Digão dispara contra João Gordo “babaca” e Tico Santa Cruz “amigo de ninguém”

Digão, o guitarrista e vocalista do Raimundos, conversou com o podcast Produções Productions, onde ele falou sobre problemas que já teve com outras bandas de rock nacional, principalmente João Gordo e Tico Santa Cruz. Ele então fala sobre o vocalista do Detonautas quando abordado sobre se teve problemas com outros músicos conforme transcrito pelo Confere Rock:

“Teve, claro, principalmente com o Tico e o João Gordo, né? E assim, eu era amigo do Tico, mas o Tico, ele não é amigo de ninguém, né? Ele vai de acordo com o interesse dele. Então, ele tinha interesse em ser o vocalista do Raimundos. Eu já conhecia o Tico há um tempo, conheci ele na casa do Gabriel Pensador, muito antes do Detonautas. Aí beleza, rolou o Detonautas, e depois o Canisso saiu do Raimundos e foi tocar no Detonautas. O Tico, já, porque o Chelo, o baixista, tinha quebrado a mão. Então, precisava de um baixista e chamaram o Canisso, que estava disponível para entrar na banda.

E aí, cara, de repente, o Tico veio com uma história de que foi pago por uma revista para ir ao show do Queen, com o Paul Rodgers cantando, e ele foi lá, foi orientado a falar mal do show para a revista, mas, no final, achou o cara muito bom. Ele curtiu o show, o cara cantou muito bem as músicas de “We Are the Champions”, e ele se soltou. Aí ele quis fazer o mesmo no Raimundos. Eu estava naquele momento, em 2010, já como empresário do Raimundos, depois de ter reconstruído a banda com uma nova equipe. O Detonautas estava em uma fase de baixa, e o Tico surgiu com a ideia de fazer uns 10 shows, e tal. Falei: “Vamos testar, ver como é que é”.

Fizemos alguns shows, o primeiro foi mais ou menos, o segundo foi ruim, o terceiro também foi mal. No final, fizemos só três shows. A empresa que estava promovendo os shows, que era a mesma do Detonautas, sugeriu que fizéssemos uma junção das duas bandas, tocarem uma hora cada uma, e foi isso. E o Tico, precisando entender que os roqueiros gostam de Raimundos, e que ninguém gosta de Detonautas. Não é que eu nunca tenha gostado, mas as histórias sobre ele e a postura dele me fizeram ver a situação de outra forma.

Aí começou a treta. O Tico me criticava muito, falava mal da galera do Detonautas, queria assumir o vocal do Raimundos e eu me irritava. Teve um episódio em que, durante uma discussão sobre política, o Tico começou a falar mal de algumas pessoas, e depois fiquei sabendo que ele até beijou a mão da Dilma, o que me fez perder ainda mais a paciência. Eu falei: “Você sabe o que está fazendo? Isso é coisa de bandido”. Ele ficou furioso, me xingou, e a partir daí a relação com ele azedou.

Depois disso, ele ficou chateado porque não foi chamado para o acústico do Raimundos. E tudo foi ladeira abaixo. No final, foi tudo por causa de uma besteira, como sempre. Mas, enfim, ele ficou no canto dele e eu fiquei no meu, cada um na sua.”

Na sequência, ele fala sobre Gordo:

“Sobre o João Gordo, sempre achei ele meio babaca, mesmo quando tentei tratá-lo bem. O João sempre me olhou torto, mas, mesmo assim, o chamamos para participar de um show com a gente, ele fez a participação, mas depois começou a zoar o Rodolfo, o que me irritou. Eu falei para ele tomar no c* e a treta foi só aumentando, até que a gente ficou se xingando pela internet. No fim, percebi que eu poderia ter lidado de outra forma, que era melhor ter falado do João, não do Rodolfo, mas enfim… Depois, conversei com ele, pedi desculpas pelo que falei, porque reconheci o meu erro.

No fim, eu não tenho mais problemas com o João, a gente se falou e ficou tudo certo. Ele também falou que não fazia sentido continuar brigando por causa disso, que somos do rock e que isso não valia a pena. A história morreu por ali. Não saí espalhando pela internet, foi um papo de homem, sem precisar expor ninguém. Agora, o João continua com a postura dele, e eu com a minha.

E tem uma curiosidade interessante: gravei uma faixa para o disco do Lockdown, que é a banda do João Gordo. Ele me pediu, por meio de um amigo, para fazer uns barulhos no estilo black metal, sem melodia, apenas sons distorcidos e pesados. A galera curtiu bastante, e eu achei que a ideia era justamente isso. Não sei se ele sabia que era eu, mas acabou rolando. E a música está lá, quietinha, sem ninguém saber.

E assim, a história segue. Cada um no seu quadrado.”

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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