Dogma – Seita macabra converte novos seguidores em SP
Texto: Metalphysicist
Foto: Denis Svet
No final dos anos 80/início da década de 90, o Bexiga foi um bairro repleto de casas de shows, dominado por bandas de Hard/Metal que chamavam atenção da mídia em geral, naquela época. Mal comparando, seria o análogo da Sunset Strip, em Los Angeles, na Rua 13 de Maio – principal rua do Bexiga.
O tempo passa, as casas de show abandonaram as bandas de Heavy Metal, sendo que muitas delas foram vendidas por novos negócios, que priorizavam as bandas cover, o que permanece até os dias de hoje: para encurtar a história fato é que o Bexiga sucumbiu e as casas de show que abrigavam a cena local, foram praticamente varridas da rua 13 de maio, prenunciando o final do apogeu do Hard ‘n’ heavy no Brasil, no começo de novo milênio e avante.
A questão é que, sem dar a mínima a este breve resgate histórico, a banda Dogma tomou o palco do Casa Aurea de assalto e entregaram o melhor show que cobri neste ano, aqui no Confere Rock! A casa de shows foi, por assim dizer, ressuscitada com o show nesta noite, que pode ser resumido como uma marcante Missa Profana, diante dos cerca de 120 fãs presentes ao local – que é uma casa de shows simples, palco pequeno, mesmo assim o Metal rolou solto, com alguns problemas técnicos, o que deixou a bateria com mais destaque do que os demais instrumentos, mas não comprometeu a apresentação das bandas, como você pode ler a seguir.
The Heathen Scÿthe
O Heathen Scÿthe deu início aos trabalhos pagãos desta noite e soube muito bem deixar sua marca no evento, porque, além da paulada Power/Pagan Metal desferida pela banda, com músicas do último EP homônimo, também souberam se vestir com indumentarias de acordo com o rigor necessário para a noite de ritual profano.
Confira as fotos desta resenha, que falam por si e qualquer tentativa de descrever o que foi visto no palco em palavras torna-se dispensável. Se você gosta dessa vibe Viking Metal ancorado em Power Metal Melódico, não deixe de ouvir o EP nas plataformas digitais e, tendo a oportunidade, confira a banda ao vivo.
Dogma
Sinceramente, não tinha prestado atenção nesta banda, Dogma, até fazer a lição de casa para a resenha do show. Que banda do caralho!!
O som da banda tem forte apelo ao Proto Metal, Heavy Metal e também flertando com o Hard Metal Melódico em diversas músicas, como “Forbiddem Zone”, que abre o show desta noite com presença de palco talentosa das meninas; todas de vestimenta de freiras, completada por com máscaras tipo corpsepaint, para tornar o palco em um Culto Profano, com direito às integrantes travestindo os hábitos cristãos, com as pernas de fora e esbanjando sensualidade: mas, se algum desavisado esteja lendo esta resenha, que fique claro que este é o cosplay da banda, com atitude de palco do tipo ‘don’t fuck with us’.
Por falar em contato com o público, não houve nenhum, deixando as músicas falarem por si, sendo que Lilith é uma frontwoman surpreendente, com movimentação singela e sensual no palco.
Além do set impecável e apoiado em sons de seu álbum debut “Dogma”, destacando a melodia chiclete entregue em “My First Peak”, destaque ao indefectível solo de bateria, que deixa claro a potência de Abrahel tocando bateria de modo bem intimidatório, antes de “Carnal Liberation”.
A parte final da Missa Pagã foi aberta com “Carmina Borana”, com o palco todo vermelho abrindo a última sessão do show com um cover recortado de riffs universalmente adorados pelos fãs de Metal: Iron Maiden, Metallica, Slayer, Megadeth dentre outras.
Com o impacto que sofri ao longo do set de cerca de 1 hora e 20 minutos, sinto vontade de falar de todas as passagens musicais que reforçam o talento da banda nesta noite, mas toda resenha tem que chegar ao seu fim;
Então, fui convertido ao Rito Folk/Pagan Metal diante da Boa Nova de que desfrutei nesta noite, mais uma vez pedindo ajuda ao fotógrafo da Confere desta noite, porque, se não bastasse, a banda é fotogênicas pra caralho, se liga nas fotos aí e se você não esteve presente em uma das duas passagens do grupo este ano por aqui, não repita essa blasfêmia na próxima missa, e vá ao show da Dogma, para se converter aos princípios da banda – muito parecidos com a Lei de Thelema: “Do What You Wilt, That Should Be The Law – The Love is The Law, the Love under Wilth” (Aleister Crowley, “The Book of the Law”.
Agradecimentos a Erick Tedesco, da Tedesco Comunicação pelo credenciamento.
Eu descobri essa banda já tem 3 ou 5 meses eu já vir todos os clipes da banda Dogma os shows delas no Youtube são ótimos sem fala da presença de palco são muito marcante e cercada de mistério por causa da pintura em seus rostos que não interferir em nada seus figurinos são impecáveis.