Cristina Scabbia explica por que o Lacuna Coil evita religião e política nas músicas

A vocalista do Lacuna Coil, Cristina Scabbia, falou abertamente sobre a posição da banda diante de temas como religião e política — ela afirmou que não vê sentido em “doutrinar” por meio da música. BraveWords – Onde a Música Vive+ 1

Segundo Cristina, religião e política são assuntos “muito pessoais”, e a banda prefere manter suas canções longe de pregações ou mensagens impostas. Ela justificou que não querem “falar para ninguém o que pensar ou em quem acreditar”:

“Em nossa música, nas letras, incluímos nossas reflexões, mas não queremos ensinar nada. Nunca abordamos política ou religião estrita. Claro, temos uma música chamada ‘Heaven’s A Lie’ , temos uma música chamada ‘In Nomine Patris’ , mas sempre através de metáforas.”

Ela continuou:

 “Não é porque não pensamos nisso ou porque não nos identificamos com certos pensamentos, mas, na nossa opinião, a música tem que ser algo libertador, algo que eleve o espírito. Não precisa ser algo que te deixe de mau humor ou com raiva. Tem que te dar poder, mas você precisa ter a sua própria opinião. Você não precisa da minha para te dizer o que fazer. Então, tem que ser algo que te empodere.”

A história de “Heaven’s a Lie” como exemplo de má interpretação

A polêmica envolvendo a música Heaven’s a Lie — frequentemente interpretada como crítica à religião — serve como exemplo de mal-entendido. Muitas pessoas associaram o tema à fé cristã, mas a banda sempre reforçou que a letra nunca teve a intenção de pregar contra religiões.

Cristina já disse que, mesmo quando deixam claro o verdadeiro significado das músicas, muitas interpretações superficiais persistem — baseadas apenas no título ou aparência, sem levar em conta o conteúdo real.


Fé pessoal ou ceticismo — a visão de Cristina sobre espiritualidade

Embora tenha crescido em uma família católica na Itália, Cristina Scabbia declarou que, com o tempo, passou a questionar as convenções e dogmas da religião organizada — não por rejeição à ideia de espiritualidade, mas por acreditar que a fé deve ser pessoal e livre de hipocrisia.

Ela afirma não “ter nada contra religião”, reconhecendo que para algumas pessoas ela traz conforto. Porém, ressalta que não aceita seguir regras ou ideias sem questionamento — e por isso mantém uma postura mais cética e reflexiva.


Por que o Lacuna Coil prefere manter universalidade na arte

Para Cristina, a música da banda deve atingir pessoas diversas, sem criar barreiras ideológicas ou de crença. Ao evitar mensagens religiosas ou políticas, o Lacuna Coil busca manter sua arte aberta, plural, e achá-la relevante para qualquer pessoa, independentemente das convicções pessoais.

Ela também já disse que prefere expressar seus sentimentos e reflexões sobre vida e existência de forma subjetiva — permitindo que cada ouvinte interprete conforme sua vivência, sem imposições.

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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