Edu Falaschi faz de celebração de 20 anos de “Temple of Shadows” um verdadeiro ode ao Power Metal em São Paulo
Texto: Tiago Silva
Foto: André Tedim
O Metal brasileiro já presenciou diversos eventos épicos ao longo de anos de existência. E um deles com certeza ocorreu no último dia 05 de julho, no Tokio Marine Hall, localizado na Zona Sul de São Paulo. Isso porque Edu Falaschi, em meio a sua turnê “Temple of Shadows In Concert Tour 2025”, não somente celebrou os 20 anos do disco “Temple of Shadows”, de 2004, de seus tempos de Angra, como conseguiu reunir um verdadeiro “time de elite” do Power Metal para esta realização, o que trouxe nomes em ascensão e consolidados na cena brasileira, além de convidados internacionais de peso.
O evento, organizado pela Agência Artística, teve a presença de bandas nacionais de abertura, como nos casos de Auro Control e Noturnall; o convencimento de Edu para que Roy Khan (ex-Kamelot e atual vocalista do Conception) praticamente iniciasse sua carreira solo em terras brasileiras- com suporte dos músicos da banda brasileira Maestrick -, além de ter como convidados o guitarrista Bill Hudson (Doro, Circle II Circle e NorthTale), a talentosa cantora Adrienne Cowan (Seven Spires) e ninguém mais, ninguém menos, que o lendário guitarrista e vocalista Kai Hansen (Gamma Ray e Helloween; ex-Unisonic e Iron Savior), considerado um dos “pais do Power Metal”. Além disso, a presença da Orquestra Sinfônica Jovem de Artur Nogueira (OSJAN) para os shows de Roy e Edu foram outra atração que incrementou a musicalidade das atrações finais.
Apesar de todos os pontos positivos, algumas falhas técnicas ao longo do show puderam ser percebidas, como o baixo volume dos instrumentistas da orquestra, bumbos altos em alguns momentos do primeiro show e, em maior destaque, com as guitarras e microfone do show do Noturnall, superadas por meio de improvisos com um microfone reserva e até uma versão acústica, com violão, em “Shadows”. A situação, que causou o encerramento antecipado do show em questão, foi vista com a maior empatia possível por parte do público, que reconheceu os esforços da banda para continuar o show da melhor forma possível e ovacionou os integrantes ao final.
Ainda assim, os quatro mil presentes no local saíram extremamente satisfeitos do Tokio Marine Hall, seja pelas impressões positivas com as bandas e convidados, seja pela carga nostálgica que o evento trouxe com os dois shows principais: Roy Khan, Maestrick e a OSJAN tocaram as principais faixas do disco “The Black Halo”, álbum do Kamelot de 2005, ainda no período em que o norueguês estava nos vocais da banda, com direito a belos duetos com Adrienne Cowan; Já Edu, além da Íntegra de Temple of Shadows – com participações de Adrienne em duas faixas e de Kai Hansen em “The Temple of Hate -, também trouxe sucessos do disco “Rebirth” (2001) e do EP “Hunters and Prey” (2002), além de uma faixa do seu terceiro álbum solo “Vera Cruz” (2021) e a icônica versão Metal de “Pegasus Fantasy”, finalizando com a presença dos principais convidados para um cover de “I Want Out”, do Helloween.
Auro Control
O quarteto baiano, originário de Salvador e com uma sonoridade estritamente pautada no Power Metal Progressivo, não somente abriu o evento, como também se mostrou uma surpresa mais do que agradável para o público que chegou cedo no Tokio Marine Hall. O grupo, composto por Lucas de Ouro (vocal), Lucas Barnery (guitarra), Davi Britto (bateria) e Thiago Baumgarten (baixo) tocaram cinco músicas, todas elas de seu álbum de estreia, “The Harp”, lançado em maio de 2024.
“Not Alone” abriu o show com tudo, dando um cartão de visitas para a estrutura sonora e as nuances de cada músico, destacando as linhas potentes de Thiago Baumgarten, no baixo, e o solo de guitarra de Barney, muito bem executado. Mais destaques vieram na segunda música, “Feel the Fire”, com viradas e linhas de pedal duplo de Davi na bateria que só não foram melhores de se ouvir devido ao “problema crônico” do som da casa de eventos, que sempre estoura pedais duplos dos bateristas. A mesma situação ocorreu em “Rise of the Phoenix”, faixa que teve participação de Aquiles Priester na versão de estúdio e cuja entrega de Davi foi altamente admirável, porém prejudicada pela configuração das caixas do local.
