve mais significado do que teria com o Lamb of God

O ex-baterista do Lamb of God, Chris Adler, que participou das gravações do álbum Dystopia, do Megadeth, falou recentemente sobre o que significou para ele ganhar o Grammy na categoria Best Metal Performance com a faixa-título desse álbum, comparando com o que teria representado ganhar com sua banda original. A entrevista foi concedida ao canal Chris Akin Presents… e transcrita pela Blabbermouth.net.

Quando perguntado sobre como foi ganhar um Grammy com o Megadeth, em vez do Lamb of God, Adler disse:

Quando mesmo os rumores ou as sugestões ou o pensamento de o Lamb of God ganhar um Grammy [começaram a surgir], isso nunca esteve na nossa lista de coisas que estávamos buscando realizar. De fato, — não diria que éramos contra isso, mas nós não dávamos nenhum peso absolutamente para a possibilidade de conseguir uma dessas coisas.
À medida que fomos nomeados, lembro que o Randy [Blythe, vocalista do Lamb of God] boicotou aquilo e disse tipo, ‘Isso é besteira. Foda-se isso,’ todo esse jeito punk rock de ver as coisas… Para mim, fiquei meio na cerca. Eu entendia de onde pessoas como Randy vinham, tipo, ‘Isso é uma bosta,’ e a gente vem observando isso por anos, e você vê as pessoas erradas serem nomeadas e as erradas ganharem o tempo inteiro. Então há uma espécie de certa falsidade nisso. 
Mas ser nomeado e poder dizer aos seus pais, tipo, ‘Ei, esses últimos 30 anos em que vocês achavam o que eu estava fazendo, isso é real,’ porque a geração deles tinha uma visão diferente disso. Então, significa algo; há alguma credibilidade a ser tirada disso, mas isso nunca foi algo para o qual apontávamos. E eu estava dizendo isso outro dia também, nós fomos nomeados, eu nem sei quantas vezes. Não tenho certeza se isso está acontecendo mais.

Adler também compartilhou uma história pessoal sobre como o Megadeth influenciou sua trajetória como músico:

Minha história com o Megadeth vai muito além de quando eu ingressei na banda em 201[5]. Quando eu tinha 14 anos, eu estava em uma rampa de skate, e era época de trocar fitas-cassete ou sei lá o quê, e todo mundo colocava bandas punk nelas — 7 SECONDS, CIRCLE JERKS, T.S.O.L., e alguém tinha colocado uma música do Megadeth em uma dessas fitas, e eu pensei, ‘Quem é esse? Quem é esse?’ E aquela música, e depois descobrir mais sobre a banda, comprando discos e tudo aquilo, aquela banda singularmente colocou um ponto no meu horizonte, que era, ‘Isso é o que eu quero fazer com a vida.’ Megadeth definiu tudo sobre o que eu queria ser como músico, nesse estilo, nessa veia, tudo.

Ele também descreveu o processo de convite e produção do álbum Dystopia:

Então, eu estava em Los Angeles gravando as baterias para ‘[VII:] Sturm Und Drang’, do Lamb of God, e recebi uma ligação tipo cinco da manhã. Ele é madrugador, e ele disse, tipo, ‘Ei, Chris.’ A gente tinha se conhecido anos antes e nos dávamos relativamente bem. Não éramos “correspondentes”, mas ele disse: ‘Ei, lembro de ter saído com você e você é gente boa. Agora muitas pessoas estão me dizendo coisas boas sobre você, e eu estava me perguntando se você gostaria de fazer um disco thrash comigo,’ que foi tipo, eu pulando de empolgação. Eles tinham lançado recentemente Super Collider, que acho que decepcionou bastante a base de fãs. E eu pensei, ‘Sim, eu quero te ajudar a voltar aos trilhos’. Então terminei uns shows, e então ele me mandou para Nashville, alugou uma casa por uns três meses, só eu e ele aquele tempo todo.”

Adler reafirmou por que ganhar com o Megadeth foi mais significativo:

“Para responder sua pergunta, eu nunca fiquei desapontado por não termos ganho um Grammy no Lamb of God, e fiquei completamente empolgado por ter ganho com o Megadeth, porque mesmo quando o Lamb of God ia ao Grammy, eu ficava lá torcendo para o Megadeth ganhar, porque eles tinham sido nomeados tipo 12 vezes, e na minha mente eles mereciam todas as 12. Então pra mim fazer parte disso e conseguir, provavelmente significou mais do que se tivéssemos conseguido um no Lamb of God, porque a mentalidade dentro daquele projeto [Lamb of God] era: ‘Essa coisa de Grammy é toda meio besteira.’

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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