Dani Filth elege seus cinco discos favoritos do Cradle of Filth

julho 25, 2025agosto 15, 2025 Marcio Machado 0 comentários

Dani Filth, vocalista do Cradle of Filth revelou quais são os cinco discos de black metal mais importantes para ele. Durante a conversa ele diz conforme transcrito pelo Confere Rock:

“Primeiro, eu diria que os reis do black metal são o Emperor, e In the Nightside Eclipse é, para mim, o álbum definitivo do gênero. Não me importo com o que os outros dizem. Recentemente, tive a chance de vê-lo sendo executado ao vivo em Denver. Tivemos a sorte de tocar na noite seguinte, então aproveitamos para sair e assistir o Emperor tocar o álbum Nightside na íntegra. Foi incrível.

O Cradle fez a primeira turnê com o Emperor lá em 1994. É impressionante quantas pessoas chegam para mim dizendo: “Ei, eu estava no show em Bradford.” E eu penso: “Você e todo mundo?” Porque havia cerca de 60 pessoas lá. E, acredite se quiser, em Edimburgo tocamos para apenas quatro pessoas. Havia mais integrantes de bandas do que público — e um deles era, literalmente, um cachorro. Situação complicada.Então, sim, Emperor é a minha favorita.

Eu também escolheria Satyricon. Acho que eles são muito inovadores e fizeram coisas que, por um tempo, a comunidade do black metal provavelmente rejeitou — assim como aconteceu conosco. Mas acredito que os álbuns deles resistem muito bem ao tempo.

Eles também ousaram ao assinar com uma grande gravadora, resultando no álbum Volcano, que eu adoro. Na época, nós estávamos lançando Damnation and a Day (por volta de 2003), também por uma major, então inevitavelmente fazíamos comparações — não musicalmente, mas em termos de trajetória. Gosto de quem expande os limites. E, no caso do black metal, você pode fazer qualquer coisa. Não entendo quando alguém diz: “Ah, você não pode fazer isso.” Minha resposta seria: “Vai se ferrar. Somos uma banda de black metal. Fazemos o que quisermos. Essa é a essência. Vocês criaram um monstro, agora deixem a gente se banquetear.”

E gostei muito quando eles fizeram o mesmo. Tenho certeza de que receberam as mesmas críticas que nós.

Agora, Dissection. Amo essa banda. Fizemos turnês juntos algumas vezes no passado. É realmente uma pena que Jon tenha morrido, pois ele era um verdadeiro inovador. Storm of the Light’s Bane e The Somberlain são clássicos absolutos.

Acho que eles conseguiram fazer a ponte entre o black metal e toda a cena sueca/escandinava — At the Gates, In Flames no início, Dark Tranquillity — com aquele toque melódico, quase como um Iron Maiden acelerado, o que eu adoro. Nós mesmos já flertamos com esse tipo de som.

Também gosto muito do Craft. Ouvi gente dizer que eles seriam como um Darkthrone melhorado — o que é quase uma blasfêmia. Mas, para mim, o melhor álbum deles é Fuck the Universe. Incrível. Acho que lançaram uns quatro discos excelentes. Uma banda muito forte, produção impecável, som maligno ao extremo. Se você quer black metal realmente sombrio, Craft é a pedida.

Muita gente não considera Infernal Overkill, do Destruction, um disco de black metal, mas para mim é, de ponta a ponta. Ouça esse álbum e você verá de onde muita coisa surgiu. Dissection e todas as bandas que citei certamente beberam dessa fonte.

Eu conheci o álbum há muitos anos, por volta do Speed Kills II… não, na verdade Speed Kills I, que tinha Bestial Invasion. Eu simplesmente amo esse disco — é tão maléfico no som. A bateria está completamente fora do tempo em alguns momentos e não acompanha a música direito, mas como eu disse, sou vocalista, não músico, então não me incomodo. É um álbum incrível, cheio de atmosfera e riffs matadores. Alguns deles até comentei com Schmier, e ele disse: “Cara, nem lembro mais como tocar isso.”

Então é isso: Infernal Overkill. Um álbum simplesmente sensacional.”

O Cradle of Filth retorna ao Brasil este ano para três shows, confira abaixo.