“The Harp”, música que leva o nome do álbum de estreia, foi iniciada com uma linha gravada de violão e compensada com mais linhas poderosas da bateria e da guitarra, além da concretização da boa voz de Lucas. Por fim, “Head Up High” veio com a entrega do público, que em diversos momentos contribuiu com as dinâmicas do vocalista em bater palmas no ritmo da faixa e balançar os celulares com lanternas ligadas, formando um belo encerramento que se concretizou com fortes viradas de Davi e os aplausos calorosos do público para um quarteto que, com cinco faixas das dez de seu álbum de estreia, já mostram que são candidatos fortes a grande expoente do Metal nacional num futuro próximo.
Norturnall
O já consolidado quarteto brasileiro se apresentou na sequência, com a promessa de um poderio e tanto de seu Metal Progressivo para a noite em questão. No entanto, a banda sofreu com uma série de problemas técnicos nas guitarras e no microfone, fatores que fizeram com que houvesse um reinício na primeira música e até mesmo um improviso na quinta faixa da noite. De todo modo, a banda entregou seu máximo e não desistiu até a última possibilidade, fator que levou o público a ser empático e reconhecer os esforços dos integrantes ao final.
Thiago Bianchi (vocal), Henrique Pucci (bateria), Saulo Xakol (baixo) e Guilherme Torres (guitarra) entraram no palco às 19h50, com total energia. Isso tanto na primeira, quanto na segunda tentativa de começar com “Try Harder”, pois o show teve que recomeçar por conta das primeiras falhas no microfone de Thiago, com “picotes” no som. Da mesma forma, a guitarra de Guilherme ficou baixa e pouco perceptível durante a execução da música.
Em “No Turn at All”, a situação se normalizou até a metade da faixa, com Xakol se destacando no baixo e Thiago mostrando suas habilidades vocais. Guilherme, no entanto, teve que sair de cena para tentar corrigir os problemas da guitarra pela primeira vez. A faixa, ainda assim, foi bem encerrada com as finalizações de Henrique e um gutural potente de Bianchi., que prosseguiu com a frase “Esse é o Noturnall, e a gente não desiste nunca!”, em uma demonstração de que superariam qualquer adversidade para prosseguir a apresentação.
Por ironia do destino, a faixa seguinte foi “Reset the Game”, em que o novato Guilherme, que entrou na banda em março deste ano, trocou a guitarra e conseguiu tocar a faixa em melhor sonoridade. Foi o momento áureo da apresentação, com todos os músicos se destacando em diversos momentos da faixa. Em “Shadows”, faixa dedicada a Fernando Quesada, houve uma nova demora para iniciar por conta de um possível novo problema técnico que Thiago e Guilherme tentaram resolver e, como último recurso, optaram por improvisar a faixa com um violão, em versão acústica e com apoio do público, que não poupou nos flashes novamente.
“Sugar Pill” marcou uma retomada breve da sonoridade mais pesada da banda, com tudo correndo bem até a parte final, quando Bianchi teve que trocar seu microfone e seu tripé neon brancos por um microfone da casa.
Nisso, a faixa seguinte, “Nocturnal Human Side”, teve que ser a última da apresentação por conta do tempo previsto de show, já próximo do final, algo anunciado após a faixa em questão. Ainda assim, nesta música, os integrantes tiveram uma entrega digna de um grande encerramento, o que compensou as situações ocorridas que, em tese, não foram culpa da banda. E tal percepção também veio do público, que fez questão de ovacionar a banda e aplaudí-la ao final, reconhecendo o empenho dos integrantes e agraciados com a promessa de Thiago Bianchi em voltar em uma outra oportunidade.
Roy Khan
Como Edu Falaschi disse em sua apresentação – que ocorreu depois desta -, este foi “praticamente o início da carreira solo de Roy Khan”. Apesar de ele ter se apresentado em Oslo, na Noruega, em março deste ano, esta foi a primeira apresentação solo com músicas do Kamelot do período em que ele esteve com a banda, enquanto o show anterior foi repleto de covers de bandas que o inspiraram, contando com apenas duas do Kamelot e uma do Conception.
No Tokio Marine Hall, Roy Khan celebrou o álbum “The Black Halo”, do Kamelot, que fez 20 anos em março deste ano. Sete faixas foram escolhidas para que ele, junto aos membros do Maestrick, a Orquestra Sinfônica Jovem de Artur Nogueira, o maestro Ricardo Michellino e as participações de Adrienne Cowan (Avantasia e Seven Spires) formassem um conjunto que consolidou uma estreia legítima e totalmente marcante para os envolvidos no palco e para os fãs que, àquela altura, lotaram as pistas e mezanino do Tokio Marine Hall.
O início, às 21h10, veio com a entrada da banda de apoio – com Fábio Caldeira de backing vocal, Heitor Matos (bateria), Renato Sombra (baixo) e Guilherme Henrique (guitarra) -, as primeiras linhas da orquestra e Roy Khan, ovacionado, para iniciar com a trinca “When The Lights Are Down”, “Moonlight” e “Soul Society”, sendo faixas que levaram os fãs de Kamelot e de Roy ao delírio, cantando a plenos pulmões e mostrando que o impacto do evento veio muito além da sinergia entre maestro, orquestra, banda e vocalista.
Roy demonstrou todo seu carisma ao recitar, na língua portuguesa, as frases “Boa noite, São Paulo! Eu amo todos vocês!”. E a performance seria ainda melhor com a entrada de Adrienne Cowan, cantora que participou de trechos das quatro últimas faixas do show e que, na bagagem, além de compor o Avantasia e o Seven Spires, também foi impecável nas apresentações feitas com a atual formação do Kamelot no último Bangers Open Air, feitas em maio deste ano.
E tais exemplos vieram com a clássica “The Haunting (Somewhere in Time)”, com Adrienne e Roy cantando e performando como um verdadeiro dueto. Antes das demais faixas, ele ainda apresentou a orquestra e a banda de suporte, elogiando o Maestrick e indicando que foi recepcionado como se fosse parte da família.
Eis que “Abandoned” foi anunciada e, nisso, o público conseguiu uma ligação mais próxima com Roy ao acompanhar o início da letra, num trecho em que somente ele, o maestro regente e a orquestra estavam no palco. O belo momento se complementou com a volta dos integrantes do Maestrick e de Adrienne, para uma finalização incrível.
A calmaria de “Memento Mori”, como penúltima faixa, antecedeu o primor de “March of Mephisto”, tendo na última faixa uma alternância das voz doce com os guturais de Adrienne, nos refrões. Foi na última faixa, também, que a atuação da orquestra se tornou ainda mais impactante, com o ambiente propício para uma boa sinfonia que a faixa final entregou, além do guitarrista Bill Hudson tocar pela primeira vez no evento.
Ao todo, a escolha de Roy Khan – e porque não, de Edu, devido ao seu convencimento ao vocalista norueguês – em praticamente estrear a carreira solo no Brasil foi a mais acertada possível, assim como a configuração de sua apresentação por um todo. Talvez não tivesse outra banda que encaixaria tão bem como o Maestrick, assim como o ambiente sinfônico foi preciso. E o principal merece seu destaque: o público brasileiro sabe – e muito – criar um ambiente favorável, ainda mais quando a atração é uma lenda viva – como Roy Khan é para o cenário do Power Metal.
Edu Falaschi
O tempo de espera e até mesmo os dez minutos de atraso antes do show principal foram meros detalhes, uma vez que o público teve uma boa playlist de músicas – a incluir sucessos de Iron Maiden e W.A.S.P. – e detalhes que prenderam a atenção durante a montagem do palco – a exemplo do bandeirão com a capa de “Temple of Shadows”, os tradicionais soldados infláveis das laterais do palco e a estrutura de pirotecnia e fumaça na parte frontal.
De todo modo, a imersão dos fãs de Edu à apresentação principal começou às 22h40, com o fim dos avisos tradicionais do Tokio Marine Hall e com a icônica introdução “Deus Le Volt!”, que abre o álbum “Temple of Shadows” (2004) e que, no show, foi a ponte para a entrada de Jean Gardinalli (bateria), Fábio Laguna (teclados), Raphael Dafras (baixo), Victor Franco (guitarra) e Diogo Mafra (guitarra).
Falaschi foi o último a entrar, já durante o riff e perto do início da letra de “Spread Your Fire”, abrindo de vez o ato de celebração dos 20 anos daquele que foi seu segundo disco com o Angra. Nem mesmo a falha quase imperceptível do microfone de Edu atrapalhou a performance dele neste início, que foi muito bem complementada com o poderoso instrumental da banda, a destacar a entrega de Jean na bateria e os solos de Victor e Diogo.
A energia da banda e do público seguiu com outros clássicos do disco, seguindo a ordem e preservando a experiência da íntegra do álbum. Com “Angels and Demons”, o exemplo ficou claro, somado a um destaque maior da sonoridade dos membros da orquestra no início – e uma “ofuscada” ao longo da música, devido a altura da bateria. Depois, a condução geral para “Waiting Silence” motivou cantos mais enfáticos dos fãs presentes.
Nos preparativos para a faixa seguinte, Edu não somente relembrou e celebrou o marco da apresentação de Roy Khan, como citou a despedida do Black Sabbath, que ocorreu no Villa Park, em Birmingham, naquele mesmo dia. A grandeza da menção fez uma fã da grade da pista premium jogar um morcego de brinquedo para o vocalista, que brincou ao dizer que não iria morder o presente.
Eis que, com seu violão, Edu puxou o início da clássica “Wishing Well”, para delírio de um público que cantou junto do início ao fim e, junto a isso, fez uma bela dinâmica de balanço de mãos durante os refrões. A situação ficou ainda mais especial quando Falaschi, após a quinta faixa, contou a história de como Kai Hansen topou participar da faixa seguinte e de como ficaram amigos daquele marco em diante, além de chamar o próprio guitarrista, vocalista e lenda fundadora de bandas como Helloween, Iron Savior e Gamma Ray e, claro, “fundador do próprio Power Metal”, como reforçou o cantor brasileiro.
A presença de Hansen por si já elevou o ambiente “devoção ao Power Metal” do Tokio Marine Hall para outro nível que se concretizou com “The Temple of Hate”, o instrumental impecável dos músicos e orquestra, o dueto imponente de Hansen e Edu, os solos de Victor e Diogo e, claro, pelo coro ainda mais poderoso de um público em delírio naquele momento. Em seguida, “The Shadow Hunter” foi outra faixa cujo instrumental, iniciado pelas belas linhas de violão tocadas por Victor no show, se mostrou impecável do começo ao fim.
Adrienne Cowan voltou ao palco do Tokio Marine Hall para uma participação com Falaschi e banda em “No Pain For the Dead”. O vocalista, bem antes da faixa começar e de ela entrar em cena, contou sobre como ela foi uma novidade para ele nos últimos tempos e, também, sobre como ficaram amigos ao longo dessa aproximação profissional. E durante a música em questão, Adrienne veio a partir da segunda parte, executando os trechos que, na versão do álbum celebrado, foram cantados por Sabine Edelsbacher, vocalista austríaca do Edenbridge. A voz de Adrienne foi bem compatível com a faixa quanto a de Sabrine, o que tornou o momento do show muito interessante e com uma bela liricidade. Ela ainda seguiu presente para “Winds of Destination”, cantando os versos que, na versão de estúdio, são de Hansi Kürsch, lenda do Blind Guardian – a faixa também contou com ótimas linhas do teclado de Laguna.
“Sprouts of Time” e “Morning Star” foram faixas que também tiveram boa condução no palco. Victor Franco foi o destaque maior delas, seja pelas linhas de violão e solos com Mafra na primeira música, seja pela alta carga e potencial das guitarras na segunda citada.
O impacto da Orquestra Sinfônica Jovem de Artur Nogueira, descrita Ricardo Michellino como “amadora no sentido de amar o que faz”, voltou a ser bem percebida durante a magnífica “Late Redemption”, em que a voz de Milton Nascimento – participante da versão de estúdio desta música – foi representada plenamente e de forma uníssona pelos quase quatro mil presentes no Tokio Marine Hall. Um digno encerramento para um álbum tão marcante e impactante quanto “Temple of Shadows” (mesmo sem o instrumental de “Gate XIII” no setlist do show).
Para o segundo ato, sem muitas pausas, alguns sucessos com a voz de Edu Falaschi vieram à tona, seja nos tempos de Angra, seja em sua carreira solo. E para o segundo caso, a abertura veio de forma triunfal com “The Ancestry”, única representante do seu terceiro álbum solo, “Vera Cruz” (2021). Foi o retorno de um ritmo mais intenso ao show, com todo o poderio possível em uma faixa Power Metal, seja na velocidade da bateria de Jean Gardinalli, seja pelas poderosas guitarras e solos alternados de Victor Barros e Diogo Mafra.
Em seguida, a balada “Bleeding Heart”, do EP do Angra “Hunters and Prey” (2002), veio com a carga contextualizadora da faixa, por parte de Edu, tanto as que envolvem a banda brasileira à época, quanto às adaptações que ela levou na música nacional, do Forró – principalmente pelo Calcinha Preta – ao Sertanejo. Eis mais um momento em que os flashes dos celulares também ganharam destaque, assim como as tentativas do próprio público em puxar o coro do refrão na versão do Calcinha Preta. Ao final, os agradecimentos de Falaschi se direcionaram aos que vieram de outros países, conforme as bandeiras e gritos de fãs presentes da Argentina, Chile, Guatemala e até do Japão.
“Pegasus Fantasy”, música que Edu Falaschi gravou para a abertura brasileira do anime “Cavaleiros do Zodíaco” nos anos 1990, e que teve sua versão Metal oficialmente lançada pelo vocalista em 2024, também veio à tona no setlist, já sacramentada como uma faixa obrigatória nos shows de Edu, porém, em tom de brincadeira, anunciada como “uma música nova” por ele. Assim como em outros momentos do show, o coro de um público “nostalgicamente impactado” em todos os espectros do show voltou a ecoar com o maior volume vocal possível. Ainda sobrou tempo, já após a meia-noite, para que Diogo Mafra pudesse agradecer a presença do público, principalmente de sua família, no que já era o dia de seu aniversário, cantado a plenos pulmões pelos fãs, e também anunciasse, como uma surpresa generalizada, que será pai – fator que tornou aquele momento ainda mais emocionante.
Outros dois clássicos insubstituíveis do setlist de Edu Falaschi foram “Rebirth” e “Nova Era”, ambos do “Rebirth” (2001), primeiro álbum do Angra com o vocalista em seu posto. Não só foram muito bem executados por todos, como manteve a atmosfera nostálgica do público no alto para o gran finale do evento: a presença de todos os convidados – Kai Hansen, Roy Khan, Adrienne Cowan e Bill Hudson -, lembrando muito o que foi o final do show do Avantasia no Bangers Open Air deste ano, para cantar e tocar “I Want Out”, clássico do Helloween, do disco “Keeper of the Seven Keys: Part II” (1988). Não havia outro jeito de encerrar uma noite épica, se não reverenciar os convidados, principalmente Kai Hansen, com uma faixa que tanto representa o que é o Power Metal em sua essência, algo que foi amplamente praticado naquela noite, no Tokio Marine Hall, independentemente de quaisquer problemas que tenham ocorrido durante os shows. Seja pelo impacto de Auro Control e Noturnall, seja pela nostalgia de Roy Khan e “The Black Halo” com o instrumental do Maestrick, seja pela íntegra de um álbum de tamanha importância para o Metal brasileiro e para o Power Metal em geral, como “Temple of Shadows” e, por fim, seja pela maré de sucessos na voz de Edu Falaschi – solo ou com bandas -, a música teve mais uma amostra do quão vivo o Metal segue e o quão forte ele é ao reunir lendas e gerações promissoras no palco de forma tão especial.
Confira os setlists abaixo:
Auro Control:
- Not Alone
- Feel the Fire
- Rise of the Phoenix
- The Harp
- Head Up High
Noturnall
- Try Harder
- No Turn at All
- Reset the Game
- Shadows
- Sugar Pill
- Nocturnal Human Side
Roy Khan
Todas as faixas são do álbum “The Black Halo”, do Kamelot, na época em que Roy Khan foi vocalista
- When the Lights Are Down
- Moonlight
- Soul Society
- The Haunting (Somewhere in Time) – com Adrienne Cowan
- Abandoned (com Adrienne Cowan)
- Memento Mori (com Adrienne Cowan)
- March of Mephisto (com Adrienne Cowan e Bill Hudson)
Edu Falaschi
Ato 1: Temple of Shadows
Intro: Deus Le Volt!
- Spread Your Fire
- Angels and Demons
- Waiting Silence
- Wishing Well
- The Temple of Hate (com Kai Hansen)
- The Shadow Hunter
- No Pain for the Dead (com Adrienne Cowan)
- Winds of Destination (com Adrienne Cowan)
- Sprouts of Time
- Morning Star
- Late Redemption
Ato 2: demais faixas
- The Ancestry
- Bleeding Heart
- Pegasus Fantasy
- Rebirth
- Nova Era
- I Want Out (com Kai Hansen, Roy Khan, Adrienne Cowan e Bill Hudson)
Muito bom, abraços!