Do Gloria a glória! Vocalista Mi fala sobre trajetória de Eloy Casgrande até o Slipknot

O vocalista Mi Vieira falou sobre a trajetória de Eloy Casagrande, que tocou no Gloria e hoje está no Slipknot.

O guitarrista Peres Kenji, também participou da conversa no canal Amplifica, apresentado por Rafael Bittencourt, e disse:

E a gente começou a migrar de som.” –  disse Mi.Ah, vocês já estavam numa outra onda também no disco antes de eu entrar, que tinha uma inspiração meio Slipknot, System of a Down. Eles estavam indo para um lance experimental. Quando eu entrei na banda, o Gloria já estava tocando em drop C, né?” – comentou Peres.

Isso, verdade, afinação do Slipknot. Então, é verdade. Nas faixas, já tinha breakdown, porque o Slipknot meio que mudou a nossa cabeça, né? A gente falou: ‘Porra, né? Tipo, o Slipknot foi muito presente na nossa vida como referência’. A minha vida no metal começou com o Slipknot. Todas as histórias que eles contaram… Eu cheguei um pouco tarde no rock, digamos assim. É que você é de uma geração mais nova, né? Apesar de a gente não ter tanta diferença de idade. Além disso, tem a questão familiar também. Então, tipo assim, meus familiares são do Nordeste, então eu cresci ouvindo forró. A minha formação de criança… meu pai sanfoneiro, cara, pai sanfoneiro. Enfim, então foi no forró. Aí eu comecei a me encontrar na escola, no rock. No new metal, no metalcore. Então, na minha família ninguém chegava e falava: ‘Ó, filho, um CD do Metallica, um CD do Angra’. Eu fui conhecer bem depois, na escola. O Slipknot, Rafa, não tem o que falar. Para nós foi um divisor de águas, né?”

Rafael então comenta: “Porra, e vocês abriram para o Slipknot no Rock in Rio, foi com o Eloy? Então, tem alguma relação, né?”

Mi responde: “Tem. É, porra, estou falando, tem até engraçado, né? Quando o Eloy entrou para o Slipknot, eu postei uma foto que está eu, o Eloy, o Peres e o Corey Taylor, e a gente tudo molequinho, né? Ah, o Eloy novinho. E aí eu postei e é uma loucura, né? Eu falo sempre com o Eloy sobre muitas coisas, assim, e é muito louco tudo isso que aconteceu. E para mim também é muito normal. Nossa, quando ele entrou para o Slipknot foi uma loucura. Eu lembro que ele me respondeu, sei lá, quatro dias depois, falou: ‘Ó, está tudo bem, logo a gente conversa e tal. Está uma correria’. Aí eu falei: ‘Mano, tudo de bom’.”

Peres diz:

“Eu mandei mensagem para o Mi, lembra? Falei: ‘Caramba, Mi, eu fiquei muito feliz de verdade’. Além de acompanhar o trabalho dele como baterista, só mostrou que ele é mais um dos caras que elevou o nível da música brasileira lá fora. Sim, né? Porque, enfim, isso até na entrevista dos caras, né? Os caras falam: ‘Cara, depois que ele entrou, a gente está até mais animado, a gente está voltando a estudar’. Enfim, questão de fofoca, eu vi uma fofoca, e essa é fofoca, hein? Coisa de que tipo o cachê deles dobrou. Parece. Sim, também. Isso aí não sei se apenas pelo Eloy, mas tudo que… como eles estão levando a carreira dos caras, que é muito bem administrada, parece que o cachê dos caras já dobrou. Mas ele… a gente… desesperado, Rafa. Desde quando ele entrou na banda, o Eloy foi muito importante na sonoridade do Gloria, porque ele elevou o lance da bateria para uma parte técnica muito mais complexa. Então, a gente, com o Eloy, definiu ali esse lance do metalcore que a gente estava ouvindo tanto, e que depois deixou uma bucha aí para o… E aí, que é aprendizado, aprendizado. Foi um estudo. Eu piro até hoje tocar os sons que ele compôs. E é isso, é daí para cima agora. Tem muita parte técnica na bateria, e isso só somou para o meu estudo mesmo, para a minha criação de baterista. Então, conta interessante porque você vem de família de sanfoneiro, pai sanfoneiro, e hoje tocando bateria sofisticada, inspirada, vamos dizer, em muita coisa inspirada no Eloy, que deixou esse legado. Uhum, e tudo complementando. E aí, depois que eu entrei no Gloria, meio que eu já… assim como o Indião ia falar, o Vini, eu também sempre fui um fã da banda. Então, ali em 2011, eu acho, quando o Fil saiu, eu sonhava. O Gloria já era uma banda muito em evidência para mim. Já era porque era uma banda que fazia um som que bandas gringas que eu ouvia faziam, só que eu falava: ‘Porra, só que é em português’. Então, eu comecei a pirar logo de cara no Gloria, e meio que parecia que eu já fui me preparando. Era uma coisa muito louca, assim, que a gente vai sentindo. E aí foi passando as gerações, veio o Eloy, depois que o Eloy entrou com aquela bateria, eu falei: ‘É isso que eu quero tocar’.”

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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