De soldados e fogos de artíficio a guitarra da Hello Kitty! A passagem do Sabaton pelo Bangers Open Air
Em um longo sábado de muito metal em diversas vertentes, o dia no Bangers Open Air se encerrava com a chegada dos soldados do Sabaton.
Quarta passagem da banda pelo Brasil, o grupo sobe ao palco com o vocalista Joakim Brodén em seus trajes militares, fazendo uma verdadeira maratona com agachamentos, corrida e uma verdade aeróbica em palco. O set abre com “Ghost Division”, do disco de 2008, “The Art of War“.
A plateia faz coro no refrão e acompanha a banda em cada segundo do início do show, com uma faixa carregada pelos teclados dramáticos e direitos a fogos de artíficios sendo disparados do palco. Na sequência, uma das músicas que se torno uma das mais queridas da banda, “The Last Stand“, que teve um trecho seu viralizado em vídeos do TikTok, é executada com um tom abaixo do seu original, o que parece descaracterizar um pouco o som do registro, mas ainda assim arranca palmas e coros da plateia que segue atenta a história contada no palco. Em seguida, é hora de Joakim fala um pouco com o público e de como é bom estar de volta, nesse momento ele é interrompido por gritos de “Sabaton, Sabaton“, dos espectadores, e logo o vocalista anuncia “The Red Baron“, com tempo do guitarrista ir brincar com o guitarrista de “tocar sua guitarra” por alguns segundos.
A marcha militar do início de “Bismarck” surge então e coloca o público para acompanhar a balada histórica, que sua cadência parece funcionar melhor com os fãs mais ardorosos do Sabaton. Uma breve conversa entre Joakim e o baterista Hannes Van Dahl, anuncia “Stormtrooper”. Música veloz e com tudo que o power metal pede, é um dos momentos em que mais os fãs se atentam a técnica utilizada pela banda no palco. O palco se escurece, e esse é prelúdio para “Carolous Rex” surgir e entoada em idioma sueco, com labaredas de fogo dando mais drama ao refrão. O palco é literalmente incendiado em “Night Witches“, rápida e dinâmica, a música funciona muito bem ao vivo e no meio de um show. “The Attack of the Dead Men“, “Fields of Verdun” e a faixa título “The Art of War“, são as próximas e fecham uma trinca intensa e carregada de peso e solos. Na sequência, um momento de humor, quando um roadia surge no palco com uma guitarra rosa e a entrega ao vocalista Joakim, que parece não entender a situação. Ao virar para a frente o instrumento, há uma cara grande da personagem Hello Kittie, o que causa risos na plateia. Joakim então prova que o instrumento só tem a aparência fofinha, e então começa a tocar o riff de “Master of Puppets” do Metallica e o instrumento prova que dá conta do recado.
Essa é a passagem para “Resiste and Bite“. “Soldier of Heaven” traz novamente cadência, já caminhando para a reta final do show. “Christmas Truce”, “Smoking Snakes”, “Primo Victoria”, “Swedish Pagans”, “To Hell and Back”, são as faixa que finalizam a última meia hora da apresentação. Entre o meio disso, houve temo para o baixista Pär Sundström, agradecer o público caloroso do Brasil e que esse mesmo público o fez se lembrar de como é bom estar no palco, após alguma tempo longe dele. Antes da última faixa apresentada naquela noite, Joakim agradece a todos os presentes, diz não esperar demorar tanto a voltar como foi dessa última vez, e que espera que todos ali tenham aproveitado o show.
Ainda que cheio de efeitos, cheio de conversas cativantes e com músicas muito bem apresentadas, o Sabaton parece ser uma banda bastante fechada ao seu público alvo; os fãs, não cativando muito além desses, ainda que o público brasileiro saiba dar uma boa recepção mesmo a que não seja a sua banda favorita. Mas o calor da noite fria, parece ter vindo mesmo do grupo central que certamente, eram fãs de longa data desses soldados do metal.