Death: há 27 anos, era lançado “The Sound of Perseverance”, o canto do cisne da banda

Há 27 anos, em 31 de agosto de 1998, o Death lançava “The Sound of Perseverance”, o sétimo é último disco desta banda que é considerada a mãe do Death Metal. O aniversariante do dia tem histórias curiosas e nós vamos te contar um pouco delas no nosso bate-papo deste domingo.

As músicas presentes aqui seriam parte de um projeto que Chuck Schuldiner estava preparando e que até saiu do papel: o Control Denied Porém, o frontman assinou com a Nuclear Blast e ele acabou usando o material em um novo play do Death por pressão do selo, que queria um disco sob o nome da banda e não de um projeto paralelo de Chuck, ainda que ele tenha dito em entrevistas que não foi pressionado a gravar um disco com o Death, mas a sua cabeça já estava no Control Denied.

Chuck trabalhou nas composições durante os anos de 1996/1997. A instrumental “Voice of the Soul“, de acordo com o líder do Death, foi concebida durante as sessões do álbum “Symbolic“, mas por alguma razão, acabou ficando de fora do disco e entrou aqui em “The Sound of Perseverance“.

Então Chuck reformulou toda a banda: entraram o guitarrista Shannon Hamm, o baixista Scott Cledenin e o baterista Richard Christy, nos lugares de Bobby Koelble, Kelly Conlon e Gene Hoglan, respectivamente. Steve Di Giorgio, que gravou algumas faixas em “Symbolic“, o álbum anterior, chegou a gravar as demos que resultaram no álbum do dia. Eles se reuniram no icônico “Morrisound Studios“, em Tampa, Florida, tendo Chuck e Jim Morris na produção e saiu essa coisa linda, que estamos homenageando na presente data.

Nosso homenageado tem 9 canções e duração de 56 minutos e a sensação do ouvinte é de que ele foi atropelado por três caminhões sem freio descendo uma ladeira. É um petardo atrás do outro, com destaques para músicas como “Scavenger of Human Sorrow“, “Bite the Pain“, “Spirit Crusher“, “Flash and the Power it Holds“, “To Forgive is to Suffer“, “A Moment of Clarity“, além do cover expendido para “Painkiller“, do Judas Priest, que dispensa qualquer tipo de apresentação.

Uma curiosidade: a música “Voice of the Soul” é a única música, juntamente com “Cosmic Sea“, lançada no álbum “Human“, em 1991, inteiramente instrumental em toda a carreira do Death.

Temos aqui o canto do cisne do Death. Um disco poderoso e que, como dito no início deste texto, quase não saiu sob o nome da banda principal de Chuck Schuldiner. Ele viria a falecer três anos mais tarde, mas antes lançou o seu projeto Control Denied. O vocalista do projeto seria o seu amigo de longa data, Warrel Dane, que declinou por conta de compromissos com o Nevermore. E o curioso é que ambos morreram no mesmo dia 13 de dezembro, separados por dezesseis anos.

O álbum recebeu excelentes respostas tanto da crítica especializada quanto do público. É considerado por muitos como o melhor disco do Death. Decerto mostra a maturidade musical de Chuck Schuldiner, que era um gênio. Se “Symbolic“, o álbum anterior, já demonstrava ser o ápice da carreira do Death, em “The Sound of Perseverance“, um álbum com composições inclinadas a vertente do Prog Metal, trazendo riffs intrincados e músicas ainda mais complexas, mostra que a banda poderia evoluir ainda mais se tivesse sido continuada. E sem perder a essência, o peso e a técnica extrema, características tão marcantes para o Death.

O aniversariante do dia figurou em alguns charts mundo afora: 35° na Áustria, 60° na Alemanha e 93° na Holanda. Em dezembro de 2005, a Nuclear Blast lançou uma edição deluxe do álbum, que continha também um DVD com uma apresentação da banda em Cottbus no ano de 1998. Em 2011, foi a vez da Relapse lançar outra edição especial do álbum, contendo faixas demo, além da capa que teve a arte revisada pelo desenhista Travis Smith, o mesmo que desenhou a primeira versão em 1998.

Foi o primeiro disco da banda que eu escutei e aguçou a minha curiosidade em desbravar a discografia desta lenda chamada Chuck Schuldiner. Não o temos entre nós para nos brindar com seus riffs intrincados e músicas pra lá de técnicas e complexas, então encerro este texto com uma frase que eu tenho repetido de forma muito recorrente. Eu escuto gente morta.

The Sound of Perseverance – Death

Data de lançamento – 31/08/1998

Gravadora – Nuclear Blast

Faixas:

01 – Scavenger of Human Sorrow

02 – Bite the Pain

03 – Spirit Crusher

04 – Story to Tell

05 – Flesh and the Power it Holds

06 – Voice of the Soul

07 – To Forgive is a Suffer

08 – A Moment of Clarity

09 – Painkiller

Formação:

Chuck Schuldiner – vocal/guitarra

Shannon Hamm – guitarra

Scott Clendenin – baixo

Richard Christy – bateria

Flávio Farias

Fã de Rock desde a infância, cresceu escutando Rock nacional nos anos 1980, depois passou pelo Grunge e Punk Rock na adolescência até descobrir o Heavy Metal já na idade adulta e mergulhar de cabeça na invenção de Tony Iommi. Escreve para sites de Rock desde o ano de 2018 e desde então coleciona uma série de experiências inenarráveis.

One thought on “Death: há 27 anos, era lançado “The Sound of Perseverance”, o canto do cisne da banda

  • setembro 1, 2025 em 9:35 pm
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    Esse vídeo ao vivo marcou muito, bons tempos em que assistia esses shows em video cassete!!!! Grande clássico esse album é, sem dúvida um dos melhores e que serve de matéria para estudos de Death Metal em pessoa!!!! Conheços pessoas que não curtem muito o som da banda, preferem um som mais direto e não que tenha essa parte instrumental com cara de Dream Theater!!!! O Som da banda sempre me chamou a atenção, principalmente pela a parte instrumental e dinâmica!!!! Progressivo, destruidor e brutalidade sonora esse disco é, valeu!!!!

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