Danzig: há 36 anos, banda lançava seu Debut álbum

Há 36 anos, em 30 de agosto do já longínquo ano de 1988, Danzig lançava o primeiro álbum, batizado simplesmente com o nome da própria banda e do vocalista. O play é tema do nosso bate-papo desta sexta-feira.

Para falar do álbum de estreia deste projeto, precisamos voltar um pouco no tempo. Após brigar e sair do Misfits, Glenn Danzig montou uma banda chamada Samhain, e meio que mantinha o estilo que tinha sua primeira banda. Mas em 14 de julho de 1986, a banda fez sua última apresentação, no The Ritz, em Nova Iorque. Essa apresentação tinha Rick Rubin entre os presentes e ele imaginou contratar Glenn para que ele se tornasse vocalista de um super grupo de Rock que imaginou criar. O vocalista só aceitaria a proposta, o baixista do Samhain, Eerie Von também fosse contratado.

No ano de 1987, Rick Rubin acrescentou à nova formação o baterista Chuck Biscuits (ex-Black Flag) e o guitarrista John Christ. Danzig foi orientado por Rubin a mudar o nome da banda, para refletir a mudança no direcionamento musical e ficou decidido que a banda se chamaria Danzig, dando uma falsa impressão de que se trata de um projeto solo, mas não é.

Banda formada, era hora de escrever novas canções e ir para o estúdio. E eles se reuniram em dois estúdios de Nova Iorque: o Atlantic Recording Studios e o Chung King Metal. Na produção, claro, Rick Rubin. O período em estúdio perdurou entre os meses de setembro de 1987 e abril de 1988 e contou com a participação de James Hetfield, que gravou backing vocal para as músicas “Twist of Cain” e “Possession“. Ele não pôde ser creditado por questões contratuais com a gravadora do Metallica da época, a Elektra.

A respeito das duas músicas que James Hetfield participou, elas foram escritas por Glenn Danzig para sua antiga banda, mas foram muito bem aproveitadas por aqui. “Twist of Cain” é inspirada na história bíblica dos irmãos Caim e Abel. O guitarrista John Christ relembrou a gravação da música. Aspas para ele:

“Começamos a escrever essa música antes mesmo de [o baterista] Biscuits entrar para a banda. No começo começamos a gravar em Sol, então no último minuto decidimos que Lá era melhor. Mantivemos as faixas de bateria como estavam e regravamos as guitarras, o baixo e os vocais. Poucas pessoas sabem disso, mas James Hetfield veio e gravou alguns vocais de apoio nessa faixa.”

A capa traz um fundo preto com uma caveira, que foi desenhada pelo próprio Glenn Danzig. As versões posteriores ao ano de 1990, passaram a vir com aquele selo “Parental Adivsory” e embora não tenha palavrões nas letras, foi considerado como de conteúdo explícito. Glenn deixou clara a sua insatisfação, dizendo que o selo estava lá porque eles “estavam fazendo as pessoas pensarem e que é proibido exercitar o pensamento coletivo nos Estados Unidos”.

Bolacha rolando, temos uma audição extremamente prazerosa, são dez canções em 40 minutos. Destas, apenas a faixa “The Hunter” não é autoral, e sim um cover para uma canção do Blue Cheer, com algumas pequenas mudanças na letra. Apesar da tarefa difícil de destacar uma canção, a música “Mother” se tornou um grande clássico do stoner. Mas podemos também citar “Twist of Cain” e “Am I Demon” entre os melhores momentos deste genial play.

A aceitação foi imediata entre os fãs e a crítica especializada se derreteu em elogios. É um dos álbuns mais bem aceitos da carreira da banda. No ano de 2017, a Rolling Stone compilou uma lista dos “100 Melhores Álbuns de Metal de Todos os Tempos” e nosso aniversariante do dia ficou na honrosa 23ª posição. O álbum alcançou a posição de número 125 na “Billboard 200” daquele ano. É o álbum mais vendido da banda e foi certificado com Disco de Platina nos Estados Unidos.

A banda caiu na estrada, em um primeiro momento abriu os shows do Slayer que fazia nos Estados Unidos a turnê do álbum “South of Heaven“. Depois eles abriram alguns shows para o Metallica na Europa, em sua turnê do álbum “… And Justice for All” e depois fizeram sua própria turnê, tocando com bandas como Accept, Armored Saint, Mudhoney, White Zombie e o Carnivore, banda que Peter Steele tinha antes de fundar o seu Type O Negative.

Era o início da história de uma banda que estava chegando para ficar. E permanece em franca atividade, ainda que somente com seu vocalista entre os membros fundadores. E enquanto Danzig não lança um novo play de inéditas, o que não acontece desde 2017, vamos celebrando mais um aniversário deste belo play, que envelhece muito bem, obrigado.

Danzig – Danzig
Data de lançamento – 30/08/1988
Gravadora – Def Jam

Faixas:
01 – Twist of Cain
02 – Not of This World
03 – She Rides
04 – Soul on Fire
05 – Am I Demon
06 – Mother
07 – Possession
08 – End of Time
09 – The Hunter
10 – Evil Thing

Formação:
Glenn Danzig – vocal
John Christ – guitarra
Eerie Von – baixo
Chuck Biscuits – bateria

Participação especial:
James Hetfield – backing vocal (não creditado) em “Twist of Cain” e “Possession

Flávio Farias

Fã de Rock desde a infância, cresceu escutando Rock nacional nos anos 1980, depois passou pelo Grunge e Punk Rock na adolescência até descobrir o Heavy Metal já na idade adulta e mergulhar de cabeça na invenção de Tony Iommi. Escreve para sites de Rock desde o ano de 2018 e desde então coleciona uma série de experiências inenarráveis.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *