Corey Taylor odiou trabalhar com Rick Rubin e o acha “superestimado e remunerado em excesso”

Rick Rubin é um dos maiores nomes quando falamos em produção.

Seus trabalhos já passaram por diversos nomes e gêneros e inclui trabalhos com, Slayer, Metallica, Run D.M.C., Red Hot Chili Peppers, Ozzy Osbourne, Black Sabbath, entre outros.

Quem também esteve em sua lista foi o Slipknot. Mas o vocalista Corey Taylor, parece não ter gostado muito da parceria.

O site Far Out, fez um apanhado das vezes que Taylor criticou o trabalho realizado no terceiro disco da sua banda, “Vol. 3 – The Subliminal Verse“. Antes do lançamento oficial do álbum, Corey foi a MTV onde ele foi perguntado sobre a fama de Rick de não estar muito presente nos trabalhos que realiza, e o vocalista disse sobre se ele aparecia nos estúdios:

De vez em quando, sabe? Ele se jogava em cima do sofá, mexia na barba, acenava com a cabeça e ia embora. Bem, muita gente tem problemas com a forma como ele trabalha. Mas, no final das contas, é o resultado que realmente importa, e acredito que o álbum falará por si só.

Corey diz ainda que a mudança sonora naquele álbum, não foi uma ideia toda de Rubin como foi dito por aí:

Estávamos pensando em ir para esse lugar de qualquer maneira, mas, quer dizer, ele definitivamente nos incentivou. Você sabe, neste álbum, nós realmente queríamos sair do espaço fechado que pintamos para nós mesmos e realmente mostrar a todos na banda, mostrar que havia mais nesta banda do que apenas o que todos tinham visto e tentado anteriormente, então nós realmente tem o brilho em nós. Temos muitas coisas realmente boas nele.”

Já em 2008, Taylor falou a revista Revolver:

“Não faço ideia de como é trabalhar com Rick Rubin: só o vi umas quatro vezes. Rick Rubin é um cara legal. Ele fez muita coisa boa por muita gente, só que por mim ele não fez nada. Não estou feliz com os vocais daquele disco. Não tive muita participação em nada. Tiveram vários takes que achei muito melhores do que os que foram usados. Minhas performances poderiam ter sido muito melhores — e parte disso foi minha culpa. Eu estava saindo de um coma alcoólico. Mas não me consultaram sobre várias coisas. Meus vocais melódicos ficaram legais, mas os vocais pesados não ficaram tão bons. E eu lamento que Rubin simplesmente não estivesse lá. Ele tinha oito projetos diferentes ao mesmo tempo. Estávamos sendo cobrados quantias absurdas de dinheiro. Para mim, se você vai produzir algo, você tem que estar lá, porra. Não importa quem você seja.”

Durante um de seus shows solos realizado em 2011, Corey Taylor falou o seguinte:

Rick Rubin aparecia por 45 minutos por semana. Rick Rubin deitava no sofá, e traziam um microfone até seu rosto para que ele não precisasse se mexer. Daí ele dizia ‘Toca para mim’. Ele ficava de óculos escuros o tempo todo. Eu respeito o que Rick Rubin fez, mas ele hoje é uma sombra do que ele já foi. Ele é superestimado, é remunerado em excesso, e eu nem fodendo vou trabalhar com ele de novo enquanto eu viver.

Em 2019, Corey participou do podcast Let There Be Talk, de Dean Delray, onde mais uma vez ele voltou a falar de Rick:

Quando chegou a hora de trabalhar com Rick, ele simplesmente não estava presente. Parecia que ele tinha seis projetos diferentes acontecendo ao mesmo tempo. Tipo, ‘Ah, estou trabalhando com o U2 agora’, e eu, pensei, ‘A gente ainda está no estúdio, cara!’ Sinceramente, só foi depois de terminarmos os vocais na casa dele que eu o vi mais de uma vez por semana. Para mim, ele era o outro produtor… Rick era um cara legal, mas o Greg Fidelman estava lá do começo ao fim com a gente, cara. Ele estava lá, às vezes, das seis da manhã até as quatro da manhã, tipo, todos os dias, quando precisávamos dele.

A confiança em Fidelman foi tão grande que o Slipknot o chamou posteriormente para produzir o disco “.5: The Gray Chapter“.

Já no ano passado, Taylor pareceu amenizar suas ressalvas ao produtor, dizendo a Apple Music:

Vou ser honesto. Acho que o problema estava mais comigo do que com ele. Ele trabalha do jeito dele e sempre trabalhou assim. Eu que não estava acostumado a trabalhar daquele jeito. Eu era um cara jovem, recém-sóbrio. Sendo um vocalista e estando sóbrio, eu estava: ‘Preciso da sua atenção, Rick! Eu preciso!’ Então, isso era eu sendo jovem, inseguro, precisando de orientação — que recebi de Greg Fidelman. Todos os engenheiros do Rick são basicamente seus substitutos. Você percebe isso quando trabalha com ele.

Eu não tinha ninguém lá para me ajudar. Então, eu culpava muito ele — olhando em retrospecto, provavelmente mais do que deveria. Me sinto mal por isso. Espero que um dia eu consiga me reconciliar com ele.”

Os parceiros de banda de Corey, Jim Root e Shawn Crahan parecem ter um pensamento diferente em relação à Rick.

Root disse: “Rick estava realmente atento ao que precisávamos como banda. Muitas pessoas na banda dizem que Rick não estava disponível. E sim, ele assume muitos projetos ao mesmo tempo, mas também faz coisas que são benéficas. Ele ouvia o que havíamos feito e depois nos fazia retirar as coisas que precisavam ser corrigidas. Ele é como um irmão mais velho na colina. Mesmo que ele não estivesse lá fisicamente todos os dias, ele estava. Esse é o meu álbum favorito que fizemos.”

Clown acrescentou: “Vol. 3 é sobre reconstruir amizades e desde que estávamos reconstruindo, foi muito fácil reconstruir a inovação de nossa música. Ouça a porra desse disco. É espiritual. Rick Rubin é o oráculo.”

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